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Boletim

Boletim PBO

Boletim PBO: acompanhe o que realmente importa do universo da obesidade

Boletim PBO
Edição nº 02/2021 #02

Boletim PBO

  1. Publicado em: 9 de set de 2021

  2. Período: De 20 de Agosto a 03 de Setembro/2021

  3. Resenhas desta edição:
    1. Nothing for us, without us: opportunities for meaningful engagement of people living with NCDs: meeting report

      Fonte: Organização Mundial da Saúde (OMS)

      Publicado em: 2021

      Tipo de arquivo: Relatório

      Tipo de estudo: Estudo observacional

    2. The potential role of exosomes in child and adolescent obesity

      Autores: Ioanna Maligianni, Christos Yapijakis, Flora Bacopoulou, George Chrousos

      Fonte: Children

      Publicado em: 2021

      Tipo de arquivo: Artigo de periódico

      Tipo de estudo: Revisão

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Destaques do período

Eventos

  • O Painel Brasileiro de Obesidade, iniciativa do Instituto Cordial, manteve seu ciclo de lives. 

Publicações

    • O Ministério da Saúde lançou documentos para nortear a atenção às pessoas com sobrepeso e obesidade:
      • o “Instrutivo para o cuidado da criança e do adolescente com sobrepeso e obesidade no âmbito da Atenção Primária à Saúde” desenvolvido em parceria com a Universidade do Estado do Rio de Janeiro;
      • a versão preliminar do “Manual de Atenção às Pessoas com Sobrepeso e Obesidade no âmbito da Atenção Primária à Saúde do Sistema Único de Saúde”; e,
      • a “Estratégia Nacional para Prevenção e Atenção à Obesidade Infantil: orientações técnicas” que busca apoiar estratégias e buscar ações a nível municipal para prevenção e atenção a obesidade infantil
  • O projeto Nutrir o Futuro, com o apoio do Ministério da Saúde,  divulgou o Policy Brief “Obesidade infantil: Estratégias para prevenção e cuidado (em nível local)” com o objetivo subsidiar gestores públicos nas ações de prevenção e cuidado da obesidade infantil.

 

Geral

 

Fique de olho:

  • 09 a 12 de setembro. Congresso Brasileiro de Atualização em Endocrinologia e Metabologia. Edição virtual.
  • 09 de Setembro – 16 às 18h: Ciclo de debates de 20 anos da Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN). Live no canal do YouTube da PAHO.
  • 13 de setembro – 10:30. Sistemas Alimentares Sustentáveis: as contribuições da Agroecologia para a consecução dos ODS (Agenda 2030) promovido pela Aliança pela Alimentação Saudável e Adequada. Encontro online.
  • 14 de setembro. FAO. Ano das frutas, legumes e verduras no Brasil: Diálogos Regionais – Região Norte. Inscrições através de formulário.  
  • 20 de setembro – 10:30. Participação Popular e Diversidade: o alimento para além do prato realizado pela Aliança pela Alimentação Saudável e Adequada. Encontro online
  • 23 a 25 de setembro. XIX Congresso Brasileiro de Obesidade e Síndrome Metabólica 2021 promovido pela ABESO. Edição virtual.

Nothing for us, without us: opportunities for meaningful engagement of people living with NCDs: meeting report

Fonte: Organização Mundial da Saúde (OMS)
Publicado em: 2021
Tipo de arquivo: Relatório
Tipo de estudo: Estudo observacional
Link para o original

Por que o tema é relevante?

O atendimento a pessoas com doenças crônicas não-transmissíveis (DCNT) tem sido um desafio para os sistemas de saúde por causa da pandemia de covid-19, da diminuição de recursos financeiros, do ressurgimento de doenças emergentes e das conflitantes prioridades estabelecidas. Diante dos desafios, surge a oportunidade de empoderar a sociedade para que ela possa, com o seu conhecimento, definir as suas prioridades no atendimento à saúde. Este engajamento social é um direito e dever das pessoas. Contudo, existe uma lacuna referente a participação de pessoas com DCNT em compartilhar suas experiências de uma forma ampla, contribuindo para a intersetorialidade e para a comunidade como um todo, e não só focar em grupos específicos de comorbidades. O documento “Nothing for us, without us” apresenta este contexto para justificar o momento em que precisamos parar para ouvir a comunidade. 

Qual é o objetivo do estudo?

Trata-se de uma consulta pública, coordenada pela OMS, para pessoas que vivem com DCNT compartilhem suas experiências e conhecimentos com lideranças que formulam as políticas públicas. O intuito é que elas relatem oportunidades, desafios e práticas que permitam criar ações mais efetivas, inclusivas e equitativas no acompanhamento de DCNT e seus determinantes.

Quais as principais conclusões?

A análise de dados da pandemia mostrou que uma em cada cinco pessoas está em risco de quadro grave de covid-19 decorrente de alguma DCNT. Porém, nos períodos de maior gravidade da pandemia, os atendimentos a essas pessoas foram consideravelmente interrompidos. De acordo com o relatório, durante a transmissão comunitária de covid-19, 66% dos países pararam a prestação de cuidados de saúde relacionados à hipertensão e 64% os atendimentos a diabetes mellitus e suas complicações. Esta situação é conhecida como “sindemia” e não é exclusiva da realidade da pandemia. A interrelação entre obesidade, subnutrição e mudanças climáticas também é exemplo de sindemia.

A pesquisa para identificar as atividades, os fluxos de trabalho e as plataformas que possibilitam o envolvimento da comunidade incluiu 112 entrevistados. Participaram aqueles diagnosticados com DCNT e os que convivem com pessoas que têm essas doenças. Eles foram unânimes em apontar que é necessário melhores orientações para operacionalizar a participação da sociedade no desenvolvimento de políticas públicas. Não basta ter uma cadeira à mesa, eles desejam ter influência direta com possibilidades iguais ou maiores de fornecer informações e moldar os resultados.

Este envolvimento pode contribuir para enfrentar a estigmatização e discriminação, com atenção especial para atingir grupos marginalizados e minoritários. Para tanto, é necessário suporte financeiro para a participação efetiva e sustentada, assim como apoio logístico para o engajamento da comunidade nos sistemas de saúde. O estudo evidenciou que a falta de modelos, estratégias, ferramentas e oportunidades são barreiras a serem superadas. Abordagens superficiais devem ser combatidas. As características locais devem ser consideradas para adequação das estratégias de envolvimento da população, como a existência ou não de acesso à internet.

O relatório estabelece como próximos passos:

  • mapear as melhores práticas que envolvem a participação desses indivíduos;
  • integrar as ações com outras já existentes na comunidade;
  • identificar as pessoas de interesse principalmente as que têm risco de serem excluídas, como grupos marginalizados;
  • consultar diferentes indivíduos para agregar suas opiniões;
  • renovar o apoio a grupos que desejam construir esta nova agenda baseada no conhecimento e troca de experiências;
  • planejar modelos de financiamento sustentáveis para incluir pessoas que vivem com DCNT nas atividades dando recursos para que permaneçam engajadas;
  • criar um plano de ação para que os indivíduos possam dar suporte a OMS e seus Estados-membros para se engajarem de forma significativa.

A iniciativa da OMS evidencia as lacunas na inserção de pessoas que vivem com DCNT nas políticas de saúde desenvolvidas para elas. A participação ativa da comunidade é um caminho para a concretização da Agenda 2030 sobre a redução em um terço das mortes prematuras por DCNT, além da promoção do bem-estar e saúde mental.

The potential role of exosomes in child and adolescent obesity

Autores: Ioanna Maligianni, Christos Yapijakis, Flora Bacopoulou, George Chrousos
Fonte: Children
Publicado em: 2021
Tipo de arquivo: Artigo de periódico
Tipo de estudo: Revisão
Link para o original

Por que o tema é relevante?

Ambientes obesogênicos combinam a presença de inatividade física, ingestão de dietas ricas em energia e alimentos processados e sistemas alimentares com escassez crônica de comida. Tais ambientes são, dentre outros fatores, responsáveis pelo constante aumento da obesidade no mundo. Atenção especial deve ser dada a influência desses ambientes nas crianças e adolescentes. Com o olhar para a epigenética, compreender o papel das funções do tecido adiposo e a fisiopatologia do desenvolvimento da obesidade é essencial para reverter o cenário atual.

Qual é objetivo do estudo?

A pesquisa se propõe a revisar as funções dos exossomos, que são estruturas que, dentre outras características, contém material genético e que funcionam como mensageiros entre as células do corpo. É foco particular do trabalho os exossomos liberados pelas células de gordura, o possível desequilíbrio celular que promovem e a sua contribuição para as causas multifatoriais da obesidade em crianças e adolescentes.

Quais as principais conclusões?

O estudo reforça que as funções do tecido adiposo vão além do simples armazenamento de energia na forma de gordura. Seu papel envolve também a liberação de peptídeos ativos (estruturas formadas por um ou mais aminoácidos), denominadas adipocinas, e de outros produtos do metabolismo. As células de gordura (adipócitos) secretam, ainda, exossomos. Exossomos são vesículas que transportam diferentes compostos fora da célula, desde proteínas e lipídios até RNA bioativos que podem alterar as características das células que irão receber a sua informação. Desta forma, os exossomos têm função de comunicação célula-célula e permite a sincronização epigenética entre elas. A principal finalidade dessas corporações é a geração de lucro e, para isso, exercem o seu poder para alcançá-lo.

A obesidade é primariamente causada por fatores internos e externos que levam ao desequilíbrio energético e ao ganho de peso. São causas: os aspectos genéticos, dietéticos, do nível de atividade física, psicossociais e ambientais como o estresse crônico e a presença de poluentes no ar, além dos efeitos gerados por doenças, como síndromes genéticas relacionadas a obesidade (Prader-Willi e Bardet-Biedl) e doenças cerebrais.

A influência genética, envolvendo um ou mais genes, ajuda a compreender por que temos indivíduos com diferentes metabolismos, assim como características e gravidade da obesidade variáveis e diversos padrões de acúmulo de gordura e de tentativas e sucessos na perda de peso. Por sua vez, os fatores ambientais, como os citados acima, podem levar a alterações epigenéticas no decorrer da vida intra-útero, infância, adolescência e, em menor grau, no adulto. Por que isso acontece? O ambiente pode alterar de diversas formas a estrutura molecular e espacial e a decodificação do DNA. Dentre os mecanismos envolvidos, temos a metilação (acréscimo do grupo metil, CH3-), glicosilação (adição de glicose) e miristoilação (ligação de um tipo de gordura, o ácido mirístico) do DNA, as modificações nas histonas (proteínas que dão conformação espacial ao DNA) e, finalmente, interferir nos processos celulares que irão estruturar os RNAs não-codificadores presentes nos exossomos e a expressão genética. Os RNAs não-codificadores podem ser micro RNAs (microRNAs) ou RNA longos (lncRNA).

A publicação exemplifica o contexto complexo da epigenética relatando pesquisas sobre a associação entre consumo elevado ou baixo de nutrientes, resistência à insulina e o ganho de peso em gestantes e a consequente obesidade em seus filhos. A influência paterna está presente diante do impacto adverso do ambiente, que além de ficar impresso nos espermatozoides, também pode ser carreado para o embrião, favorecendo também a obesidade no filho. A transmissão das informações dos pais para os filhos, baseada no ambiente, parece ser mediada pela comunicação que os RNAs não-codificadores fazem entre os órgãos. Embora ainda recente, um painel com os tipos de microRNAs ligados à obesidade, como miR-222, miR-142 e miR-143, está sendo criado. A partir desse mapeamento é possível quantificar a sua concentração  sanguínea para verificar a associação com medidas de composição corporal (índice de massa corporal, relação cintura/quadril e circunferência do punho), assim como com a predisposição para doenças metabólicas como o câncer colorretal. As perspectivas de pesquisas sobre as alterações dos exossomos na obesidade e comorbidades associadas ainda tem limitações em sua aplicação clínica, pois há dificuldades a ser superadas: a complexidade da técnica de isolamento, quantificação e caracterização quanto à origem dos exossomos, a variabilidade das amostras e a ausência de padronização das técnicas de isolamento. Somente com estudos sobre o tema, especialmente no contexto de crianças e adolescentes, será possível a compreensão e aplicação da tecnologia relacionada à epigenética. Mas, o trabalho aponta que esta pode ser uma nova ferramenta para rastreamento e acompanhamento de pessoas em risco para doenças
crônicas não-transmissíveis e uma estratégia terapêutica inovadora.