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Nas últimas décadas, a prevalência da obesidade aumentou para proporções epidêmicas em todo o mundo. Consequentemente, o número de obesidade na gravidez aumentou drasticamente. O sobrepeso e a obesidade gestacionais estão associados a resultados prejudicados para mãe e filho. Além disso, estudos mostram que a obesidade materna pode levar a consequências a longo prazo na descendência, aumentando o risco de obesidade e de doenças cardiometabólicas mais tarde na vida. Além dos mecanismos genéticos, evidências crescentes demonstram a indução de alterações epigenéticas pela obesidade materna, que podem afetar o fenótipo da prole, influenciando assim o risco posterior de obesidade e doenças cardiometabólicas. Evidências claras a esse respeito vêm de vários modelos animais de obesidade materna. As evidências derivadas de estudos clínicos permanecem limitadas. O presente artigo apresenta uma visão geral das alterações fisiopatológicas associadas à obesidade materna e suas consequências na estrutura e função da placenta. Além disso, é feita uma breve excursão sobre mecanismos epigenéticos e dados emergentes sobre uma suposta interação entre metabolismo e epigenética. Finalmente, é apresentado um resumo de descobertas importantes de estudos clínicos e animais que investigam os efeitos epigenéticos relacionados à obesidade materna, abordando também as limitações atuais dos estudos clínicos.