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A Dieta Cetogênica é um padrão nutricional frequentemente utilizado como dietoterapia em doenças inflamatórias, incluindo distúrbios neurológicos. Aplicado em crianças epilépticas desde 1920, nos últimos anos voltou a ser considerado como uma ferramenta tanto para reduzir a carga inflamatória como para melhorar o estado nutricional de pacientes afetados por diferentes patologias. A esclerose múltipla (EM) é considerada uma doença neuroinflamatória imunomediada e a dieta é um possível fator na sua patogênese. O objetivo deste trabalho é investigar os principais alvos potenciais das deficiências relacionadas com a EM, em particular os défices cognitivos, focando-se na alteração de biomarcadores como o Fator Neurotrófico Derivado do Cérebro e a relação Triptofano/Quinurenina que poderão desempenhar um papel na neuroproteção e, portanto, na progressão da EM. Além disso, propomos aqui sugestões nutricionais úteis no desenvolvimento de um protocolo de dieta cetogênica que aproveite as propriedades antiinflamatórias dos alimentos com baixo teor de carboidratos da dieta mediterrânea para ser aplicado em indivíduos com EM. Em conclusão, esta abordagem permitirá desenvolver a dieta cetogénica combinada com uma dieta mediterrânica modificada como uma possível ferramenta para melhorar a neuroinflamação na esclerose múltipla.