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Boletim

Boletim PBO

Boletim PBO: acompanhe o que realmente importa do universo da obesidade

Boletim PBO
Edição nº 25/2023 #57

Boletim PBO

  1. Publicado em: 19 de dez de 2023

  2. Período: De 30 de novembro a 13 de dezembro/2023

  3. Resenhas desta edição:
    1. Clinical practice guideline for the evaluation and treatment of children and adolescents with obesity

      Autores: Sarah E. Hampl, Sandra G. Hassink, Asheley C. Skinner, Sarah C. Armstrong, Sarah E. Barlow, Christopher F. Bolling, Kimberly C. Avila Edwards, Ihuoma Eneli, Robin Hamre, Madeline M. Joseph, Doug Lunsford, Eneida Mendonca, Marc P. Michalsky, Nazrat Mirza, Eduardo R. Ochoa, Mona Sharifi, Amanda E. Staiano, Ashley E. Weedn, Susan K. Flinn, Jeanne Lindros, Kymika Okechukwu

      Fonte: Pediatrics

      Publicado em: 2023

      Tipo de arquivo: Artigo de periódico

      Tipo de estudo: Diretriz

    2. Commercial determinants of health: future directions

      Autores: Sharon Friel, Jeff Collin, Mike Daube, Anneliese Depoux, Nicholas Freudenberg, Anna B Gilmore, Paula Johns, Amos Laar, Robert Marten, Martin McKee, Melissa Mialon

      Fonte: The Lancet

      Publicado em: 2023

      Tipo de arquivo: Artigo de periódico

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Destaques do período

Eventos

Fique de olho

  • A FSP-USP está com inscrições abertas para os cursos do Programa de Verão, oferecendo 16 disciplinas com temas variados;
  • O Programa de Transtornos Alimentares do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP) está com inscrições abertas para o Módulo I do Aprimoramento em Transtornos Alimentares.

Agenda do Painel Brasileiro da Obesidade:

Fique de olho em nosso canal do Youtube! 

Quinta-feira, às 11h.

Em 2024, o PBO está de volta com transmissões ao vivo!

  • 18 de janeiro. Live sobre o “Guia para a prescrição de exercícios físicos com foco na obesidade” com Anne Streb, pesquisadora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Clinical practice guideline for the evaluation and treatment of children and adolescents with obesity

Autores: Sarah E. Hampl, Sandra G. Hassink, Asheley C. Skinner, Sarah C. Armstrong, Sarah E. Barlow, Christopher F. Bolling, Kimberly C. Avila Edwards, Ihuoma Eneli, Robin Hamre, Madeline M. Joseph, Doug Lunsford, Eneida Mendonca, Marc P. Michalsky, Nazrat Mirza, Eduardo R. Ochoa, Mona Sharifi, Amanda E. Staiano, Ashley E. Weedn, Susan K. Flinn, Jeanne Lindros, Kymika Okechukwu
Fonte: Pediatrics
Publicado em: 2023
Tipo de arquivo: Artigo de periódico
Tipo de estudo: Diretriz
Link para o original

Por que o tema é relevante?

O conhecimento e as habilidades para tratar a obesidade infantil tornaram-se essenciais para as equipes clínicas em cuidados primários e especializados em pediatria. Com o objetivo de contribuir para o cuidado de crianças com sobrepeso e obesidade, a Academia Americana de Pediatria (AAP) lançou sua primeira diretriz de prática clínica.

Qual é o objetivo do artigo?

Estruturar a avaliação e o tratamento baseados em evidências para crianças e adolescentes com excesso de peso.

Quais as principais conclusões?

A diretriz de prática clínica da AAP fornece informações aos profissionais de saúde sobre o manejo da obesidade em crianças e adolescentes. O documento destaca a importância do tratamento da obesidade no contexto da família, abordando fatores de risco ambientais e sociais, e enfatiza a eficácia das terapias comportamentais intensivas. No contexto dessas intervenções, destaca-se que abordagens presenciais centradas na mudança de estilo de vida, incorporando componentes como atividade física e apoio nutricional, durante um período mínimo de 26 horas ao longo de três a 12 meses, impactam positivamente o peso corporal (Figura 1). Resultados mais expressivos e duradouros são observados quando o contato com essas terapias excede 52 horas.

A farmacoterapia para perda de peso pode ser considerada para adolescentes com 12 anos ou mais que têm obesidade, de acordo com as indicações, riscos e benefícios do medicamento, como complemento ao tratamento de comportamento de saúde e estilo de vida. Pediatras e outros profissionais de saúde também podem oferecer encaminhamento para adolescentes de 13 anos ou mais com obesidade classe II (índice de massa corporal (IMC) igual ou superior a 120% do percentil 95 para idade e sexo, com comorbidades associadas) e classe III (IMC igual ou superior a 140% do percentil 95 para idade e sexo) para avaliação cirúrgica metabólica e bariátrica em centros pediátricos e multidisciplinares.

Figura 1. Tratamento para mudança do comportamento e estilo de vida em saúde

A diretriz recomenda a avaliação rotineira da presença de comorbidades em crianças com obesidade a partir de 10 anos de idade, considerando suas características individuais, como idade, sexo e histórico médico. No entanto, não há consenso sobre o momento ideal para iniciar essas avaliações, os testes a serem realizados e a frequência recomendada. Por outro lado, é plausível supor que essa abordagem pode contribuir para o aumento do estigma do peso. Seguindo as melhores práticas clínicas, os profissionais de saúde devem monitorar de perto os pacientes quanto a distúrbios alimentares durante o tratamento da obesidade. Especialistas sugerem o uso de uma linguagem centrada no paciente e não estigmatizante, corrigindo concepções equivocadas, eliminando culpabilizações e concentrando-se no estado de saúde da criança, em vez de se fixar em números como peso ou IMC.

Commercial determinants of health: future directions

Autores: Sharon Friel, Jeff Collin, Mike Daube, Anneliese Depoux, Nicholas Freudenberg, Anna B Gilmore, Paula Johns, Amos Laar, Robert Marten, Martin McKee, Melissa Mialon
Fonte: The Lancet
Publicado em: 2023
Tipo de arquivo: Artigo de periódico
Link para o original

Por que o tema é relevante?

Esta série da Lancet é composta por três artigos sobre os determinantes comerciais da saúde, fornecendo recomendações e estruturas que podem contribuir para uma compreensão mais aprofundada da diversidade do mundo comercial, potenciais danos e benefícios à saúde, bem como a urgência de ações regulatórias e investimentos que promovam a saúde, o bem-estar e a equidade.

Qual é o objetivo do artigo?

Contribuir para que pesquisadores, comunidades e líderes governamentais e empresariais possam conceber, co-projetar e, de maneira crucial, investir em um ambiente global em que a saúde tenha prioridade em detrimento do lucro.

Quais as principais conclusões?

O texto define os Determinantes Comerciais da Saúde (CDOH, na sigla em inglês) como os sistemas, práticas e caminhos pelos quais os agentes comerciais influenciam a saúde e a equidade. Embora as entidades comerciais tenham o potencial para contribuições positivas, as corporações e agentes comerciais têm gerado prejuízos à saúde global, impactando a sociedade civil, governos e organizações não governamentais. 

Um modelo desenvolvido com base nessa definição ilustra as práticas adotadas pelos agentes comerciais, abrangendo: políticas, científicas, de marketing, cadeia de suprimentos e resíduos, mão de obra e emprego, finanças e gestão de reputação. Vale ressaltar que esta última impulsiona as demais, sustentando um sistema patológico praticado por corporações transnacionais. Este modelo destaca a complexidade do sistema, ao mesmo tempo em que oferece uma estrutura em seis níveis para melhor compreensão.

Após esta definição, torna-se necessário identificar as corporações conforme suas práticas comerciais. Esta é uma tarefa desafiadora, uma vez que as empresas podem adotar diferentes formas jurídicas, incluindo empresas individuais, parcerias, franquias, joint ventures, cooperativas, trusts, sociedades de responsabilidade limitada e corporações. Além disso, as diversas filiais, subsidiárias, subcontratadas, investimentos e acionistas podem ser utilizados para proteger empresas produtoras de commodities insalubres, como os alimentos ultraprocessados. Este é o sistema de classificação que o segundo artigo da série se propõe a discutir.

Diante desses elementos, torna-se evidente a necessidade de uma transformação na situação atual. Um sistema de governança multinível é imprescindível, priorizando não apenas o lucro, mas também as necessidades de saúde e a equidade. Nesse contexto, o Produto Interno Bruto (PIB) revela-se uma medida simplista para avaliar o crescimento econômico, pois não considera a sustentabilidade das práticas comerciais. Além disso, é imperativo respeitar os limites naturais. Modelos de economia circular têm ganhado destaque, assim como propostas de modelos econômicos, como o tipo donut, que buscam conciliar as necessidades humanas com os limites ambientais do planeta.