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Primeiros 2.200 dias de vida como janela de oportunidade de atuação multidisciplinar relativa à origem desenvolvimentista de saúde e doença: posicionamento da Associação Brasileira de Nutrologia

Favoritos do PBO Artigo de periódico
Primeiros 2.200 dias de vida como janela de oportunidade de atuação multidisciplinar relativa à origem desenvolvimentista de saúde e doença
2022
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Ficha da publicação

Nome da publicação: Primeiros 2.200 dias de vida como janela de oportunidade de atuação multidisciplinar relativa à origem desenvolvimentista de saúde e doença: posicionamento da Associação Brasileira de Nutrologia

Autores: Carlos Alberto Nogueira-de-Almeida, Durval Ribas Filho, Virgínia Resende Silva Weffort, Fábio da Veiga Ued, Carla Cristina João Nogueira-de-Almeida, Fábio Baiocco Nogueira, Marcelo Luis Steiner, Mauro Fisberg

Fonte: International Journal of Nutrology

Publicado em: 2022

Tipo de arquivo: Artigo de periódico

Link para o original

Resumo

Introdução: A partir do início do século XXI, um novo conceito começou a emergir nos meios científicos e sociais: os primeiros 1.000 dias de vida. Nessa mesma linha um movimento internacional iniciado no mesmo período começou a discutir sobre a “origem desenvolvimentista da saúde e da doença”. Inúmeros problemas que acometem o ser humano em todo seu ciclo de vida têm seu início nos primeiros anos e, muitas vezes, podem ser evitados ou minimizados quando precocemente reconhecidos e abordados. O presente documento discute, com base na literatura científica, a ideia de expansão da janela de oportunidades para um período de 2.200 dias, englobando desde a fase préconcepcional até o final do quinto ano de vida. Métodos: Foram revisados de forma integrativa os artigos científicos publicados até o ano de 2022 nas bases de dados Pubmed/Medline, SciELO, Google Acadêmico e Lilacs, nas línguas portuguesa, inglesa e espanhola. A busca de artigos foi direcionada aos temas referentes a alvos de intervenção que pudessem impactar na saúde presente e futura da criança. Resultados: Foram estudados aspectos biológicos, sociais e psicológicos em cinco fases: préconcepcional, gestacional, primeiro ano, segundo ano e terceiro ao quinto ano de vida. Os dados obtidos mostram a importância de ampliação do período de maior atenção profissional no começo da vida. Conclusão: A Associação Brasileira de Nutrologia recomenda a janela de 2.200 dias (100 dias na pré-concepção + 270 dias de gestação + 1.830 dias do primeiro ao quinto ano de vida) como período ideal de atuação profissional com vistas à garantia de saúde presente e futura das crianças.

Resumo traduzido por

Introdução: A partir do início do século XXI, um novo conceito começou a emergir nos meios científicos e sociais: os primeiros 1.000 dias de vida. Nessa mesma linha um movimento internacional iniciado no mesmo período começou a discutir sobre a “origem desenvolvimentista da saúde e da doença”. Inúmeros problemas que acometem o ser humano em todo o seu ciclo de vida têm seu início nos primeiros anos e, muitas vezes, podem ser evitados ou minimizados quando precocemente identificados e incluídos. O presente documento discute, com base na literatura científica, a ideia de expansão da janela de oportunidades para um período de 2.200 dias, englobando desde a fase pré-concepcional até o final do quinto ano de vida. Métodos: Foram revisados ​​de forma integrativa os artigos científicos publicados até o ano de 2022 nas bases de dados Pubmed/Medline, SciELO, Google Acadêmico e Lilacs, nas línguas portuguesa, inglesa e espanhola. A busca de artigos foi direcionada a temas referentes a alvos de intervenção que possam impactar na saúde presente e futura da criança. Resultados: Foram treinados aspectos biológicos, sociais e psicológicos em cinco fases: pré-concepcional, gestacional, primeiro ano, segundo ano e terceiro ao quinto ano de vida. Os dados obtidos mostram a importância de ampliação do período de maior atenção profissional no começo da vida. Conclusão: A Associação Brasileira de Nutrologia recomenda uma janela de 2.200 dias (100 dias na pré-concepção + 270 dias de gestação + 1.830 dias do primeiro ao quinto ano de vida) como período ideal de atuação profissional com vistas à garantia de saúde presente e futura das crianças.

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Por que o tema é relevante?

Diversas doenças que surgem no curso da vida têm sua origem nos primeiros anos de vida. Discutir os acontecimentos dessa fase da infância é essencial para prevenir ou minimizar seus impactos no futuro. 

Qual é o objetivo do artigo?

Expandir o debate sobre a  janela de oportunidades para promoção da saúde e prevenção de doença para os primeiros 2.200 dias, englobando do período pré-concepcional até os cinco anos de vida. 

Quais as principais conclusões?

Esta revisão integrativa da literatura encontrou evidências de que:

  • No período pré-concepcional (100 dias) e pré-natal (270 dias): 
    • Antes da concepção, a atenção deve ser direcionada para o fornecimento de um gameta saudável pelo pai (espermatozóide) e pela mãe (óvulo), além de um ambiente intra uterino adequado para o desenvolvimento fetal. 
      • Fatores paternos como tabagismo, ingestão excessiva de álcool, estado nutricional, idade e exposição a agentes químicos podem interferir na expressão do DNA do semên e na composição do plasma seminal e, consequentemente, prejudicar o desenvolvimento do embrião e do feto. 
      • Em relação à mulher, as pesquisas na área apontam a importância da alimentação  saudável, realização de  exercícios físicos,  ganho  de  peso  adequado  e  diminuição  da exposição  a  cigarro,  álcool  e  substâncias  sabidamente prejudiciais à saúde. A influência epigenética é particularmente relevante na gestação.  
  • Primeiro ao quinto ano de vida (1.830 dias): 
    • No começo da vida, as condições da gestação, o aleitamento materno exclusivo e a nutrição na primeira infância são fatores primordiais para o crescimento e desenvolvimento da criança. A alimentação e estilo de vida nesta fase contribuem para a programação metabólica precoce do indivíduo.
    • A exposição a uma alimentação saudável, incluindo a manutenção do aleitamento materno até os dois anos, contribui para a formação da microbiota intestinal, que irá se estabilizar aos cinco anos de idade. Alterações no microbioma intestinal estão associadas a doenças como doença inflamatória intestinal, asma, obesidade,   síndrome metabólica, doença cardiovascular, condições   imunomediadas, alergia  à  proteína  do  leite  de  vaca  e  alterações  do neurodesenvolvimento.
    • O estresse ambiental na primeira infância, como a pobreza extrema, má alimentação, violência física e psicológica, falta de estímulo educacional e depressão materna grave, podem afetar a arquitetura cerebral e comprometer o aprendizado, comportamento e saúde física e mental ao longo da vida. 
    • O período dos três aos cinco anos de idade é um momento de maior autonomia da criança. Nesta fase, inadequações  nutricionais  por insegurança alimentar, seletividade e hábitos alimentares pouco saudáveis, além da menor velocidade de crescimento, podem favorecer o ganho excessivo de peso. 
    • Nos primeiros anos de vida (até os cinco anos de idade) ocorre um intenso crescimento e desenvolvimento cognitivo, motor e neurológico. Fatores genéticos e nutricionais, estresse, privação emocional (de carinho, de empatia ou de proteção), condições socioeconômicas e patológicas podem interferir na arquitetura cerebral.

Diante deste contexto, a Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição (SBAN) recomenda que:

  • O  clássico período dos “primeiros 1.000 dias” continue sendo  entendido como importante para os cuidados à saúde pediátrica;
  • Os “primeiros  2.200  dias”  sejam considerados  uma  janela ampliada  de  puericultura  e  intervenção,  em benefício  da  saúde  presente  e  futura  das crianças.