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Boletim

Boletim PBO

Boletim PBO: acompanhe o que realmente importa do universo da obesidade

Boletim PBO
Edição 16/2025 #100

Boletim PBO

  1. Publicado em: 12 de ago de 2025

  2. Período: De 29 de julho a 11 de agosto/2025

  3. Resenhas desta edição:
    1. Motivational Interviewing (MI) in obesity care: cultivating person‐centered and supportive clinical conversations to reduce stigma: a narrative review

      Autores: Violeta Moizé, Yitka Graham, Ximena Ramos Salas, Mercè Balcells

      Fonte: Obesity Science &, Practice

      Publicado em: 2021

      Tipo de arquivo: Artigo de periódico

      Tipo de estudo: Revisão

    2. Diretrizes para a implantação da linha de cuidado às pessoas com sobrepeso e obesidade no Estado do Rio de Janeiro

      Autores: Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro

      Publicado em: 2021

      Tipo de arquivo: Relatório

      Tipo de estudo: Diretriz

    3. Definition and diagnostic criteria of clinical obesity

      Autores: Francesco Rubino, David E Cummings, Robert H Eckel, Ricardo V Cohen, John P H Wilding, Wendy A Brown, Fatima Cody Stanford, Rachel L Batterham, I Sadaf Farooqi, Nathalie J Farpour-Lambert, Carel W Le Roux, Naveed Sattar, Louise A Baur, Katherine M Morrison, Anoop Misra, Takashi Kadowaki, Kwang Wei Tham, Priya Sumithran, W Timothy Garvey, John P Kirwan, José-Manuel Fernández-Real, Barbara E Corkey, Hermann Toplak, Alexander Kokkinos, Robert F Kushner, Francesco Branca, Jonathan Valabhji, Matthias Blüher, Stefan R Bornstein, Harvey J Grill, Eric Ravussin, Edward Gregg, Noor B Al Busaidi, Nasreen F Alfaris, Ebaa Al Ozairi, Lena M S Carlsson, Karine Clément, Jean-Pierre Després, John B Dixon, Gauden Galea, Lee M Kaplan, Blandine Laferrère, Martine Laville, Soo Lim, Jesús R Luna Fuentes, Vicki M Mooney, Joseph Nadglowski, Agbo Urudinachi, Magdalena Olszanecka-Glinianowicz, An Pan, Francois Pattou, Philip R Schauer, Matthias H Tschöp, Maria T Van Der Merwe, Roberto Vettor, Geltrude Mingrone

      Fonte: The Lancet Diabetes &, Endocrinology

      Publicado em: 2021

      Tipo de arquivo: Artigo de periódico

    4. Perceptions of obesity among healthcare professionals and policy makers in 2023: results of the global OPEN survey

      Autores: John B. Dixon; Rohana Abdul Ghani; Paolo Sbraccia

      Fonte: Obesity Science &, Practice

      Publicado em: 2021

      Tipo de arquivo: Artigo de periódico

    5. White Paper: The need for a strategic, system-wide approach to obesity care

      Autores: OPEN

      Publicado em: 2021

      Tipo de arquivo: Relatório

    6. Effect of mobile food environments on fast food visits

      Autores: Bernardo García Bulle Bueno, Abigail L. Horn, Brooke M. Bell, Mohsen Bahrami, Burçin Bozkaya, Alex Pentland, Kayla De La Haye, Esteban Moro

      Fonte: Nature Communications

      Publicado em: 2021

      Tipo de arquivo: Artigo de periódico

    7. Ultra-processed food consumption by Brazilian adolescents in cafeterias and school meals

      Autores: Priscilla Rayanne E Silva Noll, Matias Noll, Luiz Carlos De Abreu, Edmund Chada Baracat, Erika Aparecida Silveira, Isabel Cristina Esposito Sorpreso

      Fonte: Scientific Reports

      Publicado em: 2021

      Tipo de arquivo: Artigo de periódico

      Tipo de estudo: Estudo observacional

    8. WHO acceleration plan to stop obesity

      Autores: World Health Organization

      Fonte: Nutrition and Food Safety

      Publicado em: 2021

      Tipo de arquivo: Relatório

    9. Tackling adolescent obesity in Latin America: The cost of inaction in Brazil, Chile and Colombia

      Fonte: The Economist Intelligence Unit

      Publicado em: 2021

      Tipo de arquivo: Artigo de periódico

      Tipo de estudo: Revisão

    10. Instrutivo de abordagem coletiva para manejo da obesidade no SUS

      Autores: Ministério da Saúde e Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

      Publicado em: 2021

      Tipo de arquivo: Relatório

      Tipo de estudo: Estudo observacional

Seja bem-vindo ao boletim do PBO!

Em agosto de 2025, chegamos à centésima edição do Boletim PBO, uma iniciativa quinzenal que, desde 2021, acompanha os principais debates, pesquisas, eventos e políticas públicas relacionadas à obesidade no Brasil e no mundo.
Criado com o propósito de facilitar o acesso à informação de qualidade, o boletim se consolidou como um canal para profissionais da saúde, gestores, pesquisadores e pessoas interessadas pela temática da obesidade. Ao longo de quatro anos, foram resenhados os artigos mais relevantes, agendas com os eventos mais importantes, destaques da mídia e lançamentos institucionais.
Para comemorar essa trajetória, esta edição especial faz um passeio pelos boletins mais acessados desde o início da nossa publicação. Selecionamos o top 5 boletins que representam esse projeto, com artigos que remetem desde as discussões sobre o manejo da obesidade sob perspectivas diversas como a atenção primária e a cirurgia bariátrica da infância à terceira idade.
Mais do que um marco numérico, o Boletim #100 celebra uma rede de pessoas comprometidas com a transformação da realidade e a partir de agora, disponível ao público, como uma forma de ampliar ainda mais o alcance desse conteúdo e fortalecer o debate público sobre obesidade no Brasil.
A todos que leem, compartilham e fazem parte dessa construção: nosso muito obrigado e seguiremos juntos nas próximas edições! 

Evento em destaque!

Webinar Obes(C)idades 2025 

O Instituto Cordial convida você a participar do evento Obes(C)idades 2025 no final de outubro para transformarmos a abordagem da obesidade nas cidades brasileiras, com discussões sobre a obesidade em nível territorial, sobre os ambientes obesogênicos, os determinantes sociais da saúde e a implementação das políticas públicas no sistema de saúde. Não perca! 

Link de inscrição: http://lp2.institutocordial.com.br/pbo-240-obescidades-insc

Agenda do Painel Brasileiro da Obesidade:

Fique de olho em nosso canal do Youtube! 

Quinta-feira, às 11h.

Vale a leitura

Retrospectiva TOP 5 boletins

  1. Boletim 04 de 2025
  2. Boletim 02 de 2025
  3. Boletim 07 de 2024
  4. Boletim 18 de 2023
  5. Boletim 05 de 2021

Boletim publicado em 2025

Título 1: Entrevista Motivacional (EM) no tratamento da obesidade: cultivando conversas clínicas centradas na pessoa e de apoio para reduzir o estigma: uma revisão narrativa (MOIZÉ et al., 2025).

Publicado em fevereiro de 2025. 

Autores:

Violeta Moizé1,2,3,4,5; Yitka Graham5,6,7,8; Ximena Ramos Salas9; Mercè Balcells4,10,11

1Unidade de Obesidade do Departamento de Endocrinologia e Nutrição do Hospital Clínico de Barcelona, Espanha; 2Departamento de Medicina da Universidade de Barcelona, Espanha; 3Pesquisa Translacional em Diabetes, Lipídios e Obesidade do Consórcio do Instituto de Pesquisa Biomédica August Pi i Sunyer (IDIBAPS), Espanha; 4Grupo Espanhol de Trabalho em Entrevista Motivacional (GETEM), Espanha; 5Faculdade de Ciências da Saúde e Bem-Estar do Instituto de Pesquisa em Enfermagem e Cuidados Helen McArdle da Universidade de Sunderland, Reino Unido; 6Unidade de Cirurgia Bariátrica do Hospital Real de Sunderland, South Tyneside e Sunderland NHS Foundation Trust, Reino Unido; 7Faculdade de Psicologia da Universidade Anáhuac, México; 8Faculdade de Ciências Biomédicas da Universidade Austral, Argentina; 9Replica Communications, Suécia; 10Unidade de Comportamento Aditivo do Serviço de Psiquiatria e Psicologia do Instituto Clínico de Neurociências (ICN) do Hospital Clínico de Barcelona, Espanha; 11Grupo de Pesquisa em Dependência do Consórcio Instituto de Pesquisa Biomédica August Pi i Sunyer (IDIBAPS), Espanha.

Síntese:
A edição destacou a entrevista motivacional para o tratamento da obesidade, com uma prática clínica centrada na pessoa, colaborativa e livre de estigmas. Estruturada em quatro fases: engajamento, focalização, evocação e planejamento, esse processo valoriza a escuta ativa, perguntas abertas e afirmações positivas para fortalecer a motivação e o protagonismo do paciente. Diante dos estigmas sociais, internalizados e institucionais que cercam a obesidade, essa estratégia se destaca como ferramenta potente para transformar o cuidado em saúde, com foco no vínculo e na autonomia.

 

Título 2: Diretrizes para a Implantação da Linha de Cuidado às Pessoas com Sobrepeso e Obesidade no estado do Rio de Janeiro (SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DO RIO DE JANEIRO, 2025).

 

 Publicado em setembro de 2024.

 

Instituição:

Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro na Subsecretaria de Vigilância e Atenção Primária à Saúde na Superintendência de Atenção Primária à Saúde, Área Técnica de Alimentação e Nutrição

 

Síntese:

Nessa última edição, o destaque foi para a publicação das Diretrizes para a Implantação da Linha de Cuidado às Pessoas com Sobrepeso e Obesidade no estado do Rio de Janeiro (SES-RJ, 2025), marco na organização do cuidado no SUS. O fluxo foi estruturado entre os níveis de atenção em quatro componentes estratégicos: Atenção Primária, Especializada, Hospitalar/Cirúrgica e Sistema de Apoio e Regulação. Contando com ações de prevenção, articulação multiprofissional, acesso a terapias especializadas e critérios claros de encaminhamento, o sistema de regulação garante fluidez assistencial e indicadores de monitoramento. 

Boletim publicado em 2025

Título 1: Definição e critérios diagnósticos da obesidade clínica (RUBINO et al., 2025).

Publicado em janeiro de 2025.

Autores:

Comissão da Lancet de Diabetes e Endocrinologia

 

Síntese:
Nesta edição tivemos a publicação das novas diretrizes de cuidado da obesidade pelo The Lancet. As principais conclusões do estudo enfatizam a importância de distinguir entre obesidade pré-clínica e clínica. A primeira caracteriza-se pelo excesso de adiposidade sem disfunções orgânicas significativas, mas com alto risco de evoluir para a obesidade clínica e outras doenças não transmissíveis. Neste estágio, intervenções preventivas, como mudanças no estilo de vida, são cruciais. Por outro lado, a obesidade clínica já implica disfunções orgânicas importantes, como insuficiência cardíaca e disfunções metabólicas, exigindo tratamentos terapêuticos mais intensivos, incluindo opções farmacológicas e cirúrgicas, além de mudanças comportamentais. O estudo recomenda o uso de medidas mais precisas além do IMC, como a circunferência abdominal e métodos diretos de avaliação da gordura corporal, para diagnosticar precocemente e manejar adequadamente a obesidade. Isso não só melhora os resultados clínicos individuais, mas também suporta a formulação de políticas públicas mais eficazes e reduz o estigma associado ao peso.

 

Título 2: Percepções da obesidade entre profissionais de saúde e formuladores de políticas em 2023: resultados da pesquisa global OPEN (DIXON; ABDUL GHANI; SBRACCIA, 2025).

Publicado em janeiro de 2025.

 

Autores:

John B. Dixon¹; Rohana Abdul Ghani²; Paolo Sbraccia³

1Instituto de Pesquisa de Inovação em Saúde Iverson da Universidade de Tecnologia de Swinburne, Austrália; 2Departamento de Medicina Interna da Faculdade de Medicina da Universidade de Tecnologia MARA, Malásia; 3Departamento de Medicina de Sistemas da Universidade de Roma Tor Vergata, Itália 

Síntese:

Nesta edição tivemos a publicação dos resultados de uma pesquisa global que teve como objetivo avaliar, em oito países, como profissionais de saúde e formuladores de políticas percebem e abordam a obesidade. Os resultados indicam baixa capacitação profissional (apenas um terço recebeu treinamento robusto), uso limitado de diretrizes clínicas e percepção restrita da obesidade como doença crônica (cerca de 26% dos profissionais e 35% dos tomadores de decisão). O compromisso político também é baixo, com pouco reconhecimento formal, escasso financiamento e cobertura limitada para tratamentos. Conclui-se que é necessário ampliar a formação profissional, adotar diretrizes claras e fortalecer políticas públicas para melhorar o cuidado e reduzir o estigma relacionado à obesidade.

Boletim publicado em 2024

Título 1: A necessidade de uma abordagem estratégica e abrangente para o cuidado da obesidade (OPEN, 2024).

Publicado em março de 2024.

Instituição:

Rede de Engajamento em Políticas sobre Obesidade (na sigla em inglês, OPEN).

Colaboração do Instituto Cordial.

Síntese:

Nessa edição tivemos a publicação do relatório da OPEN (Obesity Policy Engagement Network) sobre a necessidade de uma abordagem estratégica e sistêmica para o cuidado da obesidade. Com apoio do Instituto Cordial, o documento propõe cinco áreas prioritárias para qualificar o cuidado da obesidade: formação profissional, mudança na percepção da doença, padronização dos registros clínicos, organização do cuidado transdisciplinar e revisão das prioridades nos sistemas de saúde. A publicação reforça a urgência de uma resposta coordenada, contínua e baseada em evidências.

 

 

Título 2: Efeito dos ambientes móveis de alimentos nas visitas a fast-food (GARCÍA BULLE BUENO et al., 2024)

Publicado em fevereiro de 2024.

Autores:

Bernardo García Bulle Bueno ¹, Abigail L. Horn 2,3,9, Brooke M. Bell 2,4, Mohsen Bahrami ¹, Burçin Bozkaya 5, Alex Pentland ¹, Kayla de la Haye 6, Esteban Moro 1,7,8.

¹ Instituto para Dados, Sistemas e Sociedade do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, Estados Unidos; ² Departamento de Ciências da População e Saúde Pública da Escola de Medicina Keck da Universidade do Sul da Califórnia, Estados Unidos; ³ Departamento de Engenharia Industrial e de Sistemas da Escola de Engenharia Viterbi da Universidade do Sul da Califórnia, Estados Unidos; 4 Departamento de Epidemiologia de Doenças Crônicas da Escola de Saúde Pública de Yale da Universidade de Yale, Estados Unidos; 5 Escola de Negócios Sabanci da Universidade Sabanci, Turquia; 6 Centro de Pesquisa Econômica e Social da Universidade do Sul da Califórnia, Estados Unidos; 7 Grupo Interdisciplinar de Sistemas Complexos (GISC) do Departamento de Matemática da Universidade Carlos III, Espanha; 8 Instituto de Ciência da Rede da Universidade Northeastern, Estados Unidos; 9 Instituto de Ciências da Informação, Escola de Engenharia Viterbi da Universidade do Sul da Califórnia, Estados Unidos.

 

Síntese:

O destaque da edição foi o estudo sobre o efeito dos ambientes móveis que analisou dados de mais de 60 milhões de visitas a estabelecimentos comerciais de alimentos dos EUA durante 6 meses. O trabalho inovador mostrou que a exposição diária das pessoas a esses ambientes (especialmente durante seus deslocamentos) tem mais impacto no consumo de fast-food do que o ambiente do próprio bairro onde residem. Diante desse cenário, é fundamental que as políticas públicas de regulação do ambiente alimentar considerem os trajetos urbanos e os padrões de mobilidade.
Esse estudo foi amplamente discutido no nosso Webinar Obes(C)idades 2024, com a presença de especialistas para debatermos como essa configuração das cidades influencia diretamente nos hábitos alimentares, alimentação por delivery e a obesidade.

Acesse o evento aqui.
Não fique de fora do Obes(C)idades 2025! 

Boletim publicado em 2023

Título 1: Consumo de alimentos ultraprocessados e fatores de risco cardiometabólico em adolescentes brasileiros: resultados do estudo ERICA (MADALOSSO et al., 2023).

Publicado em agosto de 2023. 

Autores:

Mariana Migliavacca Madalosso ¹, Nina Nayara Ferreira Martins ¹, Brenda Massochin Medeiros ², Luana Lara Rocha ³, Larissa Loures Mendes 4, Beatriz D. Schaan 1,2, Felipe Vogt Cureau 1,5.

¹ Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde: Cardiologia e Ciências Cardiovasculares da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil; ² Divisão de Endocrinologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Brasil; ³ Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais, Brasil; 4 Departamento de Nutrição da Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais, Brasil; 5 Programa de Pós-Graduação em Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Brasil.

Síntese:
A edição trouxe os resultados do Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes (ERICA) sobre o consumo de ultraprocessados e sua associação com risco cardiometabólico em adolescentes brasileiros. Com uma amostra de mais de 36 mil adolescentes, o estudo revelou que cerca de um terço da ingestão calórica diária provém de alimentos ultraprocessados, sendo biscoitos e refrigerantes os mais consumidos. Além disso, jovens com o alto consumo desses produtos apresentavam um padrão dietético deficiente, aumento dos indicadores de risco cardiovascular (colesterol LDL e redução do HDL).

 

Título 2: Plano de aceleração da Organização Mundial da Saúde para conter a obesidade (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2023).

Publicado em setembro de 2023.  

Autores:

Organização Mundial da Saúde.

Síntese:

Outro destaque foi o Plano de Aceleração da OMS, endossado pelos Estados-Membros na 75ª Assembleia Mundial da Saúde em 2022. Com foco em políticas públicas, o plano propõe cinco fluxos de ação, (1) adoção de estratégias eficazes, baseadas em evidências; (2) identificar as estratégias prioritárias e estabelecer metas mensuráveis; (3) fortalecimento do advocacy global com participação ativa de pessoas que vivem com obesidade; (4) engajamento de múltiplos parceiros (governos, sociedade civil, setor privado e academia); e (5) mecanismos de responsabilização para monitorar a execução do Plano.

Boletim publicado em 2021

Título 1: Combatendo a obesidade adolescente na América Latina: O custo da inação no Brasil, Chile e Colômbia (SAAD et al., 2021)

Publicado em Agosto de 2021

Autores:

Aida Lebbos Saad1, Andrea Pereira2, Catalina Abaunza3, Daniela Godoy4, Diana Cunha5, Eve Crowely6, Jorge Castillo7, Luciana Ribeiro Bahia8, Luis Fernando, Alarcón Urrutia9, María Paulina Correa-Burrows10

1 Fundadora do Fun4Fit (Colômbia), 2 Departamento de Oncologia e Hematologia do Hospital Israelita Albert Einstein (Brasil), 3 Ministério da Saúde e Proteção Social (Colombia), 4 Escolher viver saudável, Ministério do Desenvolvimento Social e da Família (Chile) 5 Departamento de Epidemiologia do Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Brasil), 6 Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura: América Latina  e Caribe (US), 7 Universidade Nacional (Colômbia), 8 Instituto de Avaliação de Tecnologias em Saúde (Brasil), 9  Dimensão de vida saudável e condições não-transmissíveis (Colômbia), 10 Universidade do Chile, Instituto Nacional de Nutrição e Tecnologia de Alimentos (Chile).

Síntese:

A edição destacou o estudo que lançou luz sobre os impactos econômicos e sociais da obesidade em adolescentes no Brasil, Chile e Colômbia. O documento estimou que 49% dos jovens com obesidade permanecerão nessa condição na vida adulta, e que a obesidade representa cerca de 14% dos custos com saúde no Brasil. As intervenções incluem: políticas públicas que regulem o mercado e promovem alimentação saudável; ações integradas em todos os níveis de atenção à saúde e nas escolas; e cuidado individualizado que considere tanto a saúde física quanto o bem-estar psicológico dos adolescentes.

 

Título 2: Instrutivo de abordagem coletiva para manejo da obesidade no SUS (MINISTÉRIO DA SAÚDE; UFMG, 2021)

Publicado em Setembro de 2021

Autores:

Ministério da Saúde e Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Síntese:

Outra pauta da edição foi o lançamento do material que fortalece a atuação das equipes de saúde na Atenção Primária no cuidado de pessoas com obesidade. Com uma abordagem prática e centrada no cuidado em grupo, o documento propõe estratégias para ampliar as possibilidades de cuidado integral e qualificado. Para apoiar o usuário, são apresentadas ferramentas educativas, tecnologias de comunicação e ações como: encontros coletivos que dialogam com o cotidiano das pessoas, rodas de conversa, dinâmicas de grupo, educação alimentar e acompanhamento do autocuidado.

Acesse os mapas mais recentes e sua versão traduzida na nossa biblioteca: https://painelobesidade.com.br/biblioteca/ 

Acompanhe as próximas edições do boletim!

Fique ligado nos destaques do período com os principais eventos e publicações relacionados a temática da obesidade, agenda com os próximos eventos do PBO,  nossas resenhas com os artigos mais relevantes e muito mais!
Continuem nos acompanhando para ficarem atualizados do que acontece no PBO e no universo temático da obesidade. É um prazer ter vocês conosco!

                                                                                  Até a próxima!

Motivational Interviewing (MI) in obesity care: cultivating person‐centered and supportive clinical conversations to reduce stigma: a narrative review

Autores: Violeta Moizé, Yitka Graham, Ximena Ramos Salas, Mercè Balcells
Fonte: Obesity Science &, Practice
Publicado em: 2025
Tipo de arquivo: Artigo de periódico
Tipo de estudo: Revisão
Link para o original

Por que o tema é relevante?

A Entrevista Motivacional (EM) no cuidado da obesidade surge, devido ao impacto negativo do estigma do peso nos sistemas de saúde, como uma estratégia que busca estabelecer conversas clínicas mais empáticas, colaborativas e livres de estigma, promovendo melhor engajamento e adesão ao tratamento.

Qual é o objetivo do estudo?

Revisar o impacto potencial da Entrevista Motivacional (EM) na gestão da obesidade e de doenças crônicas associadas. 

Quais as principais conclusões?

A Entrevista Motivacional (EM) é uma abordagem terapêutica centrada na pessoa com um estilo de comunicação colaborativo e direcionado que se constrói em quatro fases: engajamento cria uma relação de confiança entre profissional e paciente; focalização define um objetivo claro para a conversa, alinhando expectativas; evocação explora a motivação interna do paciente para a mudança, sem imposições. Por fim, o planejamento estabelece um plano de ação realista e sustentável para implementar as mudanças desejadas.
Nesse processo do cuidado são identificados três tipos de estigma relacionados à obesidade: o externo que envolve atitudes negativas da sociedade, refletidas em discriminação; o interno que ocorre quando a pessoa internaliza essas percepções, afetando autoestima e saúde mental e o institucional que se manifesta em políticas e práticas que dificultam o acesso a tratamentos adequados.
Nesse contexto que as estratégias da EM buscam cuidar sem estigmatizar, com métodos de perguntas abertas que incentivam a reflexão do paciente e promovem uma conversa mais aprofundada, em vez de respostas curtas ou binárias; as afirmações que reconhecem e reforçam os esforços e capacidades do paciente, aumentando sua autoestima e motivação para a mudança; a escuta ativa que reformula falas, demonstrando compreensão e empatia, para esclarecer sentimentos e preocupações. E por fim, os resumos que organizam e consolidam as informações discutidas, alinhando os próximos passos do tratamento entre profissional e paciente.
Diante desse cenário, a Entrevista Motivacional se mostra uma abordagem promissora para transformar o cuidado da obesidade, com conversas clínicas mais empáticas, colaborativas e livres de estigma, garantindo que o paciente seja protagonista de seu próprio processo de mudança e adesão ao tratamento. 

Diretrizes para a implantação da linha de cuidado às pessoas com sobrepeso e obesidade no Estado do Rio de Janeiro

Autores: Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro
Publicado em: 2025
Tipo de arquivo: Relatório
Tipo de estudo: Diretriz
Link para o original

Por que o tema é relevante?

A Linha de Cuidado às Pessoas com Sobrepeso e Obesidade (LCSO) foi desenvolvida para garantir um atendimento integral e contínuo, com estratégias de promoção, prevenção, tratamento e reabilitação dentro da Rede de Atenção à Saúde (RAS). Assegurando um atendimento qualificado, com suporte técnico, assistência multiprofissional e sistemas de apoio.

Qual é o objetivo do estudo?

Organizar e orientar o percurso assistencial dos usuários com sobrepeso e obesidade no Estado do Rio de Janeiro, para um fluxo eficiente entre os diferentes níveis de atenção no Sistema Único de Saúde (SUS).

Quais as principais conclusões?

stado do Rio de Janeiro se baseia em quatro componentes estratégicos da atenção à saúde do SUS. O primeiro é a Atenção Primária à Saúde (APS), com uma abordagem integrada e multiprofissional e estratégias que incluem a Vigilância Alimentar e Nutricional (VAN) com estratificação de risco, permitindo a identificação precoce de indivíduos em situação de vulnerabilidade nutricional e promoção da alimentação saudável com práticas de vida ativa. Nos casos mais graves, a APS prevê o encaminhamento para a Atenção Especializada (AE), segundo componente, para indivíduos com IMC ≥ 35 kg/m² com comorbidades descompensadas ou sem melhora após dois anos de tratamento. A AE, oferece suporte do pré ao pós-operatório, qualificação do atendimento com teleassistência, teleducação e ações intersetoriais e após a estabilização clínica ou tratamento especializado, os pacientes são encaminhados de volta à APS.
O terceiro componente da LCSO envolve a Atenção Hospitalar e Cirúrgica, que se destina a casos mais graves, exigindo internação e tratamento intensivo. Nele são realizadas cirurgias bariátricas e reparadoras, seguindo diretrizes clínicas e regulatórias nacionais. Por fim, a LCSO conta com um Sistema de Apoio e Regulação para garantir que o fluxo entre os diferentes níveis de cuidado ocorra de forma eficiente, gerenciado por serviços de regulação, que direcionam os casos conforme a necessidade de cada indivíduo.
O monitoramento da implementação da LCSO é realizado por meio de indicadores de avaliação como proporção de indivíduos com sobrepeso e obesidade, cobertura do estado nutricional, quantidade de atendimentos, entre outros e possibilitando que os municípios possam adaptá-la à sua realidade para  oferecer um cuidado eficiente, humanizado e acessível para a população.

Definition and diagnostic criteria of clinical obesity

Autores: Francesco Rubino, David E Cummings, Robert H Eckel, Ricardo V Cohen, John P H Wilding, Wendy A Brown, Fatima Cody Stanford, Rachel L Batterham, I Sadaf Farooqi, Nathalie J Farpour-Lambert, Carel W Le Roux, Naveed Sattar, Louise A Baur, Katherine M Morrison, Anoop Misra, Takashi Kadowaki, Kwang Wei Tham, Priya Sumithran, W Timothy Garvey, John P Kirwan, José-Manuel Fernández-Real, Barbara E Corkey, Hermann Toplak, Alexander Kokkinos, Robert F Kushner, Francesco Branca, Jonathan Valabhji, Matthias Blüher, Stefan R Bornstein, Harvey J Grill, Eric Ravussin, Edward Gregg, Noor B Al Busaidi, Nasreen F Alfaris, Ebaa Al Ozairi, Lena M S Carlsson, Karine Clément, Jean-Pierre Després, John B Dixon, Gauden Galea, Lee M Kaplan, Blandine Laferrère, Martine Laville, Soo Lim, Jesús R Luna Fuentes, Vicki M Mooney, Joseph Nadglowski, Agbo Urudinachi, Magdalena Olszanecka-Glinianowicz, An Pan, Francois Pattou, Philip R Schauer, Matthias H Tschöp, Maria T Van Der Merwe, Roberto Vettor, Geltrude Mingrone
Fonte: The Lancet Diabetes &, Endocrinology
Publicado em: 2025
Tipo de arquivo: Artigo de periódico
Link para o original

Por que o tema é relevante?

A obesidade sendo uma condição crônica e sistêmica, que afeta um número crescente de pessoas no mundo, ao ser definida exclusivamente pelo índice de massa corporal (IMC), deixa de considerar aspectos relevantes da saúde individual. Sendo fundamental reconhecer a obesidade não apenas como um fator de risco, mas como uma doença com manifestações clínicas distintas e bem definidas.

Qual é o objetivo do estudo?

Redefinir e estabelecer critérios diagnósticos objetivos para a obesidade clínica, diferenciando-a da obesidade pré-clínica.

Quais as principais conclusões?

Com intuito de alinhar os critérios de diagnóstico da obesidade, o estudo apresenta a diferenciação entre obesidade pré-clínica e clínica, fundamentada na presença ou ausência de manifestações clínicas, como sinais e sintomas de alteração fisiológica, ou na capacidade do indivíduo de realizar atividades diárias.
Na obesidade pré-clínica, há excesso de adiposidade, mas sem alterações funcionais nos órgãos ou tecidos. Essa condição representa maior risco para o desenvolvimento de obesidade clínica e outras doenças não transmissíveis. Por isso, o manejo deve ter um enfoque preventivo, com intervenções que visem reduzir os fatores de risco, incluindo mudanças no estilo de vida e monitoramento contínuo da saúde do indivíduo.
Por outro lado, a obesidade clínica é definida como uma doença crônica e sistêmica, na qual o excesso de adiposidade já resultou em disfunções orgânicas significativas. Essas alterações podem incluir insuficiência cardíaca, disfunções metabólicas ou respiratórias e limitações funcionais, como a dificuldade de mobilidade ou na realização de atividades cotidianas. As estratégias de manejo incluem intervenção terapêutica, visando corrigir ou reverter os danos causados, por meio de tratamentos personalizados, incluindo abordagens farmacológicas, cirúrgicas e mudanças comportamentais.
O artigo destaca a importância de critérios diagnósticos mais precisos que o IMC, como a medição da circunferência abdominal e métodos diretos de avaliação da gordura corporal, para diferenciar as duas condições. Esse refinamento diagnóstico é essencial para diagnósticos precoces, tratamentos eficazes, políticas públicas adequadas e redução do estigma relacionado ao peso.

Perceptions of obesity among healthcare professionals and policy makers in 2023: results of the global OPEN survey

Autores: John B. Dixon; Rohana Abdul Ghani; Paolo Sbraccia
Fonte: Obesity Science &, Practice
Publicado em: 2025
Tipo de arquivo: Artigo de periódico
Link para o original

Por que o tema é relevante?

As percepções equivocadas e a falta de consenso sobre o status da obesidade como uma doença dificultam a prestação de cuidados adequados, o que perpetua estigmas e lacunas no tratamento. É fundamental entender como profissionais de saúde e formuladores de políticas percebem e abordam a obesidade, para melhorar a gestão e reduzir suas consequências para a saúde.

Qual é o objetivo do estudo?

Examinar o estado atual dos cuidados com a obesidade e as percepções que influenciam a entrega desses cuidados entre profissionais de saúde e tomadores de decisão de saúde em nível global. 

Quais as principais conclusões?

O presente estudo realizou um levantamento abrangente em oito países (Austrália, Brasil, Canadá, Alemanha, Itália, Malásia, Espanha e Turquia), envolvendo profissionais de saúde e tomadores de decisão, com o objetivo de identificar barreiras nos cuidados clínicos e nas políticas de saúde e explorar atitudes e práticas relacionadas à obesidade.
Embora a maioria dos profissionais de saúde relatasse experiência no atendimento a pacientes com obesidade, apenas um terço recebeu mais de 20 horas de treinamento formal sobre o tema, com enfermeiros reportando um volume menor de formação em comparação aos médicos. Países como Brasil, Espanha e Turquia destacaram-se, com mais da metade dos participantes indicando uma formação mais robusta na área.
Apenas 26,4% dos profissionais de saúde e 29% dos tomadores de decisão classificaram a obesidade como uma doença crônica, enquanto muitos a consideraram associada a escolhas de estilo de vida, desconsiderando sua complexidade biológica e socioambiental. No que tange aos métodos diagnósticos, somente 44,6% dos casos de obesidade foram registrados como doença crônica nos prontuários médicos.
Menos da metade dos profissionais de saúde relatou o uso de diretrizes clínicas específicas para obesidade, com os endocrinologistas sendo os principais utilizadores desses recursos. Em torno de 50% dos profissionais recomendam intervenções como aconselhamento nutricional, exercícios e suporte psicológico, e 37% indicam cirurgia bariátrica, com maior oferta no Brasil e na Austrália.
Por fim, somente 35,7% dos tomadores de decisão relataram que seus governos reconhecem a obesidade como doença crônica, e 30% indicaram sua classificação formal. O compromisso político foi limitado, com 20% reportando esforços consistentes, e apoio financeiro insuficiente, com poucas políticas cobrindo medicamentos e tratamentos especializados.

White Paper: The need for a strategic, system-wide approach to obesity care

Autores: OPEN
Publicado em: 2024
Tipo de arquivo: Relatório
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Por que o tema é relevante?

A obesidade muitas vezes não recebe o mesmo nível de cuidado, cobertura de seguro ou atenção educacional dedicada a outras doenças crônicas. Planos de ação nacionais, alinhados com as diretrizes propostas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para a prestação de serviços de saúde, são fundamentais para enfrentar o aumento da obesidade e fortalecer a resiliência dos sistemas de saúde em nível nacional.

Qual é o objetivo do documento?

Destacar os desafios no manejo da obesidade no contexto da saúde, identificando áreas-chave de foco para países, sistemas de saúde, tomadores de decisão e profissionais de saúde. Além disso, oferecer recomendações para conter o avanço da epidemia de obesidade a nível global.

Quais as principais conclusões?

O documento destacou as barreiras ao diagnóstico, à prestação de serviços e ao manejo da obesidade; lacunas na educação em saúde sobre obesidade; e a escassez de pesquisa e financiamento para o cuidado da obesidade. As cinco áreas prioritárias identificadas representam um chamado à ação para aprimorar políticas em benefício daqueles que vivem com obesidade. No quadro a seguir, são apresentados os aspectos levantados em cada área, bem como recomendações sobre o que pode ser feito para conter o avanço da obesidade.

 

ÁreaDiagnósticoRecomendação
Educação e capacitaçãoFalta de treinamento adequado para o manejo da obesidade.

A capacitação em obesidade é semelhante independentemente da especialidade médica.

Conteúdos de graduação e pós-graduação em obesidade são limitados em escopo em comparação com outras doenças crônicas, e os aprendizados têm pouca aplicação na prática clínica.

Integrar a obesidade nos programas de capacitação e fornecer educação continuada para aqueles que lidam diretamente com a doença.

Melhorar o conhecimento sobre: as atitudes prevalentes em relação à obesidade (por exemplo, preconceito contra peso); a etiologia multifatorial da doença; o diagnóstico oportuno; e o manejo a longo prazo.

Percepções da obesidadeDemora em reconhecer a obesidade como uma doença pela comunidade de saúde.

Elevada prevalência de estigma associado ao peso, inclusive no meio da saúde.

Falta de conhecimento adequado sobre obesidade tanto entre profissionais de saúde quanto na sociedade em geral para orientar as decisões e ações de prevenção, tratamento e manejo da doença.

Educar os profissionais de saúde, gestores e formuladores de políticas sobre as causas da obesidade para garantir que as pessoas com obesidade recebam o apoio necessário a longo prazo.

Incluir conteúdo sobre preconceito contra o peso e habilidades de comunicação com pacientes na formação dos profissionais de saúde.

Mudar a percepção de que a obesidade é uma responsabilidade individual para adotar uma abordagem de sistema inteiro.

Orientar aqueles que vivem com obesidade a compartilhar suas experiências autênticas e a defender cuidados personalizados centrados na pessoa em todas as fases da vida.

Padrões de cuidadoLimitado escopo das pesquisas atuais sobre obesidade, muitas vezes conduzido por meio de levantamentos epidemiológicos que se baseiam no índice de massa corporal (IMC ≥30kg/m²). Embora o IMC seja uma ferramenta útil para a triagem de obesidade, é menos preciso na determinação dos fatores de risco individuais.

Registro insuficiente do diagnóstico de obesidade nos prontuários dos pacientes.

Inércia clínica e baixa aderência às diretrizes clínicas para o manejo da obesidade.

Aprimorar a pesquisa científica sobre obesidade, incorporando dados de todas as faixas etárias.

Desenvolver e aperfeiçoar os métodos de diagnóstico e documentação do manejo da obesidade nos prontuários médicos eletrônicos dos pacientes, incluindo uma codificação adequada para fins de seguro e reembolso.

Promover o uso e implementação efetiva das diretrizes de prática clínica para obesidade, visando garantir uma abordagem padronizada e baseada em evidências.

Prestação de cuidadoObstáculos para fornecer uma abordagem transdisciplinar ao cuidado da obesidade.

Falta de organização no encaminhamento e cuidado da obesidade tanto no sistema público de saúde quanto nas clínicas privadas.

Escassez de médicos generalistas em cuidados primários, especialistas e outros profissionais de saúde para garantir um cuidado adequado a longo prazo.

Terapias e serviços especializados não são reembolsados ou disponíveis para pessoas que vivem com obesidade.

Priorizar financeiramente o cuidado transdisciplinar da obesidade e o apoio para todas as faixas etárias.

Estabelecer caminhos clínicos e de encaminhamento claros, além de parcerias de trabalho entre a atenção primária e os cuidados especializados.

Ampliar a cobertura de serviços essenciais para pessoas que vivem com obesidade.

Prioridades do Sistema de Saúde.As políticas e o financiamento públicos, em sua maioria, são direcionados para a conscientização da população sobre escolhas de estilo de vida saudável.

Pouco suporte para triagem, diagnóstico precoce e acompanhamento clínico para prevenir novos casos e a progressão da doença.

Implementar modelos de cuidado alinhados com o quadro de Prestação de Serviços de Saúde da OMS.

Incorporar práticas de manejo da obesidade baseadas em evidências.

 

Effect of mobile food environments on fast food visits

Autores: Bernardo García Bulle Bueno, Abigail L. Horn, Brooke M. Bell, Mohsen Bahrami, Burçin Bozkaya, Alex Pentland, Kayla De La Haye, Esteban Moro
Fonte: Nature Communications
Publicado em: 2024
Tipo de arquivo: Artigo de periódico
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Por que o tema é relevante?

As pesquisas sobre ambiente alimentar têm se concentrado predominantemente em ambientes estáticos, como os arredores de escolas e bairros residenciais. No entanto, no cotidiano, as pessoas se deslocam para o trabalho e outras atividades diárias, o que amplia consideravelmente os ambientes aos quais estão expostas. Nesse sentido, analisar a mobilidade em escala populacional e os diferentes contextos ambientais nos quais as pessoas transitam pode representar um diferencial significativo na investigação dos hábitos alimentares.

Qual é o objetivo do documento?

Analisar as visitas das pessoas a estabelecimentos de alimentos e fast food e investigar a relação entre essas visitas e as características dos ambientes alimentares móveis aos quais estão expostas durante suas rotinas diárias.

Quais as principais conclusões?

O estudo analisou 62 milhões de visitas a estabelecimentos alimentares ao longo de um período de 6 meses, entre 2016 e 2017, em 11 áreas metropolitanas nos Estados Unidos. Os principais resultados incluem:

  • A maioria das visitas a fast foods ocorreu fora do bairro de residência do usuário, representando apenas 6,8% das visitas dentro do setor censitário de residência;
  • A exposição a fast foods foi maior em ambientes móveis (14,0%) do que em torno de suas casas (8,2%);
  • A distância (mediana) entre a residência do usuário e qualquer estabelecimento alimentar visitado foi de 6,94 km, variando conforme o tipo de estabelecimento. Por exemplo, a distância para mercearias/supermercados foi de 3,1 km, enquanto para fast foods foi de 6,74 km;
  • As visitas aos fast foods seguem o padrão temporal semelhante ao dos estabelecimentos de alimentos em geral, atingindo seu pico ao redor do horário de almoço, de segunda-feira a domingo;
  • Os usuários que mudaram para um contexto com maior (ou menor) exposição aos fast foods visitaram esses estabelecimentos quatro vezes mais (ou menos) em um período de 50 dias do que aqueles que permaneceram em ambientes com proporções semelhantes de fast foods;
  • 22,9% das pessoas nunca visitaram fast foods durante o período de observação de 6 meses.

Com base nessas descobertas, as estratégias políticas para intervir nos ambientes alimentares visando reduzir a frequência às redes de fast food devem considerar as características espaciais, temporais e comportamentais, ampliando seus impactos em até 2 a 4 vezes mais do que as intervenções tradicionais centradas nos ambientes domésticos.

Ultra-processed food consumption by Brazilian adolescents in cafeterias and school meals

Autores: Priscilla Rayanne E Silva Noll, Matias Noll, Luiz Carlos De Abreu, Edmund Chada Baracat, Erika Aparecida Silveira, Isabel Cristina Esposito Sorpreso
Fonte: Scientific Reports
Publicado em: 2019
Tipo de arquivo: Artigo de periódico
Tipo de estudo: Estudo observacional
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WHO acceleration plan to stop obesity

Autores: World Health Organization
Fonte: Nutrition and Food Safety
Publicado em: 2023
Tipo de arquivo: Relatório
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Por que o tema é relevante?

Na 75ª Assembleia Mundial da Saúde em 2022, os Estados Membros adotaram novas recomendações para prevenir a obesidade, endossando o Plano de Aceleração da OMS para Conter a Obesidade. Deter a crescente epidemia de obesidade é um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

Enfrentar o crescimento da obesidade é fundamental para alcançar a meta 3.4 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS): reduzir em um terço a mortalidade prematura por DCNTs até 2030.

Qual é o objetivo do relatório?

Incentivar e apoiar ações multissetoriais em nível nacional em todo o mundo, por meio de políticas baseadas em evidências e custo-efetivas, voltadas para os fatores estruturais do ambiente obesogênico.

Quais as principais conclusões?

O Plano de Aceleração da OMS para Conter a Obesidade compreende cinco fluxos de trabalho.

Fluxo 1. Ações baseadas em evidências, impactantes e economicamente viáveis: Envolve um conjunto técnico de medidas propostas pela OMS que prioriza políticas públicas de alto impacto. A escolha das estratégias mais eficientes depende do contexto de cada país.

Fluxo 2. Entregar para impactar: Busca identificar as estratégias prioritárias e estabelecer metas mensuráveis, criando uma cultura institucional de ação orientada por dados. Esta abordagem baseia-se no Ciclo de Impacto, com ênfase na sustentabilidade a longo prazo das ações implementadas.

Fluxo 3. Advocacia global: Convoca as pessoas e famílias que vivem com obesidade reivindicarem o direito à prevenção, tratamento e manejo da obesidade, assim como os governos a tomarem atitudes, as organizações internacionais a estabelecerem parcerias e as associações de profissionais a identificarem a obesidade e contribuírem com as pesquisas e a educação, todos em prol de uma coalizão global.

Fluxo 4. Envolvendo parceiros: Visa o engajamento contínuo de uma ampla gama de parceiros, como a Coalizão Global de Obesidade, agências das Nações Unidas, a sociedade civil, o setor privado e instituições acadêmicas, com foco em fortalecer as parcerias já estabelecidas e criar novas.

Fluxo 5. Responsabilidade: Enfatiza a responsabilidade e a prestação de contas para monitorar a execução do Plano de Aceleração em nível global e nos países pioneiros . Este processo também é uma oportunidade para identificar e aprender com as práticas emergentes.

O plano caminha para sua fase de execução, com metas ambiciosas, porém alcançáveis, e com o compromisso de apresentação das prioridades nacionais por parte de um conjunto de países criticamente afetados pela obesidade.

Tackling adolescent obesity in Latin America: The cost of inaction in Brazil, Chile and Colombia

Fonte: The Economist Intelligence Unit
Publicado em: 2021
Tipo de arquivo: Artigo de periódico
Tipo de estudo: Revisão
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Por que o tema é relevante?

A prevalência de obesidade está crescendo e pressionando os sistemas de saúde. A crise da obesidade se agrava diante da perspectiva de que crianças e adolescentes obesos podem manter essa condição na vida adulta. Há uma lacuna entre o conhecimento sobre o impacto socioeconômico que a geração atual de jovens com obesidade  provoca e o que ocasionará no futuro, especialmente em países da América Latina, como o Brasil, Chile e Colômbia.  

Qual é o objetivo do estudo?

O documento possui três aspectos norteadores:

  • o impacto econômico da obesidade: as consequências epidemiológicas e socioeconômicas nas taxas atuais de obesidade em mercados específicos;
  • o impacto econômico de intervenções precoces: os efeitos de reverter a obesidade e direcionar os cuidados da obesidade; e,
  • os custos da ação versus a inação: os benefícios socioeconômicos das medidas para reduzir o número de adolescentes vivendo com a obesidade.

Quais as principais conclusões?

A obesidade em crianças e adolescentes associa-se a consequências físicas e psicológicas deletérias, além de impactar na auto-estima e qualidade de vida do indivíduo. Ainda na adolescência, o excesso de peso pode gerar alterações no perfil de lipídios sanguíneos, na glicemia e na pressão arterial sistêmica, resultando no surgimento de comorbidades quando adultos. De acordo com dados apresentados pelos autores, 49% dos adolescentes com obesidade manterão essa condição quando adultos. 

O diabetes mellitus tipo 2 (DM2), hipertensão arterial sistêmica, acidente vascular cerebral, doença arterial coronariana e câncer colorretal são responsáveis pelos custos diretos da inação na saúde. Indiretamente, a presença dessas doenças leva ao aumento do absenteísmo no trabalho e perda da produtividade. Projeções realizadas pelos pesquisadores estimam que, em 2020, os custos da obesidade podem ter alcançado US$ 19 bilhões no Brasil, sendo que quase 90% desse valor é decorrente de gastos diretos com o tratamento das doenças crônicas não-transmissíveis.  Nesse contexto, o DM2 corresponde a mais da metade dos gastos. A estimativa é de que a obesidade representa cerca de 14% dos custos com saúde no país. 

Gastos totais com a obesidade em adultos, em porcentagem nominal do PIB, 2020.
Colômbia: 2,14%
Chile: 1,49%
Brasil: 1,37%
Fonte: Adaptado de SAAD et al., 2021.

Diante da perspectiva de aumento do número de adultos com obesidade, os autores identificaram que o impacto econômico relacionado a ela no Brasil, Chile e Colômbia deve dobrar de US$ 28 bilhões para US$ 53 bilhões entre os anos de 2020 – 2030. Por outro lado, em um cenário em que intervenções voltadas para adolescentes com obesidade levem à redução do peso corporal de 20% desses jovens, a economia por chegar a US$ 4 bilhões nesse mesmo período. 

Economia acumulada de acordo com diferentes cenários de efetividade da intervenção para a perda de peso em adolescentes no conjunto dos países Brasil, Chile e Colômbia, US$, 2020-2030.
VERMELHO: 20% – em que 20% dos adolescentes com obesidade atingem o peso adequado
AZUL: 15% – em que 15% dos adolescentes com obesidade atingem o peso adequado
PRETO: 10% – em que 10% dos adolescentes com obesidade atingem o peso adequado
Fonte: Adaptado de SAAD et al., 2021.

Combater a obesidade é uma abordagem complexa. Estratégias conjuntas são necessárias para a efetividade das ações. Os autores destacam três aspectos fundamentais para alcançar resultados reais:

  • criação de políticas e iniciativas para a população que busquem regulamentar o mercado de alimentos e bebidas não-alcoólicas, envolvendo a promoção de hábitos alimentares saudáveis e a rotulagem de alimentos, por exemplo;
  • intervenções nos três níveis de atendimento à saúde da comunidade: atenção primária, secundária e terciária; além da atuação nas escolas; e, 
  • atendimento individualizado com foco na saúde física e no acompanhamento psicológico com o objetivo de proporcionar bem-estar para os adolescentes.

Os dados apresentados permitiram concluir que a mudança do estilo de vida secundária à urbanização aumentou as taxas de obesidade e a pressão dessa condição nos indicadores de saúde e nos gastos com os tratamentos de comorbidades associados a ela. O documento adquire especial relevância não só por apresentar os custos diretos e indiretos da obesidade, mas também por revelar o impacto econômico de intervenções precoces voltadas para a perda de peso em adolescentes. Ao apresentar o modelo empregado para analisar a importância econômica de prevenir e tratar a obesidade, o documento dá subsídios para a sua aplicação em outros contextos nacionais e regionais. 

 

Instrutivo de abordagem coletiva para manejo da obesidade no SUS

Autores: Ministério da Saúde e Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
Publicado em: 2021
Tipo de arquivo: Relatório
Tipo de estudo: Estudo observacional
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Por que o tema é relevante?

A obesidade é um agravo à saúde de natureza multifatorial. A sua prevenção e tratamento exige uma abordagem complexa que, muitas vezes, é desafiadora para os profissionais da saúde. A elevada demanda por atendimentos individuais, a necessidade de incorporar atividades coletivas para o cuidado integral e a constante qualificação são barreiras a serem enfrentadas. 

Qual é o objetivo do estudo?

O material, elaborado pelo Grupo de Pesquisa de Intervenções em Nutrição da Universidade Federal de Minas Gerais (GIN/UFMG) e a Coordenação Geral de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde (CGAN/DEPROS/SAPS/MS), visa apoiar as equipes e profissionais de saúde para o manejo da obesidade no SUS, enfatizando a abordagem coletiva. Desta forma, propõe-se ferramentas teóricas e práticas para a realização de grupos voltados para pessoas com obesidade, especialmente no âmbito da Atenção Primária à Saúde.

Quais as principais conclusões?

Inicialmente, os autores buscam compreender as causas da obesidade. Nesse contexto, são apresentados os seus macro e microdeterminantes. Atenção deve ser dada aos condicionantes de saúde que, quando abordadas, têm fortes evidências científicas a favor no combate à obesidade. É o caso da mudança do estilo de vida voltada para a redução da ingestão energética, aumento do nível de atividade física e adoção de medidas para apoiar as mudanças de comportamento. De forma coadjuvante, também é relevante o emprego de tecnologias da comunicação no atendimento ao usuário, como ligações telefônicas, mensagens por redes sociais e correio eletrônico, videoconferências e atendimentos em chats. Essas ferramentas ajudam a estreitar as relações e dinamizar o contato interpessoal, aumentando a efetividade das ações de promoção à saúde. 

 A participação em atividades de grupo representa uma importante estratégia no tratamento da obesidade. Segundo dados apontados no instrutivo, a efetividade da perda de peso é maior em pessoas que participam de intervenções coletivas. Esse ambiente mostra-se um espaço de compartilhamento de situações-problema e possibilita identificar modelos de comportamentos reais. Enfatiza-se que a participação nos grupos não deve ser usada como instrumento de “barganha”, como a elaboração do plano alimentar condicionada à presença nos grupos.  

A abordagem coletiva deve ser integrada à individual, assim como à prática de atividade física. São necessárias ações de empoderamento do indivíduo, atenção centrada na pessoa, corresponsabilização e autocuidado apoiado para que o usuário assuma o protagonismo do seu tratamento e, assim, tenha maior resolutividade e sucesso no cuidado à saúde.  

O instrutivo compõe uma série de documentos. Fazem parte da coleção o “Caderno de atividades educativas” e o “Material teórico para suporte ao manejo da obesidade no Sistema Único de Saúde”. Estes materiais apresentam um referencial teórico e sugestões de atividades práticas que os profissionais de saúde podem desenvolver com grupos de pessoas com obesidade. Desta forma, o documento aqui discutido em conjunto com os demais auxiliam as equipes envolvidas no enfrentamento da obesidade, sem, ao mesmo tempo, esgotar esse tema tão complexo.