A nutricionista Letícia Cunha usa sua página nas redes sociais para contar sua experiência de emagrecimento com a cirurgia bariátrica. Após o procedimento, ela perdeu mais de 50 quilos em 12 meses. Em live do PBO (Painel Brasileiro da Obesidade), ela trouxe alertas importantes para quem pretende fazer.

A cirurgia bariátrica é um procedimento para redução de peso em casos de obesidade grave com comorbidades. Sua realização depende de laudos médicos que comprovem que o paciente está em tentativa de emagrecimento há pelo menos dois anos. Apesar de sua efetividade, muitos indivíduos com obesidade acabam frustrados com os resultados e abandonam o tratamento.

Nesse sentido, Letícia Cunha explica que pacientes com obesidade precisam conhecer os efeitos e consequências da cirurgia bariátrica. Assim, eles devem passar por um processo educacional antes de serem submetidos à intervenção: “Quando você opera sem ter informação suficiente, pode bater o arrependimento, porque você foi para uma mesa cirúrgica sem saber as consequências. Eu fui muito bem conscientizada das coisas que poderiam acontecer”.

Por exemplo, ela relata que a cirurgia bariátrica traz alterações fisiológicas e metabólicas no indivíduo. Além disso, há uma série de restrições alimentares após a cirurgia. Nesse caso, Letícia conta que eliminou o consumo de álcool e cortou doces de sua dieta.

Ou seja, é importante saber que a cirurgia bariátrica traz uma série de consequências para o indivíduo e ele precisa estar ciente delas. Caso contrário, pode haver arrependimento e até abandono do tratamento. Como resultado, há o reganho de peso e deficiências nutricionais.

Acompanhamento contínuo

A cirurgia bariátrica não é uma solução única e definitiva da obesidade. Letícia Cunha, que teve uma perda considerável de peso após a intervenção, explica que a eficiência do resultado depende do tratamento contínuo.

“Não é só fazer uma cirurgia bariátrica. Precisamos de um acompanhamento multiprofissional e continuar o tratamento”, ela diz. Após a bariátrica, o tratamento da obesidade deve continuar com exercícios físicos, suplementação e até psicoterapia.

“Um dos desafios é entender que o tratamento da obesidade é para o resto da vida e entender que vamos ter altos e baixos. Fazer a dieta e o tratamento multidisciplinar é uma montanha-russa. Vamos conseguir seguir, mas vamos ter quedas, por exemplo, com episódio de compulsão alimentar, um furo na dieta ou não querer ir na psicoterapia”

Bariátrica no sistema de saúde

Gestores e profissionais de saúde oferecem educação para indivíduos com obesidade. Com isso, pacientes são orientados sobre a gravidade da obesidade, a importância da mudança do estilo de vida e sobre os efeitos da bariátrica.

É também para isso que servem grupos de ajuda. “Os pacientes não se sentem acompanhados de forma efetiva e multidisciplinar. Nós fizemos grupos de ajuda, contendo médico, psicólogo e nutricionista, mostrando para as pessoas como melhorar a obesidade com educação. O tratamento fica muito mais leve quando nos identificamos com o grupo”, diz Letícia Cunha, que vê suas redes como forma de oferecer educação em saúde.