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Boletim

Boletim PBO

Boletim PBO: acompanhe o que realmente importa do universo da obesidade

Boletim PBO
Edição nº 18/2022 #26

Boletim PBO

  1. Publicado em: 13 de set de 2022

  2. Período: De 26 de Agosto a 08 de Setembro/2022

  3. Resenhas desta edição:
    1. Primeiros 2.200 dias de vida como janela de oportunidade de atuação multidisciplinar relativa à origem desenvolvimentista de saúde e doença: posicionamento da Associação Brasileira de Nutrologia

      Autores: Carlos Alberto Nogueira-de-Almeida, Durval Ribas Filho, Virgínia Resende Silva Weffort, Fábio da Veiga Ued, Carla Cristina João Nogueira-de-Almeida, Fábio Baiocco Nogueira, Marcelo Luis Steiner, Mauro Fisberg

      Fonte: International Journal of Nutrology

      Publicado em: 2022

      Tipo de arquivo: Artigo de periódico

    2. The menace of obesity to depression and anxiety prevalence

      Autores: Stephanie Fulton, Léa Décarie-Spain, Xavier Fioramonti, Bruno Guiard, Shingo Nakajima

      Fonte: Trends in Endocrinology &, Metabolism

      Publicado em: 2022

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Destaques do período

Eventos

  • O Painel Brasileiro de Obesidade (PBO) continua com o ciclo de lives semanais:

Publicações

Geral

  • 02 de setembro. A Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), em parceria com a Coordenação Geral de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde e com o Observatório de Políticas de Segurança Alimentar e Nutrição (OPSAN) da Universidade de Brasília lançaram o “Laboratório de Inovação de Educação Alimentar e Nutricional”. A iniciativa busca identificar, sistematizar e divulgar as práticas de educação alimentar e nutricional desenvolvidas por setores públicos, universidades, sociedade civil e populações tradicionais.

Fique de olho

  • 02 a 30 de setembro. Aberto o edital “Laboratório de Inovação em Saúde (LIS)” idealizado pela OPAS/OMS para identificar, sistematizar e divulgar experiências exitosas de Educação Alimentar e Nutricional com base nos dez anos do Marco de Referência de Educação Alimentar e Nutricional para Políticas Públicas. 
  • 13 de setembro. A Associação Brasileira de Nutrição (Asbran) realiza a última palestra do ciclo de debates do Guia Alimentar para a População Brasileira. Desta vez, o tema abordado será “Como utilizar o Guia Alimentar?” 
  • 18 a 22 de outubro. Congresso Internacional de Obesidade (ICO) realizado pela New Zealand Obesity Society e a Asia Oceania Association for the Study of Obesity, em colaboração com a World Obesity. O evento acontecerá em Melbourne, Austrália. A submissão de trabalhos (late breaking) está aberta até o dia 01 de setembro e as inscrições vão até 16 de setembro.

Agenda do Painel Brasileiro da Obesidade:

Fique de olho em nosso canal do Youtube! 

Quintas-feiras, às 11h.

  • 15 de setembro. Live de lançamento do Working Paper “Aspectos Genéticos da Obesidade”, elaborado pela pesquisadora do PBO professora Mayara Miranda.
  • 22 de setembro. Live “Impacto da obesidade na fertilidade masculina”, apresentado pela pesquisadora da Universidade do Estado de São Paulo (USP) Gabriela Laiber para divulgar como a obesidade pode causar infertilidade nos homens.

Primeiros 2.200 dias de vida como janela de oportunidade de atuação multidisciplinar relativa à origem desenvolvimentista de saúde e doença: posicionamento da Associação Brasileira de Nutrologia

Autores: Carlos Alberto Nogueira-de-Almeida, Durval Ribas Filho, Virgínia Resende Silva Weffort, Fábio da Veiga Ued, Carla Cristina João Nogueira-de-Almeida, Fábio Baiocco Nogueira, Marcelo Luis Steiner, Mauro Fisberg
Fonte: International Journal of Nutrology
Publicado em: 2022
Tipo de arquivo: Artigo de periódico
Link para o original

Por que o tema é relevante?

Diversas doenças que surgem no curso da vida têm sua origem nos primeiros anos de vida. Discutir os acontecimentos dessa fase da infância é essencial para prevenir ou minimizar seus impactos no futuro. 

Qual é o objetivo do artigo?

Expandir o debate sobre a  janela de oportunidades para promoção da saúde e prevenção de doença para os primeiros 2.200 dias, englobando do período pré-concepcional até os cinco anos de vida. 

Quais as principais conclusões?

Esta revisão integrativa da literatura encontrou evidências de que:

  • No período pré-concepcional (100 dias) e pré-natal (270 dias): 
    • Antes da concepção, a atenção deve ser direcionada para o fornecimento de um gameta saudável pelo pai (espermatozóide) e pela mãe (óvulo), além de um ambiente intra uterino adequado para o desenvolvimento fetal. 
      • Fatores paternos como tabagismo, ingestão excessiva de álcool, estado nutricional, idade e exposição a agentes químicos podem interferir na expressão do DNA do semên e na composição do plasma seminal e, consequentemente, prejudicar o desenvolvimento do embrião e do feto. 
      • Em relação à mulher, as pesquisas na área apontam a importância da alimentação  saudável, realização de  exercícios físicos,  ganho  de  peso  adequado  e  diminuição  da exposição  a  cigarro,  álcool  e  substâncias  sabidamente prejudiciais à saúde. A influência epigenética é particularmente relevante na gestação.  
  • Primeiro ao quinto ano de vida (1.830 dias): 
    • No começo da vida, as condições da gestação, o aleitamento materno exclusivo e a nutrição na primeira infância são fatores primordiais para o crescimento e desenvolvimento da criança. A alimentação e estilo de vida nesta fase contribuem para a programação metabólica precoce do indivíduo.
    • A exposição a uma alimentação saudável, incluindo a manutenção do aleitamento materno até os dois anos, contribui para a formação da microbiota intestinal, que irá se estabilizar aos cinco anos de idade. Alterações no microbioma intestinal estão associadas a doenças como doença inflamatória intestinal, asma, obesidade,   síndrome metabólica, doença cardiovascular, condições   imunomediadas, alergia  à  proteína  do  leite  de  vaca  e  alterações  do neurodesenvolvimento.
    • O estresse ambiental na primeira infância, como a pobreza extrema, má alimentação, violência física e psicológica, falta de estímulo educacional e depressão materna grave, podem afetar a arquitetura cerebral e comprometer o aprendizado, comportamento e saúde física e mental ao longo da vida. 
    • O período dos três aos cinco anos de idade é um momento de maior autonomia da criança. Nesta fase, inadequações  nutricionais  por insegurança alimentar, seletividade e hábitos alimentares pouco saudáveis, além da menor velocidade de crescimento, podem favorecer o ganho excessivo de peso. 
    • Nos primeiros anos de vida (até os cinco anos de idade) ocorre um intenso crescimento e desenvolvimento cognitivo, motor e neurológico. Fatores genéticos e nutricionais, estresse, privação emocional (de carinho, de empatia ou de proteção), condições socioeconômicas e patológicas podem interferir na arquitetura cerebral.

Diante deste contexto, a Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição (SBAN) recomenda que:

  • O  clássico período dos “primeiros 1.000 dias” continue sendo  entendido como importante para os cuidados à saúde pediátrica;
  • Os “primeiros  2.200  dias”  sejam considerados  uma  janela ampliada  de  puericultura  e  intervenção,  em benefício  da  saúde  presente  e  futura  das crianças.

The menace of obesity to depression and anxiety prevalence

Autores: Stephanie Fulton, Léa Décarie-Spain, Xavier Fioramonti, Bruno Guiard, Shingo Nakajima
Fonte: Trends in Endocrinology &, Metabolism
Publicado em: 2022
Link para o original

Por que o tema é relevante?

A obesidade pode contribuir para o aumento da prevalência de depressão e ansiedade. Fatores associados ao excesso de peso, como as alterações metabólicas e vasculares, incluindo a inflamação e a resistência à insulina e leptina, aumentam o risco para os transtornos de humor.

Qual é o objetivo do artigo?

Apresentar evidências sobre como a obesidade aumenta o risco de depressão e ansiedade. Além disso, esta revisão busca esclarecer as causas da obesidade e como elas influenciam os processos neurais e comportamentais no indivíduo, podendo levar a alterações emocionais e de humor.

Quais as principais conclusões?

Pessoas com obesidade, particularmente na presença de síndrome metabólica, tendem a manifestar uma forma atípica de depressão, caracterizada por anedonia (ausência de prazer), hiperfagia (alimentação em excesso), letargia e hipersonia (sonolência excessiva). Esta apresentação da depressão tem forte associação com a inflamação central e periférica da obesidade. O processo inflamatório contribui para a baixa resposta ao tratamento medicamentoso, o que pode se perpetuar em um ciclo vicioso em que a depressão aumenta a chance de ganho de peso e de alterações metabólicas. Estes, por sua vez, favorecem a progressão do quadro depressivo. 

A alimentação por si só pode ter efeitos na fisiologia cerebral. Um conjunto de evidências mostra os prejuízos que o consumo prolongado de uma dieta rica em gorduras e açúcares (frutose e sacarose) podem ter no metabolismo e na saúde mental. Estudos apontam que a ingestão de gorduras saturadas, somada à inflamação crônica gerada pela obesidade, têm associação com maiores índices de sofrimento emocional pela pessoa.

A microbiota intestinal também tem relação com a depressão. A disbiose intestinal pode ser fonte de endotoxinas, que sabidamente contribuem para o processo inflamatório, resistência insulínica e alteração da saúde mental. 

Outros mecanismos corroboram a associação entre obesidade e os transtornos de humor (depressão e ansiedade). Merecem destaque as alterações dos neurotransmissores serotonina e dopamina. Contudo, não está claro se os efeitos deletérios nesses neurotransmissores são causa ou consequência da  obesidade e depressão. Além disso, diversos hormônios envolvidos na regulação endócrina do humor podem estar alterados na obesidade, por exemplo: o cortisol, a insulina e a leptina. É importante citar ainda a adiponectina, resistina e grelina, cujos efeitos nas regiões cerebrais que controlam o humor são menos conhecidos. 

Finalmente, a inflamação, o processo imunometabólico e a resistência insulínica têm impacto na arquitetura cerebral em regiões motoras e de recompensa, tanto cortical quanto subcortical, responsáveis pelo controle do humor.

O tratamento para a depressão e ansiedade em pessoas com obesidade deve ir além do uso de antidepressivos visto que sua eficácia pode ser baixa. Evidências apontam o caminho para o controle do metabolismo energético combinado com outras abordagens como dieta (incluindo alimentos antiinflamatórios e probióticos), psicoterapia, cirurgia bariátrica e/ou tratamento para diabetes mellitus.