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The role of immune dysfunction in obesity-associated cancer risk, progression, and metastasis

Favoritos de PBO Artigo de periódico
The role of immune dysfunction in obesity-associated cancer risk, progression, and metastasis
2021
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Hoja de publicación

Nome da publicação: The role of immune dysfunction in obesity-associated cancer risk, progression, and metastasis

Autores: Aneesha Kulkarni, Laura W. Bowers

Fuente: Cellular and Molecular Life Sciences

Publicado en: 2021

Tipo de archivo: Artigo de periódico

Tipo de estudio: Revisão

Enlace al original

Resumen

Obesity has been linked to an increased risk of and a worse prognosis for several types of cancer. A number of interrelated mediators contribute to obesity’s pro-tumor effects, including chronic adipose inflammation and other perturbations of immune cell development and function. Here, we review studies examining the impact of obesity-induced immune dysfunction on cancer risk and progression. While the role of adipose tissue inflammation in obesity-associated cancer risk has been well characterized, the effects of obesity on immune cell infiltration and activity within the tumor microenvironment are not well studied. In this review, we aim to highlight the impact of both adipose-mediated inflammatory signaling and intratumoral immunosuppressive signaling in obesity-induced cancer risk, progression, and metastasis.

Resumen traducido por

A obesidade tem sido associada a um risco aumentado e a um pior prognóstico para vários tipos de câncer. Vários mediadores inter-relacionados contribuem para os efeitos pró-tumorais da obesidade, incluindo inflamação adiposa crônica e outras perturbações do desenvolvimento e função das células imunológicas. Aqui, revisamos estudos que examinam o impacto da disfunção imunológica induzida pela obesidade no risco e na progressão do câncer. Embora o papel da inflamação do tecido adiposo no risco de câncer associado à obesidade tenha sido bem caracterizado, os efeitos da obesidade na infiltração e atividade das células imunes no microambiente tumoral não estão bem estudados. Nesta revisão, pretendemos destacar o impacto da sinalização inflamatória mediada pelo tecido adiposo e da sinalização imunossupressora intratumoral no risco, progressão e metástase do câncer induzido pela obesidade.

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Por que o tema é relevante?

A obesidade está associada ao risco aumentado e pior desfecho de vários tipos de câncer. Os mecanismos que contribuem para o efeito cancerígeno são diversos. Dentre eles, destaca-se a disfunção do sistema imunológico do corpo. Contudo, a atividade das células imunes no microambiente tumoral ainda foi pouco explorada.

Qual é o objetivo do estudo?

Compreender o impacto da inflamação causada pelo tecido adiposo e da imunossupressão do tumor no risco, progressão e metástase do câncer induzido pela obesidade.

Quais as principais conclusões?

A obesidade está associada com o maior risco de desenvolvimento de 13 tipos de câncer: esôfago (adenocarcinoma), estômago (cárdia), intestino (colo e reto),  fígado, vesícula biliar, pâncreas, mama (após a menopausa), ovário, endométrio (corpo do útero), rins, tireóide, meningioma e mieloma múltiplo. O excesso de calorias ingeridas é estocado no corpo na forma de gordura armazenada nos adipócitos (células de gordura) do tecido adiposo branco. O processo leva à diminuição do fornecimento de oxigênio (hipóxia) para essas células e ao  estresse mecânico, promovendo um desequilíbrio do ambiente tecidual. O resultado é a inflamação local.

A redução da oxigenação também impede o amadurecimento das células de gordura. Na sua forma jovem (pré-adipócitos), elas produzem leptina e citocinas inflamatórias, como o fator de necrose tumoral alfa (TNF-alfa). Essas  substâncias podem lesionar o próprio tecido adiposo, causando resistência à leptina, hormônio que regula o metabolismo energético e a sensação de saciedade. A resistência à ação da leptina é uma característica comum de pessoas com obesidade, podendo contribuir para o aparecimento dessa doença e a manutenção do ambiente inflamatório promovido pelo tecido adiposo branco. Indivíduos com obesidade, mesmo sem o quadro inflamatório, estão sujeitos à inflamação dos adipócitos e ao risco aumentado de resistência insulínica, diabetes mellitus e doença cardiovascular.

Os mecanismos de hipóxia, inflamação e alteração do perfil das adipocinas produzido pelo tecido adiposo contribuem, ainda, para a progressão de tumores. A leptina, especificamente, está envolvida na proliferação do câncer, na resistência a quimioterápicos e na formação de novos vasos sanguíneos, que vão levar nutrientes e oxigênio para o tumor que se formou. A resistência insulínica, por sua vez, pode ocasionar a formação do tumor e, inclusive, promover sua disseminação (metástase).

Em pessoas com obesidade, o microambiente tumoral envolvido com o tecido adiposo e as adipocinas, como a leptina, pode alterar as defesas do corpo. Por exemplo, através da exaustão do sistema imune. Além disso, é comum que este microambiente promova a progressão do tumor ao liberar substâncias  imunossupressoras que favorecem o seu crescimento. Na obesidade, o aumento no sangue de leptina e insulina no sangue pode reduzir o combate ao tumor ao diminuir a função citotóxica. A citotoxicidade faz parte do sistema de vigilância do corpo contra o câncer.

No aspecto do tratamento, o estudo aponta que indivíduos com obesidade têm uma pior resposta à quimioterapia. A presença de gordura em excesso em torno de tumores sólidos, como o de mama, representa uma barreira para que o quimioterápico possa atingir o seu alvo e ser efetivo. Outro desafio, é a subdosagem. A pesquisa revela que cerca de 40% das pessoas com obesidade estão sujeitas a subdosagens. Em decorrência dos efeitos tóxicos da superdosagem, o médico, muitas vezes, não utiliza o peso atual do paciente para o cálculo da medicação. Desta forma, pode ocorrer uma variação de até 25% na dose calculada.

É clara, então, a relação entre a obesidade e o câncer. Embora aponte diversos fatores por meio dos quais o excesso de gordura promova o desenvolvimento do tumor, algumas questões merecem  aprofundamento. Os autores destacam a necessidade de pesquisas clínicas sobre a eficácia e segurança das terapias contra o câncer para prevenir a subdosagens ou super ativação do sistema imunológico. Diante do aumento de casos de câncer no mundo, melhorar o tratamento pode reduzir o impacto da obesidade na mortalidade por câncer.