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Boletim

Boletim PBO

Boletim PBO: acompanhe o que realmente importa do universo da obesidade

Boletim PBO
Edição nº 17/2023 #49

Boletim PBO

  1. Publicado em: 29 de ago de 2023

  2. Período: De 10 a 23 de agosto/2023

  3. Resenhas desta edição:
    1. Obesity, metabolic syndrome, and osteoarthritis – an updated review

      Autores: Samuel Joshua Pragasam Sampath, Vijayalakshmi Venkatesan, Sudip Ghosh, Nagasuryaprasad Kotikalapudi

      Fonte: Current Obesity Reports

      Publicado em: 2023

      Tipo de arquivo: Artigo de periódico

      Tipo de estudo: Revisão

    2. Association of intensive lifestyle intervention for type 2 diabetes with labor market outcomes

      Autores: Peter J. Huckfeldt, Jeffrey C. Yu, Paul K. O’Leary, Ann S. M. Harada, Nicholas M. Pajewski, Chris Frenier, Mark A. Espeland, Anne Peters, Michael P. Bancks, Seth A. Seabury, Dana P. Goldman

      Fonte: JAMA Internal Medicine

      Publicado em: 2023

      Tipo de arquivo: Artigo de periódico

      Tipo de estudo: Ensaio clínico

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Destaques do período

Eventos

Fique de olho

Agenda do Painel Brasileiro da Obesidade:

Fique de olho em nosso canal do Youtube! 

Quintas-feiras, às 11h.

  • 31 de agosto. Live “Mudanças no cuidado à saúde com o avanço da inteligência artificial” com a participação do professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC/RJ), Walmir Coutinho;
  • 14 de setembro. Live “A importância do retorno da Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional (CAISAN) para a agenda intersetorial da obesidade” com a Coordenadora-Geral de Promoção da Alimentação Adequada e Saudável no Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), Gisele Bortolini, e a Diretora do PAAS do MDS, Patrícia Gentil. 

Obesity, metabolic syndrome, and osteoarthritis – an updated review

Autores: Samuel Joshua Pragasam Sampath, Vijayalakshmi Venkatesan, Sudip Ghosh, Nagasuryaprasad Kotikalapudi
Fonte: Current Obesity Reports
Publicado em: 2023
Tipo de arquivo: Artigo de periódico
Tipo de estudo: Revisão
Link para o original

Por que o tema é relevante?

A osteoartrite (OA) é o tipo mais comum de artrite e sua origem envolve múltiplos aspectos como biomecânicos, metabólicos e inflamatórios. A síndrome metabólica, que inclui obesidade, dislipidemia, diabetes mellitus e hipertensão, aumenta o risco de OA por meio de vários mecanismos.

Qual é o objetivo do artigo?

Analisar o impacto individual de cada componente da síndrome metabólica na origem e evolução da osteoartrite (OA).

Quais as principais conclusões?

Na presença da obesidade, a osteoartrite pode surgir devido à carga aumentada nas articulações, ocasionando o desalinhamento mecânico, principalmente do joelho. A sobrecarga também leva ao aumento da inflamação das células especializadas da cartilagem, conhecidas como condrócitos, que desempenham um papel fundamental na manutenção da saúde da cartilagem. Esse processo leva à perda de cartilagem e formação de osteófitos, popularmente conhecidos como bico de papagaio. A falta de força muscular é outro fator que desestabiliza as articulações, aumentando o estresse mecânico. O tecido adiposo local contribui, ainda, para a produção de substâncias inflamatórias e de adipocinas que favorecem à inflamação, acelerando a deterioração da cartilagem.

A dislipidemia, por sua vez, pode levar à formação de osteófitos, ao acúmulo de gordura nos condrócitos, ocasionando a sua morte, ao estresse oxidativo e à inflamação. Além disso, as alterações lipídicas favorecem lesões na medula óssea e a formação anormal de ossos em locais onde normalmente não deveriam estar, gerando intensa dor. O consumo excessivo de gordura saturada é outro fator que contribui para o ambiente inflamatório e induz a morte das células da cartilagem. Esses achados enfatizam a importância da hipercolesterolemia na iniciação e progressão da OA, assim como na degradação da cartilagem.

O diabetes tipo 2 desempenha um papel patológico na OA por meio de dois principais caminhos: a hiperglicemia crônica, que promove estresse oxidativo e aumenta a produção de substâncias inflamatórias e ácidos graxos nas articulações, reduzindo a capacidade de reparação da cartilagem; e a resistência à insulina, que tem consequências locais e contribui para a inflamação sistêmica crônica, incluindo na articulação. O acúmulo de ácidos graxos, que são componentes das gorduras, na cartilagem a torna quebradiça, rígida e suscetível a estresse mecânico, levando à destruição.

A hipertensão arterial pode contribuir para a origem da OA ao causar contração dos vasos sanguíneos e formação de microcoágulos ou placas de gordura. Isso reduz o fluxo de oxigênio e nutrientes para o osso logo abaixo da cartilagem da articulação. Esse processo leva à degeneração da cartilagem e aumenta o risco de fraturas na área, causando deformação.

Association of intensive lifestyle intervention for type 2 diabetes with labor market outcomes

Autores: Peter J. Huckfeldt, Jeffrey C. Yu, Paul K. O’Leary, Ann S. M. Harada, Nicholas M. Pajewski, Chris Frenier, Mark A. Espeland, Anne Peters, Michael P. Bancks, Seth A. Seabury, Dana P. Goldman
Fonte: JAMA Internal Medicine
Publicado em: 2023
Tipo de arquivo: Artigo de periódico
Tipo de estudo: Ensaio clínico
Link para o original

Por que o tema é relevante?

A intervenção intensiva no estilo de vida, que inclui aconselhamento, apoio a mudanças comportamentais, definição de metas, dieta saudável e atividade física, contribui para o manejo do diabetes tipo 2, especialmente em indivíduos com sobrepeso e obesidade. No entanto, o impacto desses benefícios no mercado de trabalho tem sido pouco explorado.

Qual é o objetivo do artigo?

Analisar a associação de uma intervenção intensiva no estilo de vida para perda de peso em diabetes tipo 2 com o emprego, os ganhos e o recebimento de benefícios durante e após a intervenção.

Quais as principais conclusões?

Os pesquisadores analisaram os efeitos a longo prazo do estudo clínico Look AHEAD (Ação para a Saúde no Diabetes). Participaram dessa pesquisa 3.091 pessoas entre 45 e 75 anos de idade, que tinham diabetes tipo 2 e excesso de peso. Os participantes foram divididos em dois grupos: um grupo que recebeu acompanhamento intensivo para alcançar e manter uma perda de peso de pelo menos 7%; e um grupo de controle que recebeu orientações para o manejo do diabetes por meio de sessões em grupo. 

A atuação intensiva para mudança do estilo de vida promoveu um aumento de 10% em equivalentes metabólicos e uma redução da perda de mobilidade de 48%. Ao verificar a repercussão desses resultados nos dados de seguridade social, foi possível observar que:

  • A taxa de emprego aumentou em 2,9 pontos percentuais para o grupo ILI em comparação com o grupo controle;
  • No subgrupo de pessoas com escolaridade até nível superior, esse aumento foi mais expressivo;
  • As estratégias de intervenção demonstraram uma redução significativa no recebimento de benefícios por incapacidade no subgrupo de participantes sem nível superior de escolaridade.

Essas evidências mostram que prevenir a evolução e as complicações do diabetes tipo 2 está associada a uma maior taxa de emprego, destacando a importância de investigar a produtividade no mercado de trabalho como uma meta das intervenções direcionadas para o controle das doenças crônicas não-transmissíveis (DCNTs).