Resumo traduzido por

Fundo
Juntamente com o aumento da prevalência de sobrepeso e obesidade no Brasil, espera-se que haja aumento dos custos diretos de saúde relacionados ao câncer. Neste trabalho, estimamos os custos econômicos do câncer atribuíveis ao excesso de peso no Sistema Único de Saúde (SUS), segundo sexo, tipo de câncer e localização geográfica (Unidades da Federação).

Métodos
A fração atribuível populacional (FAP) de quinze tipos de câncer foi estimada usando dados de índice de massa corporal (IMC) de 85.715 adultos (≥ 20 anos) envolvidos na Pesquisa Nacional de Saúde de 2019 e riscos relativos de câncer de uma meta-análise. Os procedimentos hospitalares e ambulatoriais e os custos do tratamento do câncer foram obtidos nos sistemas do SUS.

Resultados
Os custos dos cancros incluídos neste estudo foram de mil milhões de dólares em 2019, dos quais 9% ou 95 milhões de dólares foram atribuíveis ao excesso de peso e à obesidade. Os PAF foram mais elevados nos homens (11 %) do que nas mulheres (8 %), enquanto os custos atribuíveis ao cancro foram mais elevados nas mulheres (55 milhões de dólares int.) do que nos homens (40 milhões de dólares int.). Os cancros com os maiores PAFs foram o cancro do endométrio (40%) e o cancro do esófago (26%), enquanto os cancros com os custos atribuíveis mais elevados foram o cancro colorretal (Int$ 25 milhões) e o cancro da mama (Int$ 24 milhões).

Conclusão
O excesso de peso foi responsável por aproximadamente US$ 95 milhões (9%) de custos diretos com a saúde do câncer no Brasil. Políticas públicas e programas destinados a incentivar dietas saudáveis ​​e atividade física podem diminuir a carga econômica do câncer no Brasil.