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Acontece no PBO

A obesidade em 2023: uma retrospectiva do PBO

Debates sobre obesidade em 2023 cresceram durante o ano. Painel Brasileiro da Obesidade buscou fortalecer as discussões

André Derviche Carvalho

14 de dez de 2023 (atualizado 28 de jul de 2024 às 13h13)

O PBO (Painel Brasileiro da Obesidade), uma iniciativa do Instituto Cordial, fechou mais um ano repleto de atividades. Entre lives, mesas redondas e notas técnicas, a iniciativa avançou ainda mais na discussão sobre obesidade em 2023. Assim, o PBO destaca aqui algumas das atividades desenvolvidas não só pelo painel, mas também por organizações internacionais relativas à obesidade.

No âmbito global, três eventos marcaram o ano de 2023. O primeiro deles foi a publicação do documento norteador do Plano de Aceleração para a redução da obesidade durante o ECO 2023 (Congresso Europeu sobre Obesidade). “Esse é um documento interessante por vários motivos, o principal deles é porque dá possibilidade aos países para criar uma estrutura para cuidar da obesidade”, diz Guilherme Nafalski, coordenador do PBO.

Guilherme destaca que o documento tem forte aderência ao SUS (Sistema Único de Saúde). No Brasil, esse modelo é chave para o cuidado da obesidade pela capilaridade e permeabilidade junto aos usuários do sistema.

Além disso, a reunião de alto nível na ONU (Organização das Nações Unidas) sobre cobertura universal de saúde também marcou os debates sobre obesidade em 2023. Com participação do Instituto Cordial, a reunião reforçou a importância da assistência básica no cuidado da obesidade.

Por fim, a WOF (Federação Mundial de Obesidade) lançou um posicionamento a respeito do estigma que permeia a obesidade. Guilherme destaca que o posicionamento foi ecoado por diversas sociedades médicas a nível global. “A gente vê muito desse posicionamento vem se refletindo em ações práticas das organizações e na inclusão de pessoas que têm obesidade nos seus boards“, ele diz lembrando da inclusão de pessoas com obesidade em cargos de diretoria.

O Painel Brasileiro da Obesidade em 2023

2023 foi ano de avançar na agenda do cuidado da obesidade. O PBO especificamente conseguiu ampliar sua área de influência envolvendo mais atores e aumentando o seu poder de articulação.

Neste ano, o Painel lançou o PBO+, um serviço de assinatura que garante ao usuário acesso a uma curadoria exclusiva de conteúdos sobre obesidade. Além disso, quem assina o PBO+ também tem acesso a uma comunidade formada por profissionais de diferentes áreas, o que fortalece a abordagem intersetorial da doença.

“Lançamos o PBO+ não só para aquelas pessoas que querem saber de tudo, mas querem saber em primeira mão”, indica Guilherme.

Em 2023, o PBO também fortaleceu os laços com a WOF e mantiveram a agenda do World Obesity Day, que será realizado no dia 4 de março de 2024. Também traduzimos o Atlas da Obesidade de 2023, da WOF.

Por fim, o PBO termina o ano com cinco GTs (Grupos de Trabalho) sobre obesidade formados. Os temas são: formação para obesidade, dados sobre obesidade, um formado por pessoas com obesidade, sobre linhas de cuidado e sobre os custos da obesidade. “Não somos um espaço de cuidado, a gente trabalha mais com conhecimento em políticas públicas, mas essas pessoas acompanhando é fundamental”, diz Guilherme.

As tradicionais lives do PBO, que reúnem semanalmente profissionais de diversas áreas para discutir os aspectos mais variados sobre obesidade, continuaram em 2023. Neste ano, o PBO realizou 47 lives, que podem ser encontradas no nosso canal do YouTube.

Perspectivas para obesidade em 2024

Para o ano que vem, o PBO busca ampliar a sua incidência no meio legislativo. Em 2023, representantes do Painel estiveram em Brasília para realizar interlocução com parlamentares e entidades preocupadas com o cuidado da obesidade no Brasil.

O PBO busca qualificar o trabalho desses atores com insumos técnicos por meio da elaboração de notas técnicas que embasem projetos de lei e pela presença em comissões de saúde. “A gente acredita na articulação intersetorial para soluções complexas. Não é a especialização médica ou o trabalho cotidiano ou a experiência de vida sozinhos que vão resolver, mas a articulação entre essas coisas para que esses pontos de vista sejam abordados”, resume Guilherme.