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Obesidade e neuroprogressão: estudos de associação com enfoque na funcionalidade

Tese/Dissertação
Obesidade e neuroprogressão: estudos de associação com enfoque na funcionalidade
2022
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Hoja de publicación

Nome da publicação: Obesidade e neuroprogressão: estudos de associação com enfoque na funcionalidade

Autores: Ramiro de Freitas Xavier Reckziegel

Publicado en: 2022

Tipo de archivo: Tese/Dissertação

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Resumen

Transtorno bipolar (TB) e esquizofrenia (SZ) são transtornos psiquiátricos graves
e persistentes (TMGP) com curso muitas vezes progressivo associado a
significativo prejuízo funcional para as atividades diárias. Indivíduos com esses
transtornos também apresentam prevalências muito aumentadas de sobrepeso
e obesidade e têm como principal causa de morte eventos cardiovasculares,
morrendo entre 10 e 20 anos mais cedo do que o restante da população. Os
mecanismos fisiopatológicos comuns à obesidade e TMGP são ainda muito
pouco estudados para uma comorbidade tão prevalente e de morbimortalidade
tão elevada. O objetivo desta tese foi estudar a obesidade em TMGP a partir da
perspectiva da neuroprogressão. O primeiro estudo apresentado consiste na
revisão dos achados clínicos e biológicos que corroboram os modelos de
neuroprogressão e neurodesenvolvimento em SZ. A partir dessa perspectiva,
foram propostos dois estudos experimentais, um analisando a associação do
índice de massa corporal (IMC) com um marcador de conectividade cerebral em
TB e o outro com a funcionalidade na SZ, ambos comparados a um grupo
controle sem transtornos psiquiátricos (CTR). O IMC está associado a alterações
microestruturais do giro do cíngulo direito em indivíduos com TB (AdjR²=0,312
F(3)=5,537 p=0,004; β=-0,340 p=0,034), mas não em CTR, sugerindo que a
interação entre TB e obesidade esteja associada à diminuição de conectividade
límbica. Já no outro estudo, cerca de 22% da variação dos escores funcionais
em CTR (AdjR²= 0,225 F(3,284)=28,79 p<0,001) foi descrito por um modelo com
efeito do IMC (β=0,509 t=9,240 p<0,001) e da idade (β=0,174 t=3,118 p=0,002),
enquanto que em indivíduos com SZ foram apenas os anos vividos com a doença
que se associaram a pior funcionamento (β=0,197 t=2,615 p=0,009). Em
conjunto, demonstramos uma área cerebral possivelmente envolvida na
interação deletéria entre obesidade e TB, além de evidenciar que a obesidade
traz prejuízos ao funcionamento diário na população em geral. Ambas embasam
a importância de estratégias de combate à obesidade para a promoção da saúde
mental na comunidade. Além disso, dada a inquestionável associação do
excesso de peso com aumento da morbimortalidade, sua identificação e manejo
devem ser prioridades dos profissionais de saúde.