Destaques do período

Eventos

• O Painel Brasileiro de Obesidade (PBO) continua com o ciclo de lives semanais:

• em 22 de setembro, com o tema “Impacto da obesidade na fertilidade masculina”, debatido pela pesquisadora da Universidade do Estado de São Paulo (USP) Gabriela Laiber; e

• em 15 de setembro, com o lançamento do Working Paper “Aspectos Genéticos da Obesidade”, elaborado pela pesquisadora do PBO professora Mayara Miranda.

• 21 de setembro. A European Association for the Study of Obesity (EASO) foi anfitriã no último encontro da série Policy Stakeholder Sessions com o tema “A saúde baseada no custo econômico é o melhor mecanismo de financiamento para lidar com a obesidade?”
• 19 de setembro. O Idec em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) promoveu o webinário “Promoção da Alimentação Adequada e Saudável nas escolas” que abordou a relação entre a publicidade e comercialização de alimentos e bebidas ultraprocessados na saúde das crianças e adolescentes
• 16 de setembro. O Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS) e a Umane realizaram o “Debate Saúde e Eleições 2022: Agenda Mais SUS”. O evento teve participação de representantes das candidaturas à presidência das eleições de 2022 para conhecer e divulgar as propostas ligadas à Agenda Mais SUS para a população.
• 15 de setembro. O Instituto Obesidade Brasil divulgou a live “Como a nutrição auxilia na perda de peso” para discutir o papel fundamental da alimentação na perda de peso saudável.
• 14 de setembro. O Instituto de Nutrición de Centro América y Panamá (INCAP) realizou o simpósio “Promoviendo la salud de la niñez en ambientes urbanos” para divulgar os resultados do estudo SALURBAL sobre fatores urbanos associados à obesidade infantil.
• 13 de setembro. A Associação Brasileira de Nutrição (Asbran) manteve o Ciclo de Debates do Guia Alimentar para a População Brasileira. Neste quarto e último dia do evento foi discutido “Como utilizar o Guia Alimentar?”
• 13 de setembro. A Associação Brasileira de Saúde Coletiva promoveu a roda de conversa “O Sistema Único de Saúde (SUS) nas eleições: demandas populares para o Brasil que queremos” para apresentar à sociedade civil e política elementos em defesa de um SUS de qualidade para a população.

Geral

• O SindHosp realizou, em 20 de setembro, na capital paulista, o Seminário Proposta Saúde São Paulo. O evento reuniu os responsáveis pela plataforma de saúde das principais candidaturas ao Governo do Estado de São Paulo. O objetivo foi debater as propostas apresentadas no documento que buscam aumentar a inclusão e a qualidade assistencial e promover a saúde das pessoas com mais equidade e sustentabilidade. 

Fique de olho

• 02 a 30 de setembro. Aberto o edital “Laboratório de Inovação em Saúde (LIS)” idealizado pela OPAS/OMS para identificar, sistematizar e divulgar experiências exitosas de educação alimentar e nutricional com base nos dez anos do Marco de Referência de Educação Alimentar e Nutricional para Políticas Públicas. 
• 17 e 18 de outubro. 2ª Edição do Congresso Mundial de Obesidade e Manejo do Peso Corporal que será realizado de forma híbrida em Orlando, nos Estados Unidos. O evento será norteado pelo tema “Lifting Endless Possibilities in Resilience to Obesity”.

Agenda do Painel Brasileiro da Obesidade:

Fique de olho em nosso canal do Youtube! 

Quintas-feiras, às 11h.

• 29 de setembro. Live “Seletividade alimentar e a obesidade infantil”, apresentada pelo coordenador do Centro de Excelência em Nutrição e Dificuldades Alimentares (CENDA), Dr. Mauro Fisberg. 

• 06 de outubro. Live “Outubro rosa e o olhar para obesidade”, com a presença de Luciana Holtz, presidente do Instituto Oncoguia. O mês de outubro é um momento  para compartilhar informações e promover a conscientização sobre o câncer de mama. No evento, será discutida a relação do câncer de mama e obesidade.

The Nutri-Score nutrition label: A public health tool based on rigorous scientific evidence aiming to improve the nutritional status of the population

Autores: Serge Hercberg, Mathilde Touvier, Jordi Salas-Salvado
Fonte: International Journal for Vitamin and Nutrition Research
Publicado em: 2022
Link para o original

Por que o tema é relevante?

O Nutri-Score é uma rotulagem nutricional frontal que sintetiza a informação por meio de uma escala codificada em cinco cores associada a letras de A a E. Este sistema busca facilitar a compreensão dos consumidores, empoderando-os na escolha de alimentos saudáveis. Um segundo objetivo é encorajar a indústria alimentícia a aprimorar a composição dos seus produtos a fim de alcançar uma melhor classificação do alimento. 

Qual é o objetivo do artigo?

Apresentar as evidências científicas que fundamentaram a criação do Nutri-Score e sumarizar os estudos que validaram o seu formato.

Quais as principais conclusões?

O sistema do Nutri-Score foi inicialmente desenvolvido pela Universidade de Oxford para a Agência de Normas Alimentares do Reino Unido (FSA) em 2015. O objetivo era regulamentar a propaganda de alimentos voltada para o público infantil na televisão. Após aprimoramento do processo de classificação dos alimentos, a nova rotulagem passou por verificação da eficácia do seu formato gráfico. Nos aspectos técnicos, o Nutri-Score é a única ferramenta de rotulagem nutricional frontal que atende completamente o esquema de validação publicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). No processo, foram avaliados fatores como:

• a capacidade de classificar corretamente o alimento;
• a validação baseado no consumo alimentar, ingestão de nutrientes e biomarcadores do estado nutricional a nível individual;
• a sua associação com índices dietéticos que se associam com o melhor estado de saúde;
• se chama a atenção dos consumidores;
• se possui percepção favorável pelo público; e
• se tem impacto na qualidade e tamanho de porções dos alimentos comprados pelos indivíduos.

Além da validação científica, o melhor desempenho do Nutri-Score foi comprovado por meio de estudos populacionais e pesquisas com consumidores. Na França, Espanha, Bélgica e Alemanha, verificou-se sua superioridade em relação a outras ferramentas de rotulagem nutricional. As pesquisas são categóricas em apontar que as pessoas preferem o seu formato gráfico por ser fácil de perceber, identificar e interpretar. 

O impacto é observado nas compras, como demonstram pesquisas internacionais (com mais de 12.000 indivíduos de 12 países europeus e 6.000 pessoas de seis países da América, Ásia e Oceania). O Nutri-Score foi mais eficaz em melhorar a capacidade do consumidor de julgar o produto de acordo com o seu valor nutricional, independentemente da sua condição sócio-econômica e, consequentemente, melhorar a qualidade das compras de alimentos. Finalmente, a longo prazo, projeta-se uma redução de 3,4% das mortes por doenças crônicas não-transmissíveis com a implementação desta ferramenta de política pública. 

A Comissão Europeia decidiu implementar o sistema de rotulagem nutricional frontal dos alimentos até o final de 2022. As contundentes evidências científicas tornam o Nutri-Score a rotulagem nutricional mandatória a ser adotada por essa comissão.

Health effects of the use of non-sugar sweeteners: a systematic review and meta-analysis

Autores: Magali Rios-Leyvraz, Jason Montez
Publicado em: 2022
Tipo de arquivo: Relatório
Link para o original

Por que o tema é relevante?

A OMS recomenda a redução do consumo de açúcar simples como uma das estratégias para conter o avanço da obesidade e de Doenças Crônicas Não-Transmissíveis (DCNTs). Neste contexto, os adoçantes surgem como uma alternativa para o uso do açúcar. 

Qual é o objetivo do artigo?

Discutir os efeitos na saúde do uso de adoçantes per se, assim como quando comparado ao açúcar e à água, em doses seguras de consumo.

Quais as principais conclusões?

Esta metanálise incluiu estudos realizados com adultos, inclusive gestantes, e uma pesquisa com crianças. 

Os resultados das pesquisas clínicas randomizadas e controladas mostraram que o uso de adoçantes:

• diminuiu o Índice de Massa Corporal (-0,71 Kg) e a ingestão energética (-134 Kcal/dia) quando comparado ao consumo de açúcar (grau de evidência baixo);
• reduziu o consumo de açúcar (39 g/dia) (grau de evidência baixo); e
• aumentou a razão entre colesterol total e HDL-colesterol (9%) (grau de evidência moderado). 

A ingestão de adoçantes não teve efeitos nos marcadores biológicos de diabetes tipo 2 (como a glicemia de jejum e insulina), pressão sanguínea e triglicérides. Não foram encontrados estudos randomizados e controlados que avaliaram o impacto em mortalidade em geral,  nas gestantes e no câncer.

Por sua vez, os estudos de coorte e caso-controle evidenciaram que o consumo de adoçantes: 

• aumentou a incidência de obesidade (76%) e o risco de desenvolver diabetes tipo 2 (23 a 34%), glicemia de jejum elevada (21%), eventos (32%) e mortalidade (19%) cardiovascular, derrame (19%), hipertensão arterial (13%) e prematuridade (25%) (grau de evidência baixo); e 
• aumentou o índice de massa corporal (0,14 Kg/m²), mortalidade em geral (12%) e câncer de bexiga (31%) (grau de evidência muito baixo).

Nesses estudos, as evidências foram muito baixas sobre o efeito neutro da ingestão de adoçantes nas doenças coronarianas e na incidência e mortalidade por câncer. Não foram encontrados estudos de coorte e caso-controle que investigaram o efeito no consumo energético e de açúcar.