Summary

A linha de cuidado do sobrepeso e obesidade foi implantada no Brasil visando o enfrentamento da obesidade, condição de saúde associada ao aumento do adoecimento e mortalidade precoce. Sua operacionalização deve ser intersetorial, mas no setor Saúde se constitui prioridade da rede de atenção à saúde das pessoas com doenças crônicas, na perspectiva da integralidade do cuidado. Diante da sua importância e por ser uma intervenção recente, com poucas avaliações sobre o seu funcionamento, despertou o interesse de investigar se a linha é passível de avaliação. O presente estudo objetivou realizar um estudo de avaliabilidade da linha de cuidado do sobrepeso e obesidade no âmbito da atenção primária à saúde do estado do Piauí, na perspectiva de contribuir para futuras e amplas avaliações da intervenção. Para a sua realização, adotou-se a estrutura metodológica de Thurston e Ramaliu (2005), consistindo nas seguintes etapas: I) Identificação e análise de documentos de órgãos oficiais brasileiros e revisão da literatura sobre a LCO; II) Descrição da intervenção, com definição dos objetivos, das diretrizes e atividades que a compõem; III) Identificação e diálogo com informantes-chaves do âmbito estadual e municipal e especialistas da área; IV) Elaboração coletiva do modelo lógico da intervenção, por meio de oficina com caráter formativo e reflexivo; V) Formulação das perguntas avaliativas emanadas do modelo lógico; VI) Definição de um modelo teórico de avaliação da LCO na APS, que apontou aspectos contextuais influenciadores da intervenção e o foco da avaliação. O estudo de avaliabilidade revelou que a linha de cuidado do sobrepeso e obesidade no âmbito da atenção primária à saúde do Piauí se constitui em uma aposta governamental com diretrizes e objetivos claros, coerentes com referenciais nacionais e evidências científicas, prevista para ser operacionalizada em rede, sob a premissa da integralidade do cuidado. Nesse sentido, o estudo atestou que a intervenção é passível de avaliações futuras e, considerando o seu atual status, em processo de desenvolvimento no Estado, recomendou a análise de implantação. A partir desse aporte, seguiu-se o Planejamento da Avaliação, em duas subetapas: a) Elaboração da Matriz de Análise e Julgamento, com critérios e indicadores sobre a estrutura e o processo de trabalho; e b) Seleção dos casos, com definição de critérios para a escolha dos municípios, fonte de informação e método para a coleta de dados e parâmetros de análise.