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Boletim

Boletim PBO

Boletim PBO: acompanhe o que realmente importa do universo da obesidade

Boletim PBO
Edição nº 01/2021 #01

Boletim PBO

  1. Publicado em: 24 de ago de 2021

  2. Período: De 1 a 20 de agosto/2021

  3. Resenhas desta edição:
    1. The state of food security and nutrition in the world 2021: Transforming food systems for food security, improved nutrition and affordable healthy diets for all

      Publicado em: 2021

      Tipo de arquivo: Relatório

    2. The need to reshape global food processing: a call to the United Nations Food Systems Summit

      Autores: Carlos Augusto Monteiro, Mark Lawrence, Christopher Millett, Marion Nestle, Barry M Popkin, Gyorgy Scrinis, Boyd Swinburn

      Fonte: BMJ Global Health

      Publicado em: 2021

      Tipo de arquivo: Artigo de periódico

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Destaques do período

Eventos

  • O Ministério da Saúde lançou no dia 10 de agosto a Campanha Nacional para Prevenção e Atenção à Obesidade Infantil com o lema “Vamos prevenir a obesidade infantil: 1,2,3 e já!”. O vídeo da nova campanha pode ser acessado em https://youtu.be/gnB0dcisYgM. É possível assistir o encontro na íntegra em https://www.youtube.com/watch?v=9eOl9AarZPQ.
  • O Ministério da Saúde aprovou no dia 10 de agosto a Portaria GM/MS nº 1.862 que “institui a Estratégia Nacional para Prevenção e Atenção à Obesidade Infantil – Proteja”. O Proteja busca conter a epidemia da obesidade infantil e melhorar a saúde e nutrição das crianças. Os conteúdos educativos serão publicados no site da Secretaria de Atenção Primária à Saúde (http://aps.saude.gov.br/). No mesmo dia, foi publicada a Portaria GM/MS nº 1.863 que libera recursos financeiros para municípios para as ações de prevenção da obesidade infantil.
  • A ECOA-SUS Tocantins e a Universidade Federal do Tocantins (UFT) realizou no dia 06 de agosto o webinário “Cenário epidemiológico da obesidade: Onde estamos?”. Acesse o encontro em https://www.youtube.com/watch?v=c0nZbJqAv5c)
  • O Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (ENANI) promoveu, no dia 03 de agosto de 2021, o Encontro ENANI-2019 para discutir os “Aspectos metodológicos, legados e lições aprendidas” (https://www.youtube.com/watch?v=G1FhIM8bQ2Q). A metodologia adotada na pesquisa foi publicada no Cadernos de Saúde Pública (http://cadernos.ensp.fiocruz.br/csp/). 
  • O Painel Brasileiro da Obesidade, iniciativa do  Instituto Cordial, iniciou seu ciclo de lives com a pesquisadora Olívia Cavalcanti, Diretora de Ciência e Educação da Federação Mundial da Obesidade (WOF), no dia 29 de julho, e discorreu sobre modelos de combate à obesidade infantil no mundo. O link para assistir é o https://www.youtube.com/watch?v=IFPWJ11DXeI. No dia 12 de agosto foi a vez do professor Jonas Silveira, da Universidade Federal do Paraná, que abordou a temática da política de combate à obesidade infantil no Brasil, live que pode ser acessada em: https://www.youtube.com/watch?v=T35lsxVpnYU
  • O Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS), em parceria com a Umane, realizou no dia 28 de julho, o segundo Diálogos IEPS sobre a temática “Doenças crônicas não-transmissíveis: Por que as linhas de cuidados no Brasil ainda pertencem ao mundo da ficção?” Confira em https://www.youtube.com/watch?v=UmnOpZdcEVM
  • Os preparativos da reunião da Convenção Mundial de Sistemas Alimentares organizado pela ONU tiveram início com o Pre-Summit, de 26 a 28 de julho. O encontro buscou reunir os envolvidos e chamar a comunidade para aquecer o debate sobre a importância dos sistemas alimentares como meio para fornecer alimentação nutritiva e adequada para a população. Acesse a plataforma em https://www.un.org/en/food-systems-summit/pre-summit

Publicações

  • O Instituto Desiderata, em sua plataforma, solicita apoio para a aprovação do Projeto de Lei 1662/2019 que tramita na Câmara Municipal do Rio de Janeiro (https://desiderata.org.br/obesidadeinfantil/). A lei tem como objetivo regulamentar o acesso de crianças a produtos ultraprocessados em escolas públicas e privadas, além de instituir outras ações de prevenção da obesidade infantil.
  • O Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS), em conjunto com a Umane, publicou o Panorama IEPS: Linhas de cuidado de doenças crônicas não-transmissíveis na Atenção Primária à Saúde em julho de 2021 (https://ieps.org.br/wp-content/uploads/2021/07/Panorama_IEPS_02.pdf). O documento contextualiza as dificuldades do cuidado em saúde das doenças crônicas não-transmissíveis e aponta possíveis soluções para a situação.

The state of food security and nutrition in the world 2021: Transforming food systems for food security, improved nutrition and affordable healthy diets for all

Publicado em: 2021
Tipo de arquivo: Relatório
Link para o original

Por que o tema é relevante?

O relatório, escrito de forma conjunta pela FAO, IFAD, UNICEF, WFP e WHO, retoma o debate realizado no encontro dos Estados-membros da Organização das Nações Unidas em 2015, quando estabeleceram metas ousadas para os próximos quinze anos seguintes. O documento “Transformando o Nosso Mundo: A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável” trouxe como uma das suas ações acabar com a fome e garantir o acesso de todas as pessoas, em particular os pobres e pessoas em situações vulneráveis, incluindo crianças, a alimentos seguros, nutritivos e suficientes durante todo o ano. Um desafio cujas conquistas foram divulgadas, nos últimos quatro anos, no relatório do estado de segurança alimentar e nutricional “The State of Food Security and Nutrition in the World”. Nesta remada, contextualizam o momento atual e apresentam os impactos da pandemia de covid-19 no acesso à alimentação saudável e ao estado nutricional das pessoas.

Nesse sentido, é o primeiro documento sobre o tema a discutir os acontecimentos de 2020 e suas repercussões no ambicioso objetivo de extinguir a fome e a desnutrição.

Qual é o objetivo do estudo?

The state of food security and nutrition in the world 2021 apresenta o monitoramento da insegurança alimentar e desnutrição para 2020 e indícios de como estará a fome em 2030. Inclui, ainda, estimativas do custo e acessibilidade de dietas saudáveis. Ele é uma fundamentação que busca pautar reuniões internacionais que acontecerão em 2021, como a Conferência Mundial de Sistemas Alimentares, da ONU, e o Painel do Clima (COP 26).

A quem interessa?

Às pessoas que buscam compreender a evolução do perfil nutricional no Brasil e no mundo, identificando os determinantes locais para a desnutrição, tanto no contexto da subnutrição quanto da obesidade, tais como pesquisadores, nutricionistas e gestores públicos de saúde.

Quais são as principais conclusões?

O relatório tem como foco os resultados do último ano dos indicadores de prevalência da fome, acessibilidade ao alimento nutritivo e seguro, subnutrição infantil e desnutrição, incluindo o excesso de peso. Visto em números, é importante relatar que:

  • em 2020 ocorreu um aumento da prevalência de insegurança alimentar moderada e grave equivalente aos cinco anos anteriores combinados. Neste último ano, a projeção é de que a fome seja a realidade de cerca de 720 a 811 milhões de pessoas. Infelizmente, esses dados tornam os objetivos da Agenda 2030 mais difíceis de serem alcançados;
  • o alto custo de dietas nutritivas e a desigualdade econômica fazem com que a alimentação adequada seja inacessível para 2,37 bilhões de indivíduos (cerca de uma em cada três pessoas do mundo), com tendência de aumento decorrente da pandemia;
  • é estimado que 22% das crianças tiveram seu crescimento comprometido, 6,7% encontravam-se em estado de magreza e 5,7% apresentavam excesso de peso. Em adultos, a obesidade continua aumentando em todas as regiões do mundo, com piores indicadores na América do Norte, Oeste da Ásia e Austrália e Nova Zelândia.
  • Além de analisar o cenário atual de segurança alimentar, apresenta causas que levaram à piora do perfil nutricional de crianças e adultos. Dentre esses fatores, o documento chama a atenção para o aumento da frequência e intensidade de conflitos, a variabilidade climática e ocorrência de fenômenos extremos, a desaceleração econômica e os altos níveis de desigualdade. Disso, resulta o aumento dos preços de alimentos saudáveis, e consequentemente, o seu impacto em todas as formas de desnutrição. A maior elevação do custo da dieta ocorreu nas subregiões Leste da África, com 33% de aumento, e a América do Sul com 9,2% de crescimento do custo dos alimentos nutritivos.

No documento se reconhece que a pandemia de covid-19 foi um evento imprevisível que contribuiu para a crise econômica, principalmente, em países de renda baixa e média. Contudo, ela não pode ser considerada como a única responsável. A covid-19 expôs a vulnerabilidade dos sistemas alimentares em ambientes com as situações descritas acima (conflitos armados, mudanças climáticas, desaceleração econômica, inacessibilidade de alimentos nutritivos), sendo que os países com indicadores mais preocupantes são aqueles que têm múltiplos fatores associados. Situação alarmante ocorre na Ásia, África e América Latina e Caribe.

GRÁFICO 1. Na América Latina e Caribe, o comprometimento do crescimento em crianças apresentou melhora do indicador nas últimas duas décadas, reduzindo de 18,0 para 11,3%. O excesso de peso em menores de cinco anos praticamente manteve-se estável (6,8% para 7,5%). No Brasil a prevalência passou de 6,2% para 7,3% de 2000 para 2020, sendo os dados anteriores a covid-19. A meta da Agenda 2030 é que este indicador reduza para 3,0%. Em adultos, ocorreu uma nítida elevação do número de pessoas com obesidade, alcançando a taxa de 24,1% na América Latina e Caribe, distanciando do objetivo mundial de 11,8% em 20253

Conhecer os fatores que interferem nos sistemas alimentares pode ser o caminho para mudar o sentimento pessimista que surgiu a partir de 2020. O assunto será tema de discussão do Food Systems Summit 2021, que tem como objetivo estabelecer ações com impacto positivo na criação de sistemas alimentares sustentáveis. Outras abordagens apontadas para alcançar as metas de 2030 envolvem:

  • integração humanitária, desenvolvimento e políticas de paz em áreas de conflitos;
  • aumento da resiliência climática dos sistemas alimentares;
  • fortalecimento da resiliência dos mais vulneráveis diante das adversidades econômicas;
  • intervenção nas cadeias de abastecimentos de alimentos para reduzir os custos dos alimentos nutritivos;
  • combate à pobreza e as desigualdades estruturais, garantindo ações em favor dos pobres e de inclusão;
  • fortalecimento dos ambientes alimentares e da mudança do comportamento do consumidor para promover padrões positivos com impacto na saúde e no ambiente.

Estas são algumas propostas que o trabalho traz para a promoção da segurança alimentar, melhoria do estado nutricional e acesso a alimentos nutritivos para todos. Exemplos de programas e do engajamento social podem ser aprofundadas no documento, transformando a teoria em prática.

The need to reshape global food processing: a call to the United Nations Food Systems Summit

Autores: Carlos Augusto Monteiro, Mark Lawrence, Christopher Millett, Marion Nestle, Barry M Popkin, Gyorgy Scrinis, Boyd Swinburn
Fonte: BMJ Global Health
Publicado em: 2021
Tipo de arquivo: Artigo de periódico
Link para o original

Por que o tema é relevante?

A pandemia da obesidade tem como um dos seus fatores a mudança dos sistemas alimentares, com o aumento de produtos extremamente processados. Os sistemas estão falhando em promover a saúde, a igualdade social e a proteção do ambiente.  Neste contexto, o trabalho publicado vê como estratégico a realização do Food Systems Summit 2021. Entretanto, não é somente nesse espaço de discussão que se buscam ações concretas.

Qual é o objetivo do estudo?

A publicação tem como objetivo discutir o contraponto entre o processamento de alimentos e as corporações industriais que estimulam a produção e o consumo de alimentos ultraprocessados, e fundamentar a associação existente entre o crescimento desse tipo de indústria e o aumento da obesidade no mundo.

Quais as principais conclusões?

O equilíbrio dos sistemas alimentares envolve, entre outros aspectos, a oferta de alimentos sustentáveis com nutrientes em quantidade adequada para o corpo. A transformação desses sistemas, aliada à maior disponibilidade de alimentos ultraprocessados é uma das causas da epidemia global da obesidade. Os autores afirmam que esta não é uma crítica à indústria de alimentos como um todo. Pelo contrário, a utilização de técnicas que permitem preservar os alimentos mantendo as suas propriedades sensoriais podem tornar o preparo das refeições mais fácil e variado, contribuindo para uma dieta saudável. É preciso encorajar e defender essa forma de produção. De forma oposta, acreditam que a aplicação da tecnologia de alimentos para a criação de produtos hiperpalatáveis que, grosseiramente, tentam imitar alimentos minimamente processados ou mesmo pratos e refeições, é deletéria. A principal finalidade dessas corporações é a geração de lucro e, para isso, exercem o seu poder para alcançá-lo.

O estudo traz o olhar para o grau de processamento dos alimentos e a relação existente entre o maior consumo de produtos ultraprocessados e o aumento das  doenças crônicas não-transmissíveis, como a obesidade abdominal, diabetes mellitus tipo 2, dislipidemia, síndrome metabólica, depressão e doenças cardio e cerebrovasculares, além do aumento da mortalidade. O consumo desses alimentos corresponde a 50% ou mais da ingestão energética dos indivíduos de países de renda alta e de 15 a 30% da ingestão de energia naqueles de renda média.

O Food Systems Summit acontece em um momento oportuno para discutir, confrontar e modificar a situação atual dos sistemas alimentares, segundo os pesquisadores. Ações governamentais também são necessárias, como medidas fiscais, regulamentação do mercado de alimentos e implantação de políticas de rotulagem nutricional, para promover a alimentação variada com alimentos frescos e minimamente processados em detrimento dos ultraprocessados