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Um novo fenótipo de obesidade tem sido estudado: a obesidade de peso normal (NWO), que descreve indivíduos com peso normal pelo IMC e excesso de gordura corporal. Apesar do peso normal, indivíduos com NWO apresentam maior risco cardiometabólico. Ainda existe uma lacuna na literatura sobre o tema, principalmente em adolescentes, pois os estudos com essa população são escassos. Este estudo tem como objetivo investigar os fatores sociodemográficos, histórico familiar de doenças crônicas não transmissíveis, percepção corporal, estilo de vida e consumo alimentar associados à NOM em adolescentes. Trata-se de um estudo transversal, com 506 adolescentes com peso normal, de 10 a 19 anos, de ambos os sexos. Foram obtidos peso e altura e calculado o IMC/idade. A análise da gordura corporal foi realizada por meio de absorciometria radiológica de dupla energia. Também foram obtidos dados sociodemográficos, nível de atividade física, consumo alimentar, autopercepção corporal e hábitos de vida. A regressão logística com abordagem hierárquica foi utilizada para analisar as associações. As chances de NWO são maiores com a idade (OR = 1,14; IC 95% = 1,04, 1,26), menores em adolescentes do sexo masculino (OR = 0,21; IC 95% = 0,11, 0,41 ) e maior naqueles com história de dislipidemia familiar (OR = 1,81; IC 95% = 1,01, 3,28). Adolescentes satisfeitos com o corpo (OR = 0,30; IC 95% 0,16, 0,56) e fisicamente ativos (OR = 0,44; IC 95% = 0,24, 0,81) têm menor chance de NOM, em comparação com os outros. Além disso, observou-se que a chance de NWO é maior entre adolescentes que utilizam adoçantes (substitutos do açúcar) (OR = 3,84; IC 95% = 1,70, 8,65). Os fatores associados à NOM foram sexo feminino, idade mais avançada, história familiar positiva para dislipidemia, menor satisfação corporal, menor nível de atividade física e maior uso de adoçantes.