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Violência doméstica, obesidade e desnutrição em pessoas idosas de uma capital do Sul do Brasil – Estudo EpiFloripa Idoso

Favoritos do PBO Artigo de periódico
Violência doméstica, obesidade e desnutrição em pessoas idosas de uma capital do Sul do Brasil – Estudo EpiFloripa Idoso
2024
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Ficha da publicação

Nome da publicação: Violência doméstica, obesidade e desnutrição em pessoas idosas de uma capital do Sul do Brasil – Estudo EpiFloripa Idoso

Autores: Carolina Abreu Henn De Araújo, Deise Warmling, Pierre Guedes Araújo, Elza Berger Salema Coelho

Fonte: Ciência &, Saúde Coletiva

Publicado em: 2024

Tipo de arquivo: Artigo de periódico

Link para o original

Resumo

O objetivo deste artigo foi verificar a associação entre a violência doméstica com a obesidade e a desnutrição em pessoas idosas de Florianópolis, Santa Catarina, Brasil. Estudo transversal avaliados na coorte EpiFloripa Idoso em 2013/2014. Os desfechos foram o índice de massa corporal (IMC) e a obesidade abdominal (CC aumentada). A violência contra pessoa idosa foi mensurada através do instrumento HawlekSengstock Elder Abuse Screening Test (H-S/EAST), e a VPI por meio do instrumento Conflict Tatics Scales Form R (CTS-1). Utilizou-se modelos de regressão logística e regressão logística multinomial. Observou-se que os homens apresentaram maior chance de obesidade abdominal quando em situação de violência. Já as mulheres apresentaram maior chance de obesidade abdominal em situação de abuso direto quando sofreram violência por parceiro íntimo (VPI) e quando foram perpetradoras desta violência. Em relação ao IMC, as mulheres idosas em situação de violência e que sofreram VPI foram associadas às maiores chances de sobrepeso. Em contrapartida, os homens em situação de vulnerabilidade demonstraram maior chance de baixo peso. Conclui-se que a violência contra pessoa idosa e a VPI geram impacto assimétrico sobre o estado nutricional em relação ao sexo.

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Por que o tema é relevante?

A violência doméstica é um fator psicossocial importante que afeta negativamente o estado nutricional das pessoas idosas, agravando problemas como obesidade e desnutrição. Com o aumento da obesidade nessa faixa etária, é essencial investigar os fatores que a influenciam.

Qual é o objetivo do estudo?

Verificar a associação entre a violência doméstica e o estado nutricional de idosos, especificamente a obesidade e a desnutrição, na cidade de Florianópolis, Santa Catarina. 

Quais as principais conclusões?

Os achados apontam uma relação entre violência e sobrepeso/obesidade, em que indivíduos com excesso de peso podem ganhar mais peso diante de situações de violência, enquanto pessoas eutróficas ou desnutridas podem perder peso quando submetidas a essas situações​. Além disso, observou-se que existe uma diferença na forma como o estresse e as condições sociais têm efeitos diferentes nos sexos​.
Mulheres que sofreram violência por parceiro íntimo (VPI) ou que foram perpetradoras de violência têm maior chance de desenvolver obesidade abdominal e sobrepeso. Uma vez que, a violência causa estresse crônico, que leva a comportamentos prejudiciais, como compulsão alimentar e consumo de alimentos não saudáveis, além de afetar o metabolismo, promovendo o acúmulo de gordura. O impacto psicológico da violência, como ansiedade e depressão, altera os padrões alimentares, contribuindo para o ganho de peso.
Homens em situações de violência têm maior chance de desenvolver obesidade abdominal, mas em casos de maior vulnerabilidade, podem ter risco de baixo peso. Isso ocorre porque a violência associada a fatores como baixa renda e falta de apoio social pode causar perda de apetite, isolamento social e depressão, aumentando o risco de baixo peso.
Esses resultados têm implicações importantes para a saúde pública, pois revelam como fatores psicossociais, como a violência, podem afetar a saúde física de uma das populações mais vulneráveis, e corroboram com a necessidade de políticas públicas e intervenções de longo prazo voltadas para a prevenção da violência doméstica e a proteção dos idosos, com ênfase em estratégias que levem em consideração as diferenças de gênero.