Boletim PBO: acompanhe o que realmente importa do universo da obesidade
Boletim PBOBoletim PBO
Publicado em: 9 de abr de 2024
Período: De 21 de março a 03 de abril/2024
- Resenhas desta edição:
Clustered cardiometabolic risk and the “Fat but Fit Paradox” in adolescents: cross-sectional study
Autores: Noelia González-Gálvez, Ana Belén López-Martínez, Abraham López-Vivancos
Fonte: Nutrients
Publicado em: 2024
Tipo de arquivo: Artigo de periódico
Autores: Pierre Bauvin ,Claire Delacôte ,Line Carolle Ntandja Wandji,Guillaume Lassailly,Violeta Raverdy,François Pattou,Sylvie Deuffic-Burban ,Philippe Mathurin
Fonte: PLOS ONE
Publicado em: 2024
Tipo de arquivo: Artigo de periódico
Destaques do período
Eventos
- O Painel Brasileiro da Obesidade (PBO) manteve o ciclo de eventos semanais com as atividades:
- 04 de abril, live da “Campanha para o Dia Mundial da Atividade Física”, com a participação de Daisy Motta Santos, Diretora da Sociedade Brasileira de Atividade Física e Saúde (SBAFS);
- 28 de março, live de lançamento do estudo “A obesidade nos inquéritos populacionais nacionais”, desenvolvido pelo pesquisador do Instituto Cordial Felipe Delpino;
- 05 de abril. A Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP-USP) realizou a Conferência Livre para discutir a Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (ENCTI) do Governo Federal para o período 2024-2030 para elaborar propostas referentes à promoção da Soberania e da Segurança Alimentar e Nutricional;
- 05 de abril. O Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) promoveu o webinário “Cozinhas Solidárias”;
- 05 de abril. A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) realizou a live pela semana da saúde “Cuidado Integral e Longevidade”;
- 04 de abril. O MDS continuou com o ciclo de debates Promoção da Alimentação Adequada e Saudável com a transmissão sobre a “Nova cesta básica de alimentos”;
- 28 de março. A Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) realizou a conversa “Vai operar? Saiba como escolher seu cirurgião com segurança”;
- 26 de março. A Federação Internacional de Diabetes (IDF, na sigla em inglês) promoveu o evento online “Retinopatia diabética: um chamado para ação global”;
- 20 de março. O FórumDCNT divulgou o debate “As próximas etapas para agirmos intersetorialmente e melhorarmos o cenário da Diabesidade”;
- 19 de março. A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) realizou a live “Políticas públicas para prevenir a obesidade infantil a partir de uma abordagem de sistemas alimentares”.
Fique de olho
- 28 de março a 15 de abril. A Revista Epidemiologia e Serviços de Saúde (RESS) e a Revista Brasileira de Epidemiologia (Epidemio) abrem chamada conjunta para artigos originais que abordem a “Análise de dados de inquéritos em saúde”;
- 09 de abril. A SBCBM realiza a roda de conversa “O que eu ganhei com a cirurgia bariátrica?”;
- 09 de abril. O Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) comemora os 10 anos do Guia Alimentar para a População Brasileira com o webinário “O Guia e a Promoção de Sistemas Alimentares saudáveis e sustentáveis”;
- 11 a 13 de abril. O Hospital Albert Einstein divulga o I Simpósio Internacional Einstein de Medicina de Precisão em Câncer Gastrointestinal;
- 11 a 14 de abril. A Associação Brasileira de Telemedicina e Telessaúde (ABTms) realiza o XI COngresso Brasileiro de Telemedicina e Telessaúde na cidade de Goiânia (GO);
- 12 de abril. O Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) realiza a “VII Jornada de Nutrição e Câncer do Icesp” na cidade de São Paulo (SP);
- 13 de abril. A Sociedade Brasileira de Diabetes divulga o SBD Educação Sem Fronteiras com o tema “Diabetes, Exercício e Esporte”;
- 13 de abril e 20 de abril. O Ambulatório de Transtornos Alimentares do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (IPq-HC-FMUSP) promove o “VI Workshop Entrevista Motivacional” na prática clínica. O evento será realizado online, sem gravação;
- 17 a 19 de abril. O Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo (COSEMS/SP) promove o 37º Congresso de Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo na cidade de Santos (SP) com o tema “Mudanças climáticas e seus impactos no SUS”;
- 24 e 25 de abril. O Instituto Lado a Lado pela Vida realiza o Global Fórum 2024 para debater sobre a nova Política Nacional do Câncer;
- Curso “Introdução ao SUS” em formato online com carga horária de 60 horas;
- Até 29 de setembro. O Curso de Especialização em Saúde Pública da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz) está com inscrições abertas para a turma de 2024.
Agenda do Painel Brasileiro da Obesidade:
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Quinta-feira, às 11h.
- 11 de abril: Live sobre “Projetos de Cuidado Nutricional do Hospital Alemão Oswaldo Cruz (HAOC)”, com a Nutricionista Tarcila Campos do HOAC;
- 18 de abril: Live “Perspectivas sobre os custos relacionados à inatividade física” com Fábio Carvalho, professor de Educação Física e atualmente atuando no Instituto Nacional de Câncer (INCA);
- 25 de abril: Live de lançamento do Working Paper “Representação e engajamento das pessoas com obesidade”, desenvolvido pela pesquisadora do Instituto Cordial, Mônica Rocha.
Clustered cardiometabolic risk and the “Fat but Fit Paradox” in adolescents: cross-sectional study
Autores: Noelia González-Gálvez, Ana Belén López-Martínez, Abraham López-Vivancos
Fonte: Nutrients
Publicado em: 2024
Tipo de arquivo: Artigo de periódico
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Por que o tema é relevante?
O paradoxo do “gordo, mas saudável” desafia a noção de que o excesso de peso sempre se traduz em problemas de saúde. Ele destaca que indivíduos em boa forma física podem apresentar menor risco de complicações de saúde, independentemente do peso corporal. A prática regular de atividade física demonstrou ser uma estratégia eficaz e segura na prevenção de doenças, mesmo em indivíduos com sobrepeso ou obesidade. No entanto, entender como diferentes variáveis de condição física, como aptidão cardiorrespiratória e força, influenciam esse fenômeno é fundamental para promover uma vida saudável e ativa.
Qual é o objetivo do documento?
Investigar o Risco Cardiometabólico Agregado entre quatro categorias com base na variável do paradoxo do “gordo, mas saudável”, avaliando diferentes níveis de aptidão física em adolescentes.
Quais as principais conclusões?
O estudo incluiu 260 adolescentes com idades entre 12 e 13 anos. Ficou evidente que o grupo com obesidade e baixa aptidão física apresentava um risco cardiometabólico significativamente maior, independentemente da variável considerada (aptidão cardiorrespiratória, aptidão muscular e aptidão física). Além disso, os participantes com maior aptidão física demonstraram um risco cardiometabólico significativamente menor dentro de sua faixa de IMC (normal ou excesso de peso), destacando-a como um fator protetor (Figura 1).
Figura 1. Diferenças no Risco Cardiometabólico entre diferentes categorias de aptidão física. Em comparação com o grupo de índice de massa corporal (IMC) normal e boa aptidão física, os grupos com baixa aptidão física apresentaram maior risco cardiometabólico, independentemente do IMC.
Tradução:
Eixos: y = Risco Cardiometabólico (escore-Z); x = aptidão física
Colunas: IMC normal/Boa aptidão física; IMC normal/Baixa aptidão física; IMC alto/Boa aptidão física; IMC alto/Baixa aptidão física.
É interessante notar que, embora o grupo com IMC normal e boa aptidão física tenha apresentado um Risco Cardiometabólico Agregado menor em comparação com adolescentes com IMC normal e baixa aptidão física, assim como em comparação com aqueles com excesso de peso e baixa aptidão física, essa diferença não foi observada para o grupo com excesso de peso e boa aptidão. Da mesma forma, não houve diferença significativa entre excesso de peso e boa aptidão física em relação a IMC normal e baixa aptidão, evidenciando que a aptidão física foi um fator determinante no risco cardiometabólico, independentemente do IMC.
Esses resultados confirmam a existência do paradoxo, destacando a importância do IMC, da aptidão cardiorrespiratória e da aptidão muscular durante a adolescência para o desenvolvimento da síndrome metabólica na vida adulta.
Early prediction of the impact of public health policies on obesity and lifetime risk of type 2 diabetes: A modelling approach
Autores: Pierre Bauvin ,Claire Delacôte ,Line Carolle Ntandja Wandji,Guillaume Lassailly,Violeta Raverdy,François Pattou,Sylvie Deuffic-Burban ,Philippe Mathurin
Fonte: PLOS ONE
Publicado em: 2024
Tipo de arquivo: Artigo de periódico
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Por que o tema é relevante?
Legisladores, gestores e tomadores de decisão contam apenas com indicadores da prevalência de sobrepeso e obesidade na população, os quais demandam um longo período para demonstrar alterações significativas. Entretanto, a identificação precoce de marcadores é imperativa para avaliar efetivamente as políticas de saúde pública e embasar a continuidade ou interrupção das intervenções, caso se mostrem ineficazes. Nesse contexto, este estudo se destaca ao empregar a modelagem matemática como uma ferramenta para prever a progressão do excesso de peso na população e seu potencial impacto no desenvolvimento do diabetes tipo 2.
Qual é o objetivo do documento?
Quantificar a progressão do sobrepeso, obesidade e diabetes tipo 2 na população em geral; estimar o risco de diabetes ao longo da vida; e avaliar o impacto de diversas estratégias para reduzir a carga do sobrepeso, obesidade e diabetes.
Quais as principais conclusões?
O estudo usou dados de quase 98 mil franceses para prever como o sobrepeso, a obesidade e o diabetes tipo 2 evoluirão ao longo do tempo. O modelo matemático revelou que a obesidade e o diabetes tipo 2 provavelmente continuarão a aumentar nos próximos anos. Por exemplo, entre 2022 e 2027, espera-se um aumento de 17,3% para 18,2% na obesidade e de 7,3% para 8,1% no diabetes tipo 2. O risco vitalício de desenvolver diabetes para homens e mulheres de 25 anos em 2022 é de 33,1% e 30,1%, respectivamente.
Esse modelo foi útil para entender como diferentes políticas de saúde podem afetar a obesidade e o diabetes tipo 2. Ele mostrou que é mais eficaz prevenir que alguém suba de categoria de índice de massa corporal (por exemplo, de obesidade grau I para obesidade grau II) do que tentar reduzir o peso de pessoas com sobrepeso ou obesidade. Além disso, identificou que a obesidade grau III pode ser um bom indicador precoce do sucesso ou fracasso de uma estratégia de saúde pública.
Por fim, o modelo indicou que políticas que estabilizam ou reduzem a obesidade não necessariamente afetarão a prevalência de diabetes tipo 2 em cinco anos, mas podem diminuir o risco vitalício da doença. Essas descobertas ajudam a guiar a tomada de decisões em saúde pública para enfrentar esses desafios crescentes.