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Impacto das mídias sociais sobre a insatisfação corporal e risco de transtornos alimentares e depressão em estudantes da Universidade Federal de Ouro Preto

Tese/Dissertação
Impacto das mídias sociais sobre a insatisfação corporal e risco de transtornos alimentares e depressão em estudantes da Universidade Federal de Ouro Preto
2019
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Ficha da publicação

Nome da publicação: Impacto das mídias sociais sobre a insatisfação corporal e risco de transtornos alimentares e depressão em estudantes da Universidade Federal de Ouro Preto

Publicado em: 2019

Tipo de arquivo: Tese/Dissertação

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Resumo

O uso da internet aumentou de forma significativa nos últimos anos em toda população. Os conteúdos midiáticos exercem importante influência na vida social e pessoal dos universitários, e isso os tornam um público vulnerável ao que as mídias sociais publicam e compartilham. O envolvimento com mídias sociais, que não retrata necessariamente a “vida real”, pode gerar comportamentos de insatisfação, vazio, tristeza e impactar na satisfação corporal e distorção da imagem corporal pela crença em um ideal de beleza ou padrão estético, levando a práticas alimentares não saudáveis ou inadequadas. Paralelamente a este fato, o aumento da prevalência de depressão, insatisfação corporal e transtornos alimentares em jovens tem sido um fator de grande preocupação em termos de saúde pública. Diante disso, o objetivo deste estudo foi avaliar a associação do uso de mídias sociais na insatisfação corporal e como esses fatores colaboram para a ocorrência de transtornos alimentares, depressão, ansiedade e estresse em estudantes da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Para isso foram elaborados e disponibilizados questionários na versão online para a coleta de dados sobre a utilização de mídias sociais, a insatisfação corporal, o risco de depressão e de transtornos alimentares. Foram utilizadas as versões traduzidas e validadas do Eating Attitude test- 26 (EAT -26) para a avaliação do risco de transtorno alimentar; o Body Shape Questionaire (BSQ) para a avaliação da insatisfação corporal e o Depression Anxiety and Stress Scale (DASS-21) para depressão, ansiedade e estresse. Para avaliar o uso excessivo de internet foi utilizado o Internet Addiction Test (IAT) e para avaliar o envolvimento em fotos publicadas nas mídias sociais foram utilizadas as escalas Self Photo Manipulation scale, e a Self Photo Investment scale. A amostra foi composta por 647 estudantes de graduação da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), sendo 65,5% do sexo feminino e apresentando uma idade média de 24,78 ± 6,07 anos. A maioria dos estudantes possuía as mídias sociais Facebook e Instagram, dispendendo mais tempo no Instagram, sendo que 36% apresentavam algum problema relativo ao uso excessivo de internet. Quanto aos distúrbios de ordem psicológica, a maior parte dos entrevistados apresentava algum grau de estresse, ansiedade, sintomas depressivos; 33,5% algum grau de insatisfação corporal e 42,3% tinham risco de desenvolvimento de transtornos alimentares. Usuários de mídias sociais, especialmente Instragram, possuíam maior insatisfação corporal e risco de desenvolvimento de transtornos alimentares, depressão, ansiedade e estresse, e este efeito era proporcional ao tempo de uso. Houve correlação positiva entre manipulação e investimento em fotos e a insatisfação corporal, bem como com os desfechos psicológicos. Maiores escores de insatisfação corporal, estresse, ansiedade, depressão e de chance de desenvolver transtorno alimentar foram encontrados para o sexo feminino; maior insatisfação corporal e escores de depressão e transtorno alimentar em indivíduos com excesso de peso; e de ansiedade e depressão em estudantes dos cursos de ciências humanas; e menores escores de transtornos alimentares em estudantes de cursos de ciências exatas. A associação entre manipulação e investimento em fotos, uso excessivo de internet e insatisfação corporal, estresse, depressão e ansiedade foi positiva mesmo após ajuste por sexo, área de estudo e estado nutricional. Sendo assim, o uso de mídias sociais, sobretudo o Instagram, esteve associado à insatisfação corporal e, consequentemente, à chance de desenvolver transtornos alimentares, e distúrbios psicológicos em estudantes universitários.