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Soluções locais em saúde e mobilidade ganham destaque no Obes(C)idades 2025

Evento conectou Estratégia Intersetorial do Governo Federal de manejo da obesidade e iniciativas municipais

André Derviche Carvalho

8 de dez de 2025 (atualizado 8 de dez de 2025 às 16h20)

A estratégia de prevenção da obesidade depende diretamente da consolidação de uma agenda federativa brasileira. A edição 2025 do Obes(C)idades, promovida pelo Instituto Cordial e realizada em outubro, reuniu gestores federais, estaduais e municipais para discutir políticas concretas de cuidado nos territórios.

O evento iniciou com a apresentação do The Obesity Response Index, da Economist Impact. O ranking colocou o Brasil como terceiro com a melhor resposta à obesidade, impulsionado por diretrizes de manejo, maturidade de políticas de alimentação, além da promoção de atividade física.

No entanto, o  relatório apontou ausência de uma estratégia nacional atualizada e financiada para o manejo da obesidade. Nesse sentido, os caminhos apontam para a superação da fragmentação entre União, estados e municípios. Além de federativas, as políticas devem ser intersetoriais envolvendo desde a Saúde até a Mobilidade Urbana.

Palestrantes do Obes(C)idades. Foto: Instituto Cordial/Divulgação

Estratégia intersetorial de prevenção da obesidade

Durante o evento, o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome apresentou a Estratégia Intersetorial de Prevenção da Obesidade. A política articula 15 ministérios e organiza 90 ações em três eixos centrais: ambientes alimentares e espaços urbanos saudáveis; sistemas de proteção social e cuidados integrados; e mobilização e engajamento social.

Com isso, o governo federal busca dar respostas mais amplas a um problema que não é apenas clínico. A Estratégia reconhece que obesidade se relaciona com sistemas alimentares, renda, gênero, raça, mobilidade urbana e crise climática.

Ela estabelece diretrizes nacionais. No entanto, sua execução depende de pactuação, governança e financiamento articulado. Nesse contexto, o papel dos municípios é decisivo. São as prefeituras que organizam a atenção primária, coordenam ações em escolas e equipamentos sociais e promovem mudanças nos ambientes urbanos.

Luis Fernando Meyer, diretor de operações do Instituto Cordial, apresenta o Índice de Resposta à Obesidade. Foto: Instituto Cordial/Divulgação

Solução locais de manejo da obesidade

Um dos destaques do evento foi a apresentação de experiências municipais e estaduais que já estruturam respostas consistentes à obesidade. As iniciativas mostram como é possível adaptar a estratégia intersetorial às realidades locais. Veja alguns exemplos:

Osasco: ambientes alimentares como política estruturante

Em Osasco, a prefeitura mapeia desertos e pântanos alimentares, identificando onde o acesso a alimentos saudáveis é limitado e onde os ultraprocessados predominam. A partir desses diagnósticos, a cidade estrutura uma rede de ações para garantir alimentação saudável à população.

Por meio do Banco de Alimentos, o poder público atende cerca de 21,5 mil pessoas em situação de vulnerabilidade e articula doações de diferentes origens. Ao mesmo tempo, hortas e pomares ampliam o acesso a alimentos in natura e funcionam como espaços de convivência, educação alimentar e fortalecimento comunitário.

Essas políticas se conectam a programas federais, como o Programa de Aquisição de Alimentos e o Programa Nacional de Alimentação Escolar. Além disso, também mostra como ambientes saudáveis podem ser produzidos em escala local, com base em dados e planejamento.

Cascavel: cuidado integral da pessoa com obesidade

Em Cascavel, no Paraná, o foco recai sobre o cuidado integral, da prevenção ao tratamento. Desde 2014, o Serviço de Obesidade e Cirurgia Bariátrica do HUOP/Unioeste articula atendimento multiprofissional, grupos de acompanhamento e formação de profissionais. O serviço nasceu em ambiente hospitalar, mas se expandiu para além das cirurgias, incorporando acompanhamento pré e pós-operatório, educação em saúde e integração com a rede local.

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Além disso, a parceria com a universidade fortalece pesquisa e formação para os profissionais, gerando evidências e qualificação do cuidado.

Rio Grande do Sul: vigilância e regulação dos ambientes alimentares

O Rio Grande do Sul apresentou uma estratégia centrada na qualificação da Atenção Primária e no monitoramento contínuo do estado nutricional da população. O Estado trabalha com metas pactuadas no Plano Estadual de Saúde 2024–2027, incluindo ampliar avaliações nutricionais e fortalecer o acompanhamento das condicionalidades do Bolsa Família.

Para apoiar os municípios, o Estado utiliza o Programa Estadual de Incentivos para APS (PIAPS), que repassa recursos e incentiva a estruturação de ações de alimentação e nutrição.

A gestão também destacou a análise territorial dos ambientes alimentares, com mapeamento de desertos e pântanos para orientar políticas de promoção da alimentação saudável.

Esses dados servem de base para ações intersetoriais que integram vigilância, planejamento urbano e educação alimentar. Com metas claras, financiamento específico e diagnóstico territorial, o estado criou um ambiente favorável para que os municípios avancem na prevenção da obesidade.

São Paulo: expansão da atenção nutricional e metas municipais

A cidade de São Paulo apresentou avanços na organização da atenção nutricional na rede municipal de saúde. Nos últimos anos, o município ampliou o número de nutricionistas na Atenção Primária, fortaleceu a vigilância alimentar e nutricional e estruturou grupos voltados ao cuidado da obesidade em diversas Unidades Básicas de Saúde.

As ações dialogam com metas do Programa de Metas 2025–2028 e se articulam com outras políticas municipais, como programas de atividade física, ações em escolas e estratégias de promoção da alimentação saudável.

Instituto Cordial conecta agendas e aproxima os entes federativos

Ao reunir essas experiências em um mesmo espaço, o Obes(C)idades reforçou o papel do Instituto Cordial como articulador nacional na temática obesidade e mobilidade urbana. O Instituto organizou o evento, fez a curadoria de conteúdos, aproximou gestores e colocou em diálogo o governo federal, estadual e municipal. Além disso, utiliza dados, diagnósticos territoriais e mapeamento de atores para qualificar o debate.

Evento contou com oficina com gestores da área. Foto: Instituto Cordial/Divulgação

A edição 2025 do Obes(C)idades mostrou que os municípios já acumulam experiências capazes de inspirar a política nacional. Ao colocar União, estados e cidades em torno de uma mesma Estratégia, o evento reforçou que superar a fragmentação federativa e valorizar soluções locais são passos indispensáveis para que o Brasil avance na prevenção da obesidade e reduza desigualdades.