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Apneia do sono agrava os riscos da obesidade e exige tratamento integrado

Excesso de peso corporal é fator de risco para o desenvolvimento da apneia do sono e agrava quadro

André Derviche Carvalho

9 de out de 2024 (atualizado 9 de out de 2024 às 14h23)

A apneia do sono é um dos fatores associados à obesidade. Sendo o excesso de peso corporal um fator de risco para o desenvolvimento da apneia do sono, esse quadro agrava sintomas da obesidade, como a inflamação no fígado e risco cardiometabólico. Com isso, especialistas recomendam um tratamento integrado. Ou seja, que considere tanto a redução de peso quanto a atenuação da apneia.

A apneia é um distúrbio do sono caracterizado por uma respiração deficiente. Hábitos alimentares, genética e estresse do dia a dia estão entre os causadores da apneia do sono. “Temos uma verdadeira epidemia de privação de sono, com pessoas conectadas e com hábitos inadequados. A luz de tablets, celulares e televisão inibem a produção de melatonina levando a um padrão irregular de sono”, explica o doutor Luciano Drager, da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo).

Nesse sentido, distúrbios do sono têm uma relação íntima com a obesidade. Por exemplo, com a insônia, o indivíduo encontra mais tempo para ingerir calorias, o que se torna uma predisposição para obesidade. Além disso, há um potencial impacto cardiovascular com esse quadro.

No caso da apneia do sono, a relação com obesidade se mantém. Afinal, a inflamação causada pela gordura corporal e o excesso de tecido adiposo provocam obstrução das vias aéreas superiores. “Essas obstruções podem acontecer centenas de vezes toda a noite e isso propicia um quadro típico de paciente com apneia”, diz o doutor Drager. Como resultado, a oxigenação do indivíduo cai e o sono se fragmenta.

A apneia do sono tem alguns sintomas. Entre eles, destacam-se roncos, sonolência durante o dia, dificuldade de concentração, irritabilidade e cefaléia (ou dor de cabeça) matinal. De acordo com um estudo publicado na revista The Lancet Respiratory Medicine, em 2019, estima-se que 49 milhões de adultos no Brasil tenham esse distúrbio, sendo 25 milhões casos graves.

A apneia do sono e a obesidade

O excesso de peso corporal é um dos fatores de risco para a apneia do sono. Estudos apontam que a apneia pode agravar sintomas da obesidade. Por exemplo, “a gordura no fígado era muito maior nas pessoas que tinham obesidade com apneia em relação a sem apneia”, explica o doutor Drager.

Além disso, “ter uma pessoa com obesidade e apneia agrega maior risco cardiometabólico do que ela ter somente apneia isolada”, complementa. Pessoas com apneia do sono tendem a ter mais estresse e a ter uma saúde vascular pior.

Por essa razão, especialistas indicam que os tratamentos da apneia do sono e da obesidade devam ser feitos de forma integrada. Ou seja, ele deve buscar tanto a perda de peso quanto a atenuação da apneia. Um estudo de 2000 apontou que uma perda de 10% no peso resulta na diminuição de 26% na gravidade da apneia do sono, em média.

Enquanto isso, o aumento de 10% no peso corporal pode provocar um agravamento de até 32% no caso de apneia do sono.

Apneia do sono após a cirurgia bariátrica

A cirurgia bariátrica é um dos tratamentos indicados para casos graves de obesidade. O que se percebeu é que essa também é uma intervenção eficaz no tratamento da apneia do sono. Um estudo de 2021 publicado no International Journal of Obesity apontou que “a gravidade da apneia reduziu de forma substancial [após a bariátrica], enquanto não alterou muito no grupo que ficou sem tratamento clínico”, diz o doutor Drager.

Após três anos da cirurgia bariátrica, nenhum paciente teve mais apneia grave. Vale lembrar que o tratamento é contínuo. Portanto, ele depende de haver ou não reganho de peso.

Com isso, a solução de fato aponta para a integração. Tratamentos tradicionais para a apneia do sono, como o CPAP, não são suficientes para provocar a perda de peso. Especialistas recomendam que ele seja combinado, por exemplo, com uma dieta e exercícios físicos focados na redução de peso do paciente. Esse tratamento em conjunto resulta em uma redução da pressão arterial mais eficiente e maximiza os benefícios para o paciente no que se refere à pressão arterial.

“Dormir é essencial para manter o nosso cérebro saudável”, conclui o doutor Drager. Ele recomenda que aos primeiros sinais de distúrbios do sono, um médico seja procurado para evitar casos mais graves.