Por que o tema é relevante?

A doença hepática gordurosa não-alcoólica (DHGNA) é a condição hepática crônica mais prevalente na pediatria. Sua incidência é elevada em crianças e adolescentes com obesidade e está relacionada ao maior risco de progressão da doença. Atualmente, as intervenções no estilo de vida constituem a abordagem inicial de tratamento.

Qual é o objetivo do artigo?

Atualizar sobre o tratamento da doença hepática gordurosa não-alcoólica, destacando estratégias nutricionais específicas.

Quais as principais conclusões?

O estudo identificou cinco estratégias dietéticas para o tratamento da DHGNA em crianças e adolescentes: dieta com baixo teor de energia, gordura saturada, açúcares e frutose (provenientes de xaropes, sucos de frutas ou associados à glicose), além da dieta do Mediterrâneo. Também foram analisados estudos clínicos que envolveram nutrientes específicos, como ácidos graxos poli-insaturados do tipo n-3 (EPA e DHA), aminoácidos (cisteína, L-carnitina), vitaminas (D e E) e probióticos. 

Com exceção da dieta do Mediterrâneo, os resultados obtidos não forneceram evidências suficientes para recomendar essas intervenções no tratamento da DHGNA. É relevante destacar que a dieta do Mediterrâneo apresenta efeitos positivos na perda de peso, melhora do perfil lipídico, redução da esteatose hepática e dos níveis das enzimas hepáticas. Essa dieta é caracterizada por ser baixa em açúcares, moderada em gorduras saturadas e rica em gorduras monoinsaturadas, peixe e antioxidantes. Apesar dos resultados favoráveis, sua adoção não exclui a importância de outras modificações no estilo de vida no tratamento da doença. A ênfase em uma alimentação saudável e na prática regular de atividade física permanece como a principal recomendação, conforme as diretrizes da Sociedade Norte-Americana de Gastroenterologia, Hepatologia e Nutrição Pediátrica (NASPGHAN, na sigla em inglês) e da Associação Americana para o Estudo das Doenças Hepáticas (AASLD, na sigla em inglês).