Boletim PBO: acompanhe o que realmente importa do universo da obesidade
Boletim PBOBoletim PBO
Publicado em: 18 de jun de 2024
Período: De 30 de Maio a 12 de Junho
- Resenhas desta edição:
Effects of school-based interventions on blood pressure in obese children: metanalysis
Autores: Ester Wiggers, Gabriel Peinado Costa, Evelyn Helena Corgosinho Ribeiro, Eduardo Caldas Costa, Átila Alexandre Trapé, Paulo Henrique Guerra
Fonte: Revista Brasileira de Atividade Física &, Saúde
Publicado em: 2024
Tipo de arquivo: Artigo de periódico
Tipo de estudo: Revisão
Ultra-processed food addiction: a research update
Autores: Erica M. LaFata, Kelly C. Allison, Janet Audrain-McGovern, Evan M. Forman
Fonte: Current Obesity Reports
Publicado em: 2024
Tipo de arquivo: Artigo de periódico
Tipo de estudo: Revisão
Destaques do período
Eventos
- O Painel Brasileiro da Obesidade (PBO) realizou, no dia 13 de junho, o 1º Fórum Brasileiro de Políticas Públicas em Obesidade e deu continuidade a programação semanal de lives:
- 06 de junho, live “Estudo clínico de obesidade microbiota intestinal” com Camila Marques, professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp);
- 04 de junho. A Organização Pan-americana de Saúde promoveu o curso “Políticas Regulatórias de Prevenção à Obesidade e CCNTs Relacionadas à Alimentação”;
- 06 de junho. A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Instituto Comida do Amanhã promoveram o debate “Estratégias para o fortalecimento de alimentação saudável nas cidades”;
- 01 a 15 de junho. O Programa de Transtornos Alimentares do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (IPq – HCFMUSP) apresentou o 4º Workshop Desvendando a Compulsão Alimentar.
Publicações
- O ELSA-Brasil lançou uma edição especial do “Boletim para o Dia do Meio Ambiente”, celebrado no dia 05 de junho, que aborda características do ambiente residencial com a saúde;
- O setor de Gastroenterologia Pediátrica do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) divulgou o “GastroPed UFMG Atenção Integral à Saúde da Criança e do Adolescente” para compartilhar informações científicas de forma simples e acessível;
- O IEPS produziu o “Guia de Políticas de Saúde: Implementando Sistemas de Melhoria da Qualidade na Atenção Primária”, um passo a passo para gestores para implementar sistemas de melhoria na APS;
Fique de olho
- Até 21 de junho. A OMS está com submissão aberta para Consulta Pública sobre as metas globais de nutrição materna e infantil para 2025-2030;
- 14 de julho. A Cátedra Josué de Castro lança o livro “Da fome à fome”: diálogos com Josué de Castro;
- 24 de agosto. O Núcleo de Estudos de Obesidade promove o workshop “Abordagens nutricionais no tratamento da obesidade grave”;
- 04 a 06 de setembro. A Unifal/MG realiza o II Congresso Nacional de Nutrição e Longevidade;
- 08 a 13 de setembro. A Sociedade Brasileira de Atividade Física e Saúde (SBAFS) lança o PAPH Brasil – 4º Curso de imersão em atividade física e saúde pública curso;
- 25 a 27 de setembro. Acontece o VI Simpósio Regional de Atividade Física e Saúde, organizado pela Sociedade Brasileira de Atividade Física e Saúde (SBAFS).
- Até 29 de setembro. A Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz) abre inscrições para o Curso de Especialização em Saúde Pública;
- 03 a 06 de novembro. Conferência ObesityWeek realizada pela Obesity Society.
- Até 20 de novembro. O Campus Virtual Fiocruz abre inscrições para o curso “Autocuidado em saúde e a literacia para a promoção da saúde e a prevenção de doenças crônicas na atenção primária à saúde (APS)”;
- Curso “Introdução ao SUS” em formato online com carga horária de 60 horas.
Effects of school-based interventions on blood pressure in obese children: metanalysis
Autores: Ester Wiggers, Gabriel Peinado Costa, Evelyn Helena Corgosinho Ribeiro, Eduardo Caldas Costa, Átila Alexandre Trapé, Paulo Henrique Guerra
Fonte: Revista Brasileira de Atividade Física &, Saúde
Publicado em: 2024
Tipo de arquivo: Artigo de periódico
Tipo de estudo: Revisão
Link para o original
Por que o tema é relevante?
A obesidade infantil está associada a um risco elevado de doenças cardiovasculares, diabetes e hipertensão. As escolas são locais ideais para a implementação de estratégias de promoção de saúde de grande alcance, impactando um grande número de crianças e adolescentes simultaneamente.
Qual é o objetivo do estudo?
Avaliar a eficácia de intervenções baseadas em atividades físicas realizadas nas escolas, em relação à pressão arterial de crianças e adolescentes com sobrepeso e/ou obesidade.
Quais as principais conclusões?
O estudo analisa 4 protocolos de atividade física com períodos de intervenção entre 2 e 7 meses, com sessões de atividades físicas estruturadas, futebol e treinamento intervalado de alta intensidade. Os participantes são crianças e adolescentes com idades entre 6 e 19 anos, sem questões médicas como doenças cardíacas e deficiências físicas ou mentais, submetidos a programas semanais de 150 minutos, normalmente realizados em grupo.
Essas intervenções apontam resultados promissores na redução da pressão arterial diastólica e sistólica, mas sem impacto clínico significativo. Por outro lado, a atividade física oferece uma série de benefícios para a saúde e bem-estar, incluindo controle e prevenção do ganho de peso, redução da gordura corporal, aumento da massa muscular e prevenção da obesidade infantil. Além disso, promove benefícios psicológicos e sociais, como melhora da autoestima e socialização. A prática regular também reduz o risco de doenças crônicas como diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e certos tipos de câncer, fortalecendo o sistema imunológico e melhorando a capacidade respiratória.
A atividade física regular na escola ajuda a formar hábitos saudáveis desde a infância, promovendo a continuidade desses hábitos na vida adulta. Crianças que são fisicamente ativas têm maior probabilidade de manter um estilo de vida ativo ao longo da vida.
Ultra-processed food addiction: a research update
Autores: Erica M. LaFata, Kelly C. Allison, Janet Audrain-McGovern, Evan M. Forman
Fonte: Current Obesity Reports
Publicado em: 2024
Tipo de arquivo: Artigo de periódico
Tipo de estudo: Revisão
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Por que o tema é relevante?
Os alimentos ultraprocessados (AUP), devido à sua alta palatabilidade e adição de gorduras, carboidratos refinados e/ou sal, podem induzir comportamentos compulsivos relacionados à alimentação, semelhantes às substâncias abusivas com propriedades viciantes.
Qual é o objetivo do estudo?
Atualizar sobre os avanços da a dependência em alimentos ultraprocessados, abordando prevalência, disparidades na saúde, bases biológicas e mecanismos comportamentais.
Quais as principais conclusões?
O vício em AUPs contribui para a epidemia global de obesidade e outros problemas de saúde, por serem alimentos projetados para serem altamente viciantes. Destacam-se as seguintes conclusões e implicações:
- Prevalência Global: A prevalência global do vício a AUPs é estimada em 14% entre adultos e 15% entre jovens, com taxas mais altas entre pessoas com obesidade (28% em adultos e 19% em jovens);
- Disparidades na Saúde: A doença afeta desproporcionalmente grupos raciais sub-representados e pessoas de baixa renda com insegurança alimentar, como negros e hispânicos apresentando taxas mais altas de vício e obesidade;
- Eixo Cérebro-Intestino-Microbioma: As respostas neurais vivenciadas pelas pessoas assemelham-se às de substâncias viciantes e disbiose intestinal, cérebro pode se tornar mais sensível à dopamina, desregulando hormônios da fome e saciedade, e promovendo comportamentos alimentares compulsivos. Em conjunto esses fatores podem aumentar o risco de obesidade e dificultar o controle do peso;
- Sintomas de Abstinência: Síndrome de abstinência, semelhante à de outras substâncias viciantes, ocasionando sintomas como dores de cabeça, fadiga, irritabilidade e ansiedade;
- Desafios no Manejo do Peso: O vício em AUPs tem associação com maiores taxas/chances de abandono de programas de perda de peso e menor sucesso em tratamentos.
Essas descobertas destacam a importância de desenvolver intervenções específicas que abordem os mecanismos relacionados ao vício e os sintomas de abstinência para melhorar os resultados metabólicos e de perda de peso. O reconhecimento e o tratamento adequados a esse tipo de vício são essenciais para enfrentar a epidemia de obesidade e suas complicações associadas.