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O que, como e porquê as pessoas comem é há muito considerado importante para a saúde humana, mas até recentemente não era reconhecido como uma faceta essencial das alterações climáticas e dos seus efeitos na saúde planetária. As alterações climáticas globais e as crises de saúde relacionadas com a alimentação que ocorrem estão ligadas aos sistemas alimentares, aos ambientes alimentares e às escolhas alimentares dos consumidores. Os apelos à transformação dos sistemas alimentares para a saúde humana e planetária destacam a importância de compreender a escolha alimentar individual. Compreender o que, como e por que as pessoas comem daquela maneira é crucial para transformações bem-sucedidas dos sistemas alimentares que alcancem os objetivos de saúde humana e planetária. Pouco se sabe sobre como a escolha alimentar se relaciona com o clima. Para clarificar potenciais caminhos de acção, propomos que a escolha alimentar individual esteja relacionada com as alterações climáticas através de três mecanismos principais. Primeiro, a soma das escolhas alimentares individuais influencia a oferta e a procura de alimentos produzidos e vendidos no mercado. Em segundo lugar, as decisões alimentares individuais afectam o tipo e a quantidade de desperdício alimentar a nível do retalho e das famílias. Terceiro, as escolhas alimentares individuais servem como uma expressão simbólica de preocupação com a saúde humana e planetária, o que pode estimular individual e colectivamente os movimentos sociais e a mudança de comportamento. Para satisfazer as necessidades alimentares da população global projetada para 2050, de 10 mil milhões, os sistemas alimentares devem transformar-se. Compreender o que, como e porque é que as pessoas comem daquela forma, bem como os mecanismos através dos quais essas escolhas afectam as alterações climáticas, é essencial para conceber acções conducentes à protecção da saúde humana e planetária.