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A China está a passar por uma transição nutricional que pode explicar, em parte, a elevada prevalência da hipertensão. Nosso objetivo foi investigar a associação longitudinal entre padrões alimentares e hipertensão em adultos chineses com mais de 28 anos de acompanhamento. Utilizamos dados coletados na Pesquisa de Saúde e Nutrição da China de 1991 a 2018. Foram incluídos na análise adultos com 18 anos ou mais (n = 15.929), para os quais questionários e dados antropométricos foram coletados durante pelo menos duas ondas. A análise fatorial foi realizada para derivar padrões alimentares baseados em 18 alimentos ou grupos de alimentos. Construímos modelos de regressão linear de efeito misto de três níveis para estimar a pressão arterial sistólica (PAS) e a pressão arterial diastólica (PAD) em relação aos quartis do escore do padrão alimentar e realizamos modelos de regressão logística de efeito misto de três níveis para avaliar o risco de hipertensão. Os participantes no quartil superior do padrão moderno tiveram uma diminuição na PAS (β = - 0,51; IC 95% -0,86, -0,16; P < 0,01) quando ajustado para todos os possíveis fatores de confusão, enquanto os participantes no quartil superior do padrão carne tiveram aumento na PAD (β = 0,31; IC 95% 0,08; 0,53; P < 0,01). Os participantes no quartil mais alto do padrão carne tinham maior probabilidade de ter hipertensão (OR = 1,14; IC 95% 1,03; 1,24; P < 0,01). A adesão ao padrão moderno caracterizado pelo elevado consumo de frutas e laticínios foi inversamente associada à PAS, enquanto o padrão carne foi positivamente associado à PAD e ao risco de hipertensão. Essas descobertas podem muito bem ter importantes implicações para a saúde pública.