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Estimativa da participação de alimentos ultraprocessados nos municípios brasileiros

Favoritos do PBO Artigo de periódico
Estimativa da participação de alimentos ultraprocessados nos municípios brasileiros
2025
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Ficha da publicação

Nome da publicação: Estimativa da participação de alimentos ultraprocessados nos municípios brasileiros

Autores: Leandro Teixeira Cacau; Maria Helena D’Aquino Benicio; Renata Bertazzi Levy; Maria Laura da Costa Louzada

Fonte: Rev. Saúde Pública

Publicado em: 2025

Tipo de arquivo: Artigo de periódico

Tipo de estudo: Estudo observacional

Link para o original

Resumo

Estimar a participação calórica de alimentos ultraprocessados (% AUP) nos 5.570 municípios brasileiros.
A estimativa de % AUP nos municípios foi realizada a partir de um modelo estatístico de predição construído com base nos dados de 46.164 indivíduos com idades >10 anos participantes da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF 2017–2018). Regressão linear múltipla foi usada para estimar a % média de AUP (medida por meio de dois recordatórios alimentares de 24 h) em função das variáveis preditoras (sexo, idade, renda, escolaridade, raça/cor, urbanidade, Unidades da Federação e localização geográfica). O modelo foi avaliado quanto a sua adequabilidade por meio de análise de resíduos e pela comparação entre valores preditos pelo modelo e mensurados diretamente na POF 2017–2018 por meio do coeficiente de correlação-concordância de Lin (CCC). Os coeficientes lineares obtidos no modelo de regressão linear múltiplo foram aplicados aos dados sociodemográficos da amostra do Censo de 2010 (aferidos de forma semelhante à da POF) para estimar o % de AUP de cada um dos municípios.
O modelo estatístico mostrou-se adequado, apresentando distribuição normal dos resíduos e um CCC de 0,87, indicando concordância quase perfeita. Foi observada uma heterogeneidade na distribuição das estimativas de % AUP, variando de 5,75% em Aroeiras do Itaim (PI) a 30,5% em Florianópolis (SC). As estimativas de % AUP foram mais altas (>20%) em municípios da região Sul e do estado de São Paulo. As capitais apresentam maiores estimativas de participação calórica de alimentos ultraprocessados em relação aos demais municípios de seus estados.
O modelo preditivo revelou diferenças de % AUP entre os municípios brasileiros. As estimativas geradas podem contribuir para o monitoramento do consumo alimentar de ultraprocessados no nível municipal e fortalecer e subsidiar a criação de políticas públicas focadas na promoção da alimentação saudável.

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Por que o tema é relevante?

O consumo de alimentos ultraprocessados está associado a uma série de problemas de saúde pública e no impacto negativo no meio ambiente. Contudo, apesar de seu crescente aumento no Brasil, o impacto em nível municipal não era estimado, dificultando o planejamento e monitoramento de políticas públicas locais.

Qual é o objetivo do estudo?

Estimar a participação calórica de alimentos ultraprocessados (AUP) nos 5.570 municípios brasileiros. 

Quais as principais conclusões?

Os autores desenvolveram um modelo estatístico preditivo baseado em dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2017–2018 e do Censo Demográfico de 2010, considerando variáveis sociodemográficas como idade, sexo, renda, escolaridade, raça/cor, urbanidade e localização geográfica.
O modelo estimou a participação calórica de alimentos ultraprocessados nos 5.570 municípios brasileiros e revelou um padrão de heterogeneidade nacional, refletindo desigualdades socioeconômicas e demográficas. Municípios com maior proporção de habitantes com renda per capita superior a 5 salários mínimos e aqueles com maior grau de urbanização, apresentaram estimativas elevadas de AUP, geralmente acima de 20%. Essa tendência foi especialmente evidente nos estados do Sul e em capitais estaduais, como Florianópolis, que atingiu 30,5%.
Por outro lado, municípios com menores índices de renda e maior população rural, como os localizados no Piauí e Tocantins, registraram as menores estimativas de AUP, algumas inferiores a 6%. Embora apresentem menor consumo de AUP, não necessariamente reflete uma alimentação mais saudável, nessas localidades, o padrão alimentar pode estar restrito a itens básicos e pobres em diversidade, como arroz, feijão, farinha e açúcar, com baixa presença de frutas, legumes e verduras.
A produção de estimativas municipais é essencial para compreender as desigualdades regionais no consumo de ultraprocessados e orientar políticas públicas. Essas estimativas apoiam ações locais como adesão ao Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sisan), ampliação de programas como Restaurantes Populares e Cozinhas Solidárias, e restrição de ultraprocessados em escolas. Além disso, as cidades com alto consumo devem ser priorizadas em políticas públicas de enfrentamento da insegurança alimentar, como é o caso das capitais brasileiras incluídas na Estratégia Nacional “Alimenta Cidades”.