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Influência do consumo de alimentos ultraprocessados no perfil metabólico e na microbiota intestinal em mulheres com diferentes graus de adiposidade

Tese/Dissertação
Influência do consumo de alimentos ultraprocessados no perfil metabólico e na microbiota intestinal em mulheres com diferentes graus de adiposidade
2022
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Ficha da publicação

Nome da publicação: Influência do consumo de alimentos ultraprocessados no perfil metabólico e na microbiota intestinal em mulheres com diferentes graus de adiposidade

Autores: Ariana Ester Fernandes

Publicado em: 2022

Tipo de arquivo: Tese/Dissertação

Link para o original

Resumo

O aumento da prevalência de obesidade nos últimos 50 anos coincidiu com o avanço na tecnologia de processamento de alimentos e aumento de venda e consumo de ultraprocessados. Estes alimentos geralmente são densos energeticamente, contêm grande quantidade de açúcar de adição, gordura saturada e sal, além de baixo teor de fibra, proteína, vitaminas e minerais, o que fomentou o desenvolvimento da classificação NOVA, que divide os alimentos de acordo com o grau de processamento em quatro grupos: in natura ou minimamente processado (G1), ingredientes culinários (G2), processados (G3) e ultraprocessados (UP). Diversos estudos populacionais sugerem uma forte associação entre consumo de UP e doenças metabólicas como obesidade e diabetes melitos tipo 2. Estudos recentes indicam que alimentos UP modificam a composição e o metabolismo da microbiota intestinal (MI), que participa ativamente da homeostase energética e da adiposidade do hospedeiro. Entretanto, ainda são escassos os estudos em humanos, e, até o momento, nenhum avaliou as espécies das bactérias intestinais, de acordo com a NOVA. O estudo tem por objetivo  avaliar a relação do consumo alimentar com o perfil metabólico e a MI de mulheres com obesidade, eutrofia e magreza constitucional. Essa tese foi composta pela compilação de dois artigos. O primeiro avaliou a associação de espécies da MI produtoras de butirato com parâmetros antropométricos, metabólicos e consumo alimentar. O segundo analisou a MI de acordo com o consumo de UP. A casuística consistiu em 59 mulheres de 18 a 40 anos (20 com obesidade, 20 com eutrofia e 19 com magreza constitucional). Foram avaliados o consumo alimentar (utilizando a classificação NOVA), os parâmetros antropométricos, clínicos e metabólicos e a MI (a partir do DNA bacteriano coletado de amostras fecais). Os resultados apontam que não houve diferença no consumo alimentar entre as mulheres com obesidade, eutrofia e magreza constitucional. A leptina ajustada para massa gorda associou-se positivamente com UP (p=0,049) e negativamente com alimentos in natura e minimamente processados (p=0,037). O consumo de UP e alimentos do G1 foi correlacionado a diferenças na abundância de 9 e 15 espécies, respectivamente. Ao analisar as espécies produtoras de butirato individualmente, Faecalibacterium prausnitzii, Clostridium sp. e Anaerostipes sp. correlacionaram-se a um melhor perfil metabólico, sendo que esta última se correlacionou diretamente com o consumo de alimentos in natura e minimamente processados. Por outro lado, as espécies Coprococcus catus e Coprococcus comes associaram-se a um pior perfil metabólico. A conclusão é a de que o consumo de alimentos UP foi diretamente associado a resistência à leptina, ao passo que a maior abundância de Anaerostipes sp. se correlacionou com melhor perfil metabólico e maior consumo de alimentos in natura e minimamente processado, sugerindo um efeito protetor relacionado ao consumo de alimentos do G1 em detrimento dos UP.