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Insegurança alimentar, meio ambiente e habitabilidade em domicílios situados nas áreas urbana e rural no Brasil

PBO Favorites Artigo de periódico
Insegurança alimentar, meio ambiente e habitabilidade em domicílios situados nas áreas urbana e rural no Brasil
2024
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Publication sheet

Nome da publicação: Insegurança alimentar, meio ambiente e habitabilidade em domicílios situados nas áreas urbana e rural no Brasil

Authors: Eloah Costa de Sant Anna Ribeiro, Aléxia Vieira de Abreu Rodrigues, Luana Teixeira Ghiggino, João Henrique Rabelo Câmara, Rosana Salles da Costa, Aline Alves Ferreira

Source: Cadernos de Saúde Pública

Published in: 2024

File type: Artigo de periódico

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Summary

O objetivo deste estudo foi investigar a relação da insegurança alimentar e as condições de saneamento básico e habitabilidade em domicílios, segundo área urbana e rural no Brasil. Estudo transversal, baseado nos microdados da Pesquisa de Orçamentos Familiares de 2017/2018. Foram analisadas as condições de habitação a partir do tipo de acesso à água, ao escoamento sanitário, ao serviço de coleta de lixo, presença de rio, lago, baías poluídas próximas ao domicílio, presença de encosta próxima ao domicílio e presença de animais sinantrópicos. A insegurança alimentar foi aferida pela Escala Brasileira de Insegurança Alimentar, e considerou-se como desfecho a ocorrência dos níveis mais severos nos domicílios (insegurança alimentar moderada/grave). As estimativas de prevalência e odds ratio foram geradas com intervalos de 95% de confiança, e utilizou-se o software Stata. Na área urbana, os domicílios que tiveram maior chance de insegurança alimentar moderada/grave foram associados a presença de poço, descarte inadequado de lixo e falta de esgoto tratado, e na área rural, as maiores vulnerabilidades estavam relacionadas à presença de esgoto ligado à vala e ao risco de deslizamento/encosta/inundação. O saneamento básico e a habitabilidade apresentaram-se heterogêneos nas áreas rural e urbana do país, e essas condições representam desafios na garantia da segurança alimentar e nutricional.

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Por que o tema é relevante?

O estudo aborda a relação entre insegurança alimentar, saneamento básico e habitabilidade no Brasil, considerando a relação com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), vinculado ao ODS 2 (Fome Zero) e ao ODS 6 (Água Limpa e Saneamento). 

Qual é o objetivo do estudo?

Investigar a relação entre a insegurança alimentar e as condições de saneamento básico e moradia nos domicílios brasileiros, diferenciando as áreas urbanas e rurais. 

Quais as principais conclusões?

O estudo utiliza dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2017/2018, para investigar os fatores associados aos níveis mais graves de insegurança alimentar, analisando sua correlação com as condições de saneamento básico e de habitação em áreas urbanas e rurais no Brasil.
Nas zonas urbanas, a presença de poços rasos, esgoto inadequado e descarte impróprio de lixo estão relacionados a altos níveis de insegurança alimentar. Os motivos estão relacionados com a falta de rede de esgoto que contribui para o desperdício de água e o descarte inadequado de resíduos nas redes de drenagem, criando ambientes insalubres com a presença de animais sinantrópicos que causam problemas de saúde e prejuízos econômicos. Esses fatores evidenciam como a infraestrutura urbana deficiente afeta a saúde e a qualidade de vida, comprometendo a segurança alimentar de muitas famílias.
Nas áreas rurais, a insegurança é mais prevalente em domicílios próximos de valas, encostas e rios poluídos, além de locais com queima de resíduos. A inadequação do saneamento, com o lançamento de esgoto em locais inadequados, contribui para a poluição da água, resultando na contaminação dos alimentos e aumento de doenças parasitárias. A presença de animais sinantrópicos e a degradação ambiental, como a exploração intensiva do solo e o desmatamento, afetam negativamente o manejo do solo e a dinâmica hídrica. Nesse contexto, a cadeia de abastecimento de alimentos fica prejudicada, além de longo prazo, comprometer a produção, a precificação e a segurança alimentar.
A insegurança alimentar emerge como um indicador das desigualdades sociais e dos impactos da falta de infraestrutura básica que comprometem a saúde, a qualidade de vida e a segurança nutricional de milhares de famílias. Apesar dos avanços em políticas públicas, a universalização do saneamento básico ainda enfrenta estagnação, principalmente em áreas periféricas e rurais, onde os serviços são frequentemente insuficientes ou inexistentes. Por tanto, se faz necessário monitorar não apenas a segurança alimentar, mas também a segurança hídrica, dado o papel central da água tratada e do saneamento básico na garantia de condições de vida dignas e sustentáveis.