Resumo traduzido por

O recente aumento exponencial das taxas de cesarianas (CS) em muitos países, incluindo o Gana, exige uma compreensão das potenciais consequências a longo prazo para a saúde infantil. O presente estudo investigou a relação entre o parto cesáreo e o risco de sobrepeso/obesidade infantil. Um estudo de coorte retrospectivo foi realizado de outubro de 2019 a março de 2020 em Gana. Utilizando uma amostragem em múltiplas fases, foram seleccionados 553 pares mãe-filho com idades compreendidas entre os 6 e os 23 meses, em dez unidades de saúde durante os serviços da clínica de bem-estar infantil (CWC). Avaliamos a associação entre tipo de parto (cesariana versus vaginal) e subsequente índice de massa corporal para idade (IMC/escore Z de idade) por meio de análise de regressão linear multivariada hierárquica. A prevalência de sobrepeso/obesidade (escore Z de IMC/idade > +2 DP) em crianças foi de 3⋅6%. Após ajuste para ganho de peso gestacional materno, macrossomia e práticas de alimentação infantil, as crianças que nasceram através de CS tiveram BAZ médio que foi 0⋅105 unidades padrão significativamente maior do que seus colegas que nasceram através de parto normal [coeficiente beta (β) 0⋅105 , (IC 95% 0⋅03, 0⋅55)]. O nascimento SC também foi associado a chances 3⋅2 vezes maiores de sobrepeso/obesidade do que o parto vaginal (AOR 3⋅23; IC 95% 1⋅14, 9⋅13). Consequentemente, a entrega de CS foi associada positivamente ao aumento da massa corporal (adiposidade) na amostra do estudo. A associação entre parto cesáreo e risco de obesidade infantil foi atenuada após ajuste para macrossomia. Esses resultados seriam importantes para informar os médicos e as gestantes ao considerar o parto cesáreo.