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Há muitos ângulos a serem considerados no tratamento medicamentoso de pacientes obesos. Por um lado, estão disponíveis alguns medicamentos específicos para perda de peso, por outro, vários medicamentos estão associados a alterações involuntárias de peso. Ao tratar um paciente obeso para qualquer doença, diversas alterações fisiológicas podem influenciar as propriedades farmacocinéticas dos medicamentos necessários. Assim, o aumento do peso corporal pode influenciar a eficácia e segurança de alguns tratamentos medicamentosos. Ainda mais complicada é a situação após a cirurgia para redução de peso. Devido às várias alterações no trato gastrointestinal induzidas pelas diferentes técnicas cirúrgicas utilizadas, e às alterações dinâmicas na composição corporal subsequentes, a dosagem do medicamento tem de ser constantemente reconsiderada. Embora todas essas questões sejam de importância clínica, nenhuma delas foi investigada com a profundidade e amplitude necessárias para garantir o tratamento medicamentoso seguro e eficaz do paciente com obesidade maciça. As considerações individuais devem basear-se nas comorbidades, na medicação concomitante e nas propriedades específicas do medicamento, por exemplo, lipofilicidade, volume de distribuição e metabolismo. Neste artigo resumimos os dados disponíveis sobre diferentes aspectos do tratamento medicamentoso no paciente obeso, na esperança de melhorar o atendimento ao paciente.