Por que o tema é relevante?

A alimentação escolar é um dos maiores e mais amplos programas de segurança social no mundo. Em 2021, foi criada a Coalizão Global de Refeições Escolares para garantir refeições nutritivas nas escolas para as crianças em situação de vulnerabilidade, até 2030. Além do WFP, 76 países, incluindo o Brasil, e cinco agências das Nações Unidas participam dessa iniciativa que contribui para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). 

Qual é o objetivo do documento?

Descrever a atual situação da Alimentação Escolar a Nível Mundial em 2022, dois anos após a pandemia de COVID-19. Esta terceira edição do relatório (publicações anteriores em 2013 e 2020) discute o processo de reabertura das escolas e a efetividade das respostas nacionais à retomada dos programas de alimentação escolar, assim como a adesão dos países à coalizão. 

Quais as principais conclusões?

A pandemia de COVID-19 levou ao fechamento das escolas e à suspensão de quase todos os programas de alimentação escolar no mundo, em 2020. Apesar disso, dados de 176 países mostram que 418 milhões de crianças são beneficiadas com a merenda escolar, superando os valores pré-pandemia de 388 milhões assistidas pelo programa.

Uma análise aprofundada dos indicadores mostrou que esse aumento não foi homogêneo. Enquanto países de renda alta conseguiram retomar e até mesmo expandir os programas de merenda escolar, os países de renda média-baixa e baixa se encontram em fases iniciais de resposta aos desafios impostos pela pandemia na alimentação escolar. As estimativas apontam que 41% das crianças do ensino primário recebem refeições na escola, variando em 18% de cobertura do programa em países de baixa renda, 39% em países de renda média, 48% nos países de renda média-alta e 61% em países de renda alta. Estes dados revelam que a merenda escolar é menos presente onde é mais necessária. 

Apesar das dificuldades enfrentadas, os países de baixa renda aumentaram o financiamento para os programas de alimentação escolar de cerca de 30% em 2020 para 45% em 2022 (total de US$392 milhões). Contudo, o apoio de doadores diminuiu em termos proporcionais e absolutos, de aproximadamente US$267 milhões para US$214 milhões, de 2020 para 2022.

Dentre as ações para garantir a alimentação escolar estão: fortalecer das informações sobre programas de alimentação escolar (Iniciativa de Dados e Monitoramento, relatórios do Estado da Alimentação Escolar e bons exemplos do Consórcio de Pesquisa para a Saúde e Nutrição Escolar), apoiar a intersetorialidade entre refeições escolares, sistemas alimentares e clima, e explorar os programas de alimentação escolar como o sistema de apoio mais amplo no mundo, além de incluí-lo como parte da resposta a crises alimentares e climáticas.