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Determinantes das práticas de aleitamento materno nos primeiros dois anos de vida na coorte MINA-Brasil

Tese/Dissertação
Determinantes das práticas de aleitamento materno nos primeiros dois anos de vida na coorte MINA-Brasil
2023
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Ficha da publicação

Nome da publicação: Determinantes das práticas de aleitamento materno nos primeiros dois anos de vida na coorte MINA-Brasil

Autores: Paola Soledad Mosquera

Publicado em: 2023

Tipo de arquivo: Tese/Dissertação

Link para o original

Resumo

As práticas de alimentação no início da vida podem afetar diretamente o desenvolvimento, crescimento e a sobrevivência infantil. Entre os indicadores de saúde infantil propostos pela Organização Mundial da Saúde, a frequência e a duração das práticas de aleitamento materno (AM) até os dois anos de vida, e os fatores relacionados, são fundamentais para o monitoramento das ações para promoção, proteção e apoio à amamentação. Objetivos: a) Identificar as evidências disponíveis em estudos longitudinais sobre a frequência do aleitamento materno exclusivo (AME) aos 30 dias de vida (artigo 1); b) Investigar a associação entre ganho de peso gestacional (GPG) e desfechos perinatais em gestantes Amazônicas (artigo 2); c) Examinar o papel do GPG excessivo e das práticas de amamentação no índice de massa corporal (IMC) aos 2 anos de idade na primeira coorte de nascimentos de base populacional na Amazônia brasileira (artigo 3); e d) Identificar os preditores da interrupção do AME antes dos seis meses de vida e do AM antes dos dois anos de idade em crianças Amazônicas (artigo 4). Métodos: Trata-se de revisão integrativa da literatura (artigo1) e análises de dados do estudo de coorte de nascimentos MINA-Brasil: Materno-INfantil no Acre (artigos 2, 3 e 4). Mães e seus bebês nascidos entre julho de 2015 e de junho de 2016 na única maternidade do município de Cruzeiro do Sul foram convidados a participar do estudo. As participantes foram entrevistadas logo após o parto e em avaliações de seguimento aos 30-45 dias, 6 meses, 1 e 2 anos sobre dados socioeconômicos, demográficos, práticas alimentares e condições de saúde e morbidade materno-infantil. Regressão de Poisson com estimativas robustas, regressão linear (artigo 2 e 3), e modelos de regressão de Cox estendido (artigo 4) foram utilizados para investigar as associações de interesse. As análises foram realizadas em Stata 15.0, ao nível de significância de p<0,05. Resultados: No artigo 1, foram selecionados 17 estudos originais. Apesar das diferenças metodológicas entre eles, em relação ao tipo e tamanho de amostra, a definição do AME e método de mensuração, os resultados indicam alta taxa de início da amamentação (≥86%) e ampla variação da ocorrência de AME aos 30 dias de vida (4,5%- 86%), com declínio substancial (<60%) em 63% dos locais investigados. No artigo 2, seguindo as recomendações do Instituto de Medicina (IOM, n = 1305), a frequência de GPG insuficiente e excessivo foram semelhantes (32%). O GPG excessivo foi associado a maior escore-z de peso ao nascer (PN); maior risco de macrossomia, grande para a idade gestacional (GIG) e cesariana; e menor risco de baixo peso ao nascer (BPN) e ser pequeno para a idade gestacional (PIG). O GWG insuficiente foi associado a escore-z de PN mais baixo. Entre as mulheres com IMC pré-gestacional normal (n = 658), o GPG inapropriado foi elevado segundo o IOM (66%) e o Intergrowth-21st (42%). Ambos os métodos indicaram que os recém-nascidos de mulheres com GPG excessivo apresentaram maiores escore-z de PN, e maior risco de macrossomia e GIG. Mulheres com GPG abaixo dos padrões intergrowth-21st tiveram maior probabilidade de dar à luz um bebê PIG e com escores-z de PN mais baixos. No artigo 3 (n = 743), o GPG excessivo e o AM<1 ano foram associados a maior escore-z de IMC aos 2 anos de idade após ajuste por covariáveis. No artigo 4 (n = 1145), a probabilidade de AME até 6 meses foi 11,8% e a de AM até 2 anos 34,5%. Entre crianças nascidas a termo, os preditores da interrupção precoce do AME foram a mãe ser primípara, alimentar o bebê com pré-lácteos, o uso de chupeta no período perinatal e a ocorrência de diarreia nas duas primeiras semanas de vida. Os preditores da interrupção precoce do AM foram a criança ser do sexo masculino, o uso de chupeta no período perinatal e o AME menor a 3 meses. Conclusão: Entre crianças amazônicas brasileiras a duração das práticas de aleitamento materno foi consideravelmente menor do que as recomendações internacionais. Os preditores para a interrupção precoce da amamentação identificados nesta coorte de nascimentos devem ser considerados para avaliar estratégias locais e desenvolver intervenções para alcançar um comportamento ideal de amamentação.