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‘Qual a dúvida que atividade física é tão ou mais importante que remédio?’, diz ex-ministra do Esporte

Ana Moser, presidente da organização Atletas Pelo Esporte, falou sobre agenda pública de promoção à atividade física no Brasil

André Derviche Carvalho

9 de out de 2025 (atualizado 13 de out de 2025 às 14h24)

A presidente da organização Atletas Pelo Brasil e ex-ministra do Esporte, Ana Moser, defende uma visão ampla da prática de políticas de atividade física. Uma que vai além do esporte de alto rendimento. Uma que tem o esporte como promotor de saúde da população como um todo, para além de Jogos Olímpicos ou Copa do Mundo. Assim, a prática atua na redução da prevalência de doenças como a obesidade.

Em participação em live do PBO (Painel Brasileiro da Obesidade), uma iniciativa do Instituto Cordial, ela contou sua experiência na política e falou sobre os desafios de promover o esporte no Brasil. Para ela, a promoção da atividade física deve ser intersetorial, envolvendo pastas como Saúde e Educação.

LEIA TAMBÉM: Brasil consolida protagonismo global na promoção da atividade física

De acordo com o Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas não Transmissíveis (Covitel) de 2023, 68,5% dos brasileiros com 15 anos ou mais não pratica esporte ou atividade física segundo as diretrizes da OMS (Organização Mundial de Saúde).

Além disso, um relatório da UnB (Universidade Nacional de Brasília) apontou que, entre 2002 e 2023, o investimento público em esporte correspondeu a 0,2% do PIB. Para Ana Moser, a promoção da atividade física no Brasil depende diretamente de políticas públicas.

Para isso, ela cita a presença de mais educadores físicos em equipes de saúde e educação e a criação de comissões para acompanhar as metas de atividade física no Brasil.

Veja os trechos da entrevista:

Durante sua trajetória como ministra, quais foram os principais desafios para integrar o esporte como política pública e não apenas lazer?

Isso esteve desde o primeiro dia. Na minha posse, os ministros convidados foram da Saúde, Educação e Desenvolvimento Social. Desde janeiro introduzimos no ministério a visão de política de esporte para superar o esporte de alto rendimento e garanti-lo para toda a população. Isso foi algo que mudou na perspectiva de prioridade dentro do Ministério e dos outros.

Fizemos um decreto que regulamenta essa relação intersetorial, que é a Rede Nacional do Desenvolvimento do Esporte. Mas dentro da Saúde, essa visão de política de garantia para todos de atividade física é incipiente. Então, é preciso que o esporte faça essa gestão técnica dentro da Saúde. A mesma lógica para Educação. Agora continuamos fora do Ministério.

Qual seria uma prioridade para avançar na agenda do esporte?

Não tem uma. Sistemicamente, é um conjunto. É preciso levantar os dados, olhar para a sua população e ver quem é que está sendo atendido, quem está ativo e quem não está ativo. Quais são as oportunidades para atender essas pessoas que não estão ativas? É preciso olhar para o problema. Tem-se o conhecimento, mas não se tem estrutura para lidar com isso. Buscamos essa visão para apoiar os municípios. É o esporte de maneira ampla, que trata do movimento, da atividade física.

Quais políticas podem diminuir a barreira de acesso ao esporte?

Essa é uma premissa básica. A desigualdade é enorme. O homem começa sempre muito ativo. Todo menino recebe uma bola para chutar, é uma porta de entrada facilitada, é cultura. Os meninos começam ativos e caem depois da adolescência, especialmente os de baixa renda.

A mulher começa mal e continua mal a vida inteira, o método não inclui. Isso muda com visão da realidade e escolha de atacar a realidade para atacá-la, o gestor precisa disso, o prefeito, o presidente da República. O gestor precisa ter a vontade colocada.

Que mensagem você deixaria aos gestores municipais?

Eu reforço e estimulo os gestores de saúde a olharem para essa área dentro das suas estratégias. Eu converso com várias secretarias buscando ampliar essa área. Ela é a solução de muitas questões. Qual a dúvida que é tão ou mais importante que remédio? Pretendemos facilitar quem está no município.