Por que o tema é relevante?

A Síndrome Metabólica (MetS) é um conjunto de condições inter-relacionadas, como obesidade abdominal, resistência à insulina, pressão arterial elevada, níveis elevados de triglicerídeos e baixos níveis de colesterol HDL. A presença simultânea desses fatores aumenta o risco não apenas de doenças cardiovasculares, mas também de doença renal crônica.

Qual é o objetivo do artigo?

Verificar as associações entre a síndrome metabólica como um todo e seus componentes individuais com a doença renal crônica.

Quais as principais conclusões?

Vários fatores relacionados à síndrome metabólica podem causar danos nos rins. Isso inclui inflamação prolongada, aumento do estresse oxidativo, desregulação de substâncias chamadas adipocinas e acúmulo de gordura nas células renais, especialmente em pessoas com excesso de peso. Além disso, as alterações da estrutura renal podem surgir devido ao aumento da filtração do sangue causado pela compressão do tecido adiposo no rins ao longo do tempo. Isso contribui para o enrijecimento das estruturas renais e, eventualmente, à perda gradual da função dos rins. 

A obesidade também está associada ao desenvolvimento de resistência à insulina e hipertensão arterial, ambos reconhecidos como fatores de risco para a perda da função renal. Alguns aspectos indiretos também merecem atenção, embora sejam necessários estudos epidemiológicos e fisiopatológicos. Nesse sentido, a doença hepática não-alcoólica e os danos associados ao fígado, assim como o aumento de ácido úrico no sangue e a formação de cálculos renais, são condições relacionadas à obesidade e também têm associação com a doença renal crônica.

Como o rim é um órgão altamente vascularizado, ele é especialmente suscetível a alterações na microvasculatura. Portanto, a síndrome metabólica e seus componentes individuais, como a obesidade abdominal, estão associados ao desenvolvimento prematuro, aceleração e progressão da doença renal crônica.