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Boletim

Boletim PBO

Boletim PBO: acompanhe o que realmente importa do universo da obesidade

Boletim PBO
Edição 20/2024 #77

Boletim PBO

  1. Publicado em: 24 de set de 2024

  2. Período: De 05 a 18 setembro/2024

  3. Resenhas desta edição:
    1. The relationships between obesity and epilepsy: A systematic review with meta-analysis

      Autores: Yu-xuan Li, Wang Guo, Ruo-xia Chen, Xue-rui Lv, Yun Li,Editor: Dragan Hrncic

      Fonte: PLOS ONE

      Publicado em: 2024

      Tipo de arquivo: Artigo de periódico

      Tipo de estudo: Revisão

    2. Um breve panorama sobre a Agenda 2030, as doenças crônicas não transmissíveis e os desafios de não deixar ninguém para trás

      Autores: Laurenice De Jesus Alves Pires, José Mendes Ribeiro, Marly Marques Da Cruz

      Fonte: Cadernos de Saúde Pública

      Publicado em: 2024

      Tipo de arquivo: Artigo de periódico

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Destaques do período

Eventos

  • O Painel Brasileiro da Obesidade (PBO) apresentou as seguintes lives:
    • de 19 de setembro, sobre a “Terapia de reposição hormonal em mulheres com obesidade”, com Dolores Pardini da Universidade Federal De São Paulo (UNIFESP), que discutiu sobre os desafios enfrentados por mulheres na fase da menopausa.
    • de 12 de setembro, sobre o “O racismo como um determinante social da alimentação e nutrição no Brasil”, com Raquel Canuto da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que apresentou a problemática do racismo como um fator que intensifica a dificuldade de acesso à uma alimentação adequada e saudável; 

Fique de olho

Agenda do Painel Brasileiro da Obesidade:

Fique de olho em nosso canal do Youtube! 

Quinta-feira, às 11h.

The relationships between obesity and epilepsy: A systematic review with meta-analysis

Autores: Yu-xuan Li, Wang Guo, Ruo-xia Chen, Xue-rui Lv, Yun Li,Editor: Dragan Hrncic
Fonte: PLOS ONE
Publicado em: 2024
Tipo de arquivo: Artigo de periódico
Tipo de estudo: Revisão
Link para o original

Por que o tema é relevante?

A epilepsia afeta mais de 70 milhões de pessoas no mundo, e frequentemente é acompanhada de comorbidades, como a obesidade, que agravam os riscos à saúde e comprometem a qualidade de vida. 

Qual é o objetivo do estudo?

Explorar os fatores que podem influenciar a relação entre epilepsia e obesidade, como o uso de medicamentos antiepilépticos e o nível de atividade física dos pacientes, além de avaliar se a obesidade pode ser considerada uma comorbidade ou até um potencial gatilho para o desenvolvimento de epilepsia​.

Quais as principais conclusões?

A epilepsia é um distúrbio neurológico crônico definida por apresentar pelo menos 2 convulsões não induzidas ou reflexivas, com um intervalo de mais de 24 horas. Indivíduos com epilepsia apresentam uma propensão maior de comorbidades como comprometimento cognitivo, depressão e obesidade do que a população geral. Essa relação entre epilepsia e obesidade podem ser influenciadas por diversos fatores como medicamentos antiepilépticos, redução da atividade física, hábitos alimentares, idade, sexo, etnia e transtornos psiquiátricos (por exemplo, ansiedade, depressão).

A obesidade altera a morfologia e função cerebral, promovendo mudanças estruturais e neuroinflamatórias que afetam vias neuroendócrinas. Ela está associada a aumento do estresse oxidativo e comprometimento mitocondrial, resultando em neuroinflamação e resistência cerebral à insulina. Essas vias inflamatórias também estão ligadas à epilepsia, sugerindo que a obesidade pode elevar o risco de convulsões.

Por fim, a baixa aptidão física e o nível educacional inferior dos pais estão associados à obesidade infantil em crianças com epilepsia, comprometendo sua qualidade de vida. Por isso, se faz essencial monitorar o IMC desses jovens e dos demais pacientes, com intervenções clínicas personalizadas, para reduzir riscos e melhorar a qualidade de vida desses indivíduos.

Um breve panorama sobre a Agenda 2030, as doenças crônicas não transmissíveis e os desafios de não deixar ninguém para trás

Autores: Laurenice De Jesus Alves Pires, José Mendes Ribeiro, Marly Marques Da Cruz
Fonte: Cadernos de Saúde Pública
Publicado em: 2024
Tipo de arquivo: Artigo de periódico
Link para o original

Por que o tema é relevante?

O artigo discute as Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) no contexto da Agenda 2030 da ONU. Elas são responsáveis por 71% das mortes globais, e são vistas como uma ameaça ao desenvolvimento no século XXI, evidenciadas pelo seu impacto em populações vulneráveis, agravando desigualdades sociais e econômicas.

Qual é o objetivo do estudo?

Refletir sobre os desafios para alcançar as metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030, com foco nas DCNT e suas implicações político-econômicas. 

Quais as principais conclusões?

A produção de alimentos atualmente se distanciou do conceito de alimento como direito humano, tornando-se uma mercadoria. Essa transformação é impulsionada por uma lógica que prioriza monoculturas, transgenia, uso de adubos químicos e agrotóxicos, além da monopolização de patentes e apropriação privada de terras. Essa dinâmica coloca países pobres na posição de exportadores de produtos primários, sem garantir segurança alimentar e nutricional para suas populações. Condições de trabalho precárias, alienação e subemprego, especialmente entre mulheres e populações vulneráveis, agravam as doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs). A alimentação inadequada, marcada pelo consumo de alimentos ultraprocessados e pela falta de acesso a opções saudáveis, contribui para o aumento dessas doenças, perpetuando o ciclo de pobreza e seus impactos.

Os modelos atuais de desenvolvimento não têm sido suficientes para garantir sustentabilidade e inclusão para todos. O manejo das DCNT requer mudanças estruturais nos sistemas político e econômico, enfrentando iniquidades sociais. Um futuro inclusivo pode ser alcançado com base em saberes tradicionais e epistemologias alternativas. Alcançar os objetivos da Agenda 2030 exige enfrentar iniquidades históricas que têm deixado uma grande parte da população global à margem dos benefícios do desenvolvimento.