Por que o tema é relevante?

As taxas de sobrepeso e obesidade nos países de baixa e média renda têm se aproximado dos níveis encontrados em países de alta renda. Embora o sobrepeso e a obesidade sejam mais prevalentes em áreas urbanas, eles também estão aumentando em áreas rurais. Contudo, o mapeamento desses países revela que a maior prevalência de sobrepeso e obesidade em áreas rurais ainda não é reconhecida como um padrão único, pois vai contra o entendimento comum de considerar a urbanização como o principal fator que leva ao aumento do índice de massa corporal (IMC).

Qual é o objetivo do relatório?

Atualizar as evidências sobre os fatores causadores e as estratégias de intervenção para o sobrepeso e obesidade, juntamente com exemplos práticos em países de baixa e média renda.

Quais as principais conclusões?

Este relatório apresenta os resultados de uma revisão bibliográfica sobre os principais fatores que causam o sobrepeso e a obesidade, enquadrados dentro dos sistemas alimentares, e ilustrados com exemplos concretos de cinco países (Bolívia, Egito, Indonésia, Nigéria e Zâmbia).

Nas áreas rurais de países de baixa e média renda, o excesso de peso é resultado de um sistema alimentar obesogênico. As causas diretas dessa condição incluem o desequilíbrio entre o consumo e o gasto energético. Nesse sentido, destacam-se:

• A diminuição da atividade física na vida diária;
• O aumento contínuo na quantidade de calorias fornecidas pelas dietas, que, por sua vez, podem ser de baixa qualidade e muitas vezes tendem a ser mais acessíveis do que opções mais nutritivas;
• Fatores relacionados ao desenvolvimento futuro de excesso de peso na pessoa ou em seus descendentes, como o índice de massa corporal (IMC) e a dieta da mãe, o ganho de peso durante a gestação, o peso ao nascer, a amamentação exclusiva, a taxa de ganho de peso do bebê e o microbioma intestinal.

Os principais aspectos que impulsionam o sobrepeso e a obesidade, identificados no mapeamento dos países, incluíam: insegurança alimentar, urbanização, mudanças no padrão de alimentação e estilo de vida, fatores socioeconômicos (renda, educação) e culturais, status econômico, dietas obesogênicas e baixa diversidade alimentar, falta de atividade física, além de nutrição materna, fetal e infantil inadequada. Embora esses fatores possam parecer semelhantes à primeira vista, os países parecem diferir quanto à importância de cada um.

As estratégias de intervenções encontradas nos países mapeados visavam tornar as dietas mais saudáveis, mas não tinham objetivos relacionados ao gerenciamento ou prevenção do sobrepeso e obesidade. Algumas ações estavam diretamente relacionadas a um fator específico, como a tributação de produtos adoçados e às restrições de publicidade de produtos ultraprocessados; outras estratégias buscavam abordar vários fatores impulsionadores, como os programas de educação nutricional em escolas.