Resumo traduzido por

Antecedentes O efeito dominante da idade na mortalidade por COVID-19 obscurece o impacto de outros fatores de risco. Embora os idosos corram um risco maior de doença grave e morte devido à COVID-19, a interação entre obesidade e idade não foi cuidadosamente avaliada. Esta análise é especialmente crítica para priorizar grupos que receberão a vacinação contra a COVID-19. Métodos A partir de 1.120.767 indivíduos não vacinados registrados em um sistema de vigilância brasileiro, selecionamos 313.898 pacientes hospitalizados com COVID-19 com idades entre 20 e 89 anos que apresentavam IMC ≥ 25 kg/m2 e doenças cardiovasculares (DCV) ou diabetes, bem como indivíduos sem risco fatores associados à COVID-19 grave. Os dados dos pacientes foram estratificados por idade, obesidade, IMC e comorbidades e, posteriormente, submetidos a odds ratio bruta e ajustada, taxa de risco e curvas de Kaplan-Meier. Os desfechos da doença foram suporte ventilatório invasivo e não invasivo, internação na unidade de terapia intensiva (UTI) e óbito. Achados A obesidade por si só é um fator de risco para mortalidade hospitalar e é mais significativa do que doenças cardiovasculares e diabetes. Além disso, a obesidade, as doenças cardiovasculares e a diabetes aumentam o risco de gravidade e morte por COVID-19 de forma mais significativa em adultos jovens do que em idosos. Ao categorizar os pacientes por classes de obesidade, constatou-se que a gravidade da obesidade está associada a um maior risco de internação em UTI e morte por COVID-19 do que a população adulta jovem ou idosa não obesa. Interpretação Nossas descobertas destacam o risco aumentado de COVID-19 grave em jovens obesos brasileiros. Como o SARS-CoV-2 pode tornar-se uma infecção sazonal recorrente, futuras campanhas de vacinação contra a COVID-19 devem priorizar os jovens obesos.