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Boletim

Boletim PBO

Boletim PBO: acompanhe o que realmente importa do universo da obesidade

Boletim PBO
Edição nº 02/2022 #10

Boletim PBO

  1. Publicado em: 1 de fev de 2022

  2. Período: De 14 a 27 de Janeiro/2022

  3. Resenhas desta edição:
    1. The role of immune dysfunction in obesity-associated cancer risk, progression, and metastasis

      Autores: Aneesha Kulkarni, Laura W. Bowers

      Fonte: Cellular and Molecular Life Sciences

      Publicado em: 2022

      Tipo de arquivo: Artigo de periódico

      Tipo de estudo: Revisão

    2. What is a “high” prevalence of obesity? Two rapid reviews and a proposed set of thresholds for classifying prevalence levels

      Autores: Tim Lobstein, Jo Jewell

      Fonte: Obesity Reviews

      Publicado em: 2022

      Tipo de arquivo: Artigo de periódico

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Destaques do período

Eventos

Geral

Está aberta a chamada do Estudo NutriNet Brasil, coordenado pelo Nupens/USP, que vai acompanhar 200 mil brasileiros. O objetivo é conhecer os padrões alimentares da população e como eles podem se relacionar com o risco de doenças crônicas não-transmissíveis.

Fique de olho

Cursos e pesquisas:

Agenda do Painel Brasileiro da Obesidade:

Fiquem de olho em nosso Canal do Youtube! 

Quintas-feiras às 11h.

  • 03 de fevereiro de 2022. A organização da atenção à obesidade no âmbito da Atenção Primária no SUS, com Gisele Bortolini  (CGAN).
  • 10 de fevereiro de 2022. Abordagem Coletiva para Manejo da Obesidade no Sistema Único de Saúde, com Aline Lopes (UFMG) .
  • 17 de fevereiro de 2022. Formação permanente para obesidade, com Luciana Castro (UERJ) .
  • 24 de fevereiro de 2022. Lançamento do Working Paper sobre Linhas de cuidado para o sobrepeso e obesidade, com a pesquisadora Mayara Miranda (PBO).
  • 03 de março de 2022. Obesidade e câncer, com Raquel Santana (Centro de Pesquisa do Câncer da Georgetown University.)

The role of immune dysfunction in obesity-associated cancer risk, progression, and metastasis

Autores: Aneesha Kulkarni, Laura W. Bowers
Fonte: Cellular and Molecular Life Sciences
Publicado em: 2021
Tipo de arquivo: Artigo de periódico
Tipo de estudo: Revisão
Link para o original

Por que o tema é relevante?

A obesidade está associada ao risco aumentado e pior desfecho de vários tipos de câncer. Os mecanismos que contribuem para o efeito cancerígeno são diversos. Dentre eles, destaca-se a disfunção do sistema imunológico do corpo. Contudo, a atividade das células imunes no microambiente tumoral ainda foi pouco explorada.

Qual é o objetivo do estudo?

Compreender o impacto da inflamação causada pelo tecido adiposo e da imunossupressão do tumor no risco, progressão e metástase do câncer induzido pela obesidade.

Quais as principais conclusões?

A obesidade está associada com o maior risco de desenvolvimento de 13 tipos de câncer: esôfago (adenocarcinoma), estômago (cárdia), intestino (colo e reto),  fígado, vesícula biliar, pâncreas, mama (após a menopausa), ovário, endométrio (corpo do útero), rins, tireóide, meningioma e mieloma múltiplo. O excesso de calorias ingeridas é estocado no corpo na forma de gordura armazenada nos adipócitos (células de gordura) do tecido adiposo branco. O processo leva à diminuição do fornecimento de oxigênio (hipóxia) para essas células e ao  estresse mecânico, promovendo um desequilíbrio do ambiente tecidual. O resultado é a inflamação local.

A redução da oxigenação também impede o amadurecimento das células de gordura. Na sua forma jovem (pré-adipócitos), elas produzem leptina e citocinas inflamatórias, como o fator de necrose tumoral alfa (TNF-alfa). Essas  substâncias podem lesionar o próprio tecido adiposo, causando resistência à leptina, hormônio que regula o metabolismo energético e a sensação de saciedade. A resistência à ação da leptina é uma característica comum de pessoas com obesidade, podendo contribuir para o aparecimento dessa doença e a manutenção do ambiente inflamatório promovido pelo tecido adiposo branco. Indivíduos com obesidade, mesmo sem o quadro inflamatório, estão sujeitos à inflamação dos adipócitos e ao risco aumentado de resistência insulínica, diabetes mellitus e doença cardiovascular.

Os mecanismos de hipóxia, inflamação e alteração do perfil das adipocinas produzido pelo tecido adiposo contribuem, ainda, para a progressão de tumores. A leptina, especificamente, está envolvida na proliferação do câncer, na resistência a quimioterápicos e na formação de novos vasos sanguíneos, que vão levar nutrientes e oxigênio para o tumor que se formou. A resistência insulínica, por sua vez, pode ocasionar a formação do tumor e, inclusive, promover sua disseminação (metástase).

Em pessoas com obesidade, o microambiente tumoral envolvido com o tecido adiposo e as adipocinas, como a leptina, pode alterar as defesas do corpo. Por exemplo, através da exaustão do sistema imune. Além disso, é comum que este microambiente promova a progressão do tumor ao liberar substâncias  imunossupressoras que favorecem o seu crescimento. Na obesidade, o aumento no sangue de leptina e insulina no sangue pode reduzir o combate ao tumor ao diminuir a função citotóxica. A citotoxicidade faz parte do sistema de vigilância do corpo contra o câncer.

No aspecto do tratamento, o estudo aponta que indivíduos com obesidade têm uma pior resposta à quimioterapia. A presença de gordura em excesso em torno de tumores sólidos, como o de mama, representa uma barreira para que o quimioterápico possa atingir o seu alvo e ser efetivo. Outro desafio, é a subdosagem. A pesquisa revela que cerca de 40% das pessoas com obesidade estão sujeitas a subdosagens. Em decorrência dos efeitos tóxicos da superdosagem, o médico, muitas vezes, não utiliza o peso atual do paciente para o cálculo da medicação. Desta forma, pode ocorrer uma variação de até 25% na dose calculada.

É clara, então, a relação entre a obesidade e o câncer. Embora aponte diversos fatores por meio dos quais o excesso de gordura promova o desenvolvimento do tumor, algumas questões merecem  aprofundamento. Os autores destacam a necessidade de pesquisas clínicas sobre a eficácia e segurança das terapias contra o câncer para prevenir a subdosagens ou super ativação do sistema imunológico. Diante do aumento de casos de câncer no mundo, melhorar o tratamento pode reduzir o impacto da obesidade na mortalidade por câncer.

What is a “high” prevalence of obesity? Two rapid reviews and a proposed set of thresholds for classifying prevalence levels

Autores: Tim Lobstein, Jo Jewell
Fonte: Obesity Reviews
Publicado em: 2022
Tipo de arquivo: Artigo de periódico
Link para o original

Por que o tema é relevante?

Categorias como “alto” e “baixo” ajudam a estabelecer prioridades nas políticas públicas de saúde. É importante compreender o que elas significam a fim de monitorar a prevalência de obesidade e definir se as metas estabelecidas são alcançadas, como a da Agenda para o Desenvolvimento Sustentável, que prevê reduzir em um terço as mortes prematuras por doenças crônicas não-transmissíveis e acabar com todas as formas de desnutrição.

Qual é objetivo do estudo?

Comparar a aplicação de diferentes categorias de prevalência de obesidade apresentadas em políticas públicas e pesquisas científicas; além de desenvolver valores de recomendação para classificar a prevalência do excesso de peso em crianças e adultos.

Quais as principais conclusões?

O levantamento de estudos sobre o tema identificou que o menor valor de prevalência de obesidade classificado como “alto” era inferior a 10% em adultos e a 5% em crianças e adolescentes. Os critérios para essas definições fundamentaram-se no julgamento dos próprios pesquisadores e não dispunham de referências para a sua definição. Por outro lado, nos documentos de saúde pública voltados para crianças menores de cinco anos, quatro padrões foram apresentados: Organização Mundial da Saúde(OMS)/ UNICEF, World Bank Group, Popkin et al.2 e World Obesity Federation. O primeiro referencial foi citado em 87% das publicações. Diante do baixo poder discriminatório da classificação do World Bank e Popkin et al., os autores recomendam a utilização dos referenciais da OMS/UNICEF.

Os mesmos valores podem ser aplicados para crianças e adolescentes de 5 a 19 anos. Há uma forte associação entre a obesidade na adolescência e na vida adulta. Análises realizadas pelos autores mostraram ser duas vezes maior a prevalência de obesidade em adultos. Por isso, eles sugerem o limite de 20% para identificar os países com elevada presença de obesidade no público adulto.

De acordo com a proposta apresentada, vários países seriam classificados como elevada prevalência de obesidade. Os valores recomendados classificariam 21%, 39% e 55% deles como alta e muito alta prevalência de obesidade em menores de 5 anos, indivíduos de 5 a 19 anos e adultos, respectivamente. Uma versão piloto destas recomendações foram aplicadas e analisadas pela OMS/UNICEF em vários países em 2020-2021. O trabalho espera que World Obesity Federation também adote os valores sugeridos na sua próxima edição do Atlas Series.

Proposta de classificação da prevalência do excesso de peso (sobrepeso e obesidade) em diferentes faixas etárias: