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Perspective: Obesity – an unexplained epidemic

Favoritos de PBO Artigo de periódico
Perspective: Obesity – an unexplained epidemic
2022
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Nome da publicação: Perspective: Obesity – an unexplained epidemic

Autores: Dariush Mozaffarian

Fuente: The American Journal of Clinical Nutrition

Publicado en: 2022

Tipo de archivo: Artigo de periódico

Enlace al original

Resumen

Since 1980, obesity prevalence among US adults has soared from 14% to 42%. The commonly accepted explanation is pervasive overeating: ever-increasing energy intake as the population gains weight, year after year. However, evidence does not support this hypothesis. National data on energy intake and energy availability show increases between 1961 and 2000, during modern industrialization of food; but a plateau or declines thereafter—even as obesity continued rising—and while physical activity modestly increased. Thus, Americans appear to be eating relatively less since 2000, for ever-increasing body sizes, as time has progressed. Although both energy intake and energy availability are measured with error, such errors would have to be new since 2000 and systematically increasing over time for these 2 separate, independent measures. Given the tremendous societal consequences of obesity, and failure to date of energy balance–focused interventions to stem the tide, it is critical for the scientific community to consider and test alternative hypotheses. Growing evidence suggests complex, interrelated biological interactions between food processing (including acellular nutrients, depleted prebiotics, additives), gut microbial composition and function, host metabolic expenditure, and intergenerational transmission of risk (including epigenetics, noncoding RNAs, microbial species). In this paradigm, whereas increasing energy intake may have contributed to rising obesity in earlier years, today pervasive adiposity and its physiologic adaptations have created a biological milieu which interacts with industrialized foods to promote escalating obesity, even with stable energy intake—a self-sustaining, difficult-to-reverse cycle. These scientific hypotheses must be rigorously evaluated, because even partial confirmation would dramatically shift and expand current prevention and treatment strategies. Urgent new investment in research is required. Simultaneously, uncertain evidence on the obesity epidemic’s primary drivers does not mean there is no evidence on actions that can help, and existing science must be more rapidly translated and refined into clinical, public health, and policy interventions.

Resumen traducido por

Desde 1980, a prevalência da obesidade entre adultos nos EUA aumentou de 14% para 42%. A explicação comummente aceite é a alimentação excessiva generalizada: um consumo de energia cada vez maior à medida que a população ganha peso, ano após ano. No entanto, as evidências não apoiam esta hipótese. Os dados nacionais sobre o consumo e a disponibilidade de energia mostram aumentos entre 1961 e 2000, durante a industrialização moderna dos alimentos; mas um patamar ou declínio depois disso – mesmo enquanto a obesidade continuava a aumentar – e enquanto a actividade física aumentava modestamente. Assim, os americanos parecem estar comendo relativamente menos desde 2000, devido ao tamanho corporal cada vez maior, à medida que o tempo avança. Embora tanto o consumo de energia como a disponibilidade de energia sejam medidos com erros, tais erros teriam de ser novos desde 2000 e aumentar sistematicamente ao longo do tempo para estas duas medidas separadas e independentes. Dadas as tremendas consequências sociais da obesidade e o fracasso, até à data, de intervenções centradas no equilíbrio energético para conter a maré, é fundamental que a comunidade científica considere e teste hipóteses alternativas. Evidências crescentes sugerem interações biológicas complexas e inter-relacionadas entre o processamento de alimentos (incluindo nutrientes acelulares, prebióticos esgotados, aditivos), composição e função microbiana intestinal, gasto metabólico do hospedeiro e transmissão intergeracional de risco (incluindo epigenética, RNAs não codificantes, espécies microbianas). Neste paradigma, embora o aumento da ingestão de energia possa ter contribuído para o aumento da obesidade nos primeiros anos, hoje a adiposidade generalizada e as suas adaptações fisiológicas criaram um ambiente biológico que interage com os alimentos industrializados para promover a obesidade crescente, mesmo com uma ingestão de energia estável – um ambiente auto-sustentável. , ciclo difícil de reverter. Estas hipóteses científicas devem ser avaliadas rigorosamente, porque mesmo a confirmação parcial mudaria dramaticamente e expandiria as actuais estratégias de prevenção e tratamento. São necessários novos investimentos urgentes em investigação. Simultaneamente, as evidências incertas sobre os principais impulsionadores da epidemia de obesidade não significam que não existam evidências sobre ações que possam ajudar, e a ciência existente deve ser mais rapidamente traduzida e refinada em intervenções clínicas, de saúde pública e políticas.

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Por que o tema é relevante?

A obesidade tem um enorme impacto na sociedade. Comumente, a sua gênese é atribuída ao excesso de energia ingerida pelas pessoas. Porém, nas últimas décadas, a ingestão energética da população tem se mantido estável enquanto a prevalência de obesidade está em ascensão.

Qual é o objetivo do documento?

Aquecer as discussões sobre as causas da epidemia da obesidade para além do consumo excessivo de energia.

Quais as principais conclusões?

Os Estados Unidos provavelmente são o país mais emblemático para levantar a discussão sobre a epidemia da obesidade. De acordo com dados do National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES), nas últimas duas décadas, não houve aumento da ingestão de energia pela população americana enquanto a incidência de obesidade cresce a cada ano. Se o problema não é o consumo energético, talvez seja a diminuição do gasto de energia. Contudo, as pesquisas populacionais também mostram que, embora insuficiente, as horas gastas com atividade física não declinaram significativamente desde os anos 1990. Desta forma, a epidemia da obesidade é mais do que “o que se consome e o que se gasta”.

Estudos recentes apontam para novas, inter-relacionadas e complementares vias metabólicas envolvendo o microbioma intestinal, o gasto metabólico e a  transmissão intergeracional do risco para a obesidade. Eles têm em comum a influência que sofrem da qualidade da dieta, pois, dentre outros aspectos, está claro que a epidemia da obesidade sucede ao surgimento dos alimentos processados. 

Diante desses argumentos, é necessário que as políticas públicas sejam individualizadas, considerando os fatores comuns e divergentes entre as nações. É preciso considerar o estágio da epidemia que o país se encontra para determinar a melhor estratégia para intervir. Por exemplo, é fundamental analisar se o país está em uma fase inicial, em que se verifica uma maior ingestão energética e declínio da atividade física decorrente da urbanização, ou se está em um momento que o aumento da adiposidade já se consolidou e, por isso, o importante é controlar o consumo de alimentos processados pela população.