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“Profissionais de educação física devem ser inseridos no sistema de saúde”

Pensando no tratamento contra o câncer, especialista defende integração do profissional de educação física ao sistema de saúde

André Derviche Carvalho

16 de set de 2024 (atualizado 23 de set de 2024 às 12h19)

Quando o assunto é DCNTs (Doenças Crônicas Não Transmissíveis), o tratamento multiprofissional ganha destaque. No entanto, há um grupo de profissionais que poderia contribuir mais com a prevenção e o controle dessas doenças: os de educação física. Pensando nisso, um Guia reuniu indicações de como trabalhar a atividade física junto ao tratamento do câncer.

Voltado a profissionais de saúde, o “Guia de Atividade física com recomendações para prevenção e controle do câncer” traz uma abordagem simplificada e prática sobre a relação entre atividade física e oncologia. A ideia é apresentar os benefícios que existem no uso da atividade física na prevenção e controle de vários tipos de câncer. A SBOC (Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica) é quem organiza o documento.

Pelo menos desde o século passado a ciência já demonstra como praticar exercício físico traz benefícios contra o câncer. Por exemplo, um estudo de 1989 realizado na Ohio State University mostrou que atividade física poderia sim ser usada durante o tratamento contra o câncer.

Mais recentemente, em 2022, a Asco (Sociedade de Clínica Oncológica Americana, em inglês) passou a recomendar a prática de atividade física durante o tratamento oncológico.

A atividade física no combate ao câncer

Os especialistas também indicam que a prática de atividade física não só reduz a chance de desenvolver tipos de câncer como também diminui a sua mortalidade. Nesse caso, considera-se o nível de atividade física recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde): 150 minutos de atividade moderada por semana.

Para se ter uma ideia, com ao menos 22 minutos de atividade física por dia, as chances de desenvolver um câncer de mama diminuem em 30%.

“Quase nenhum medicamento, quase nenhuma atitude de tratamento, tem quantidades tão altas de prevenção de mortalidade e de conter o câncer [quanto a atividade física], sem contar a facilidade e o custo relativamente baixo de praticar”, diz o professor Rafael Deminice, da UEL (Universidade Estadual de Londrina). O professor Deminice coordenou a elaboração do Guia.

Além disso, a ciência já comprova que a prática de atividades físicas durante o tratamento oncológico é segura e apresenta baixo risco de eventos adversos. As evidências apontam para benefícios na saúde mental e em funções físicas. Porém, o professor Deminice até indica que podem haver contraindicações. Por isso, o acompanhamento profissional é importante.

Como recomendar atividade física no tratamento

Apesar dos benefícios, a prática de exercícios físicos nem sempre aparece durante o tratamento contra o câncer. Por isso, o professor Deminice dá algumas recomendações de como inseri-la no processo:

  • Considere particularidades de cada tipo de câncer e efeitos adversos associados ao tratamento;
  • Considere preferências, disponibilidade e locais apropriados para prática. Busque as barreiras que impedem o paciente de praticar exercícios físicos e encontre formas de superá-las;
  • Encoraje o paciente a atingir a recomendação semanal. Mesmo que não atinja, qualquer movimento é melhor que nada.

Assim, os benefícios aparecem tanto antes quanto durante e depois do tratamento. “Nenhuma pessoa deveria parar de fazer exercício físico, mas se você não praticar atividade física e for diagnosticado com câncer, quanto antes, mais benefícios. Várias condições devem ser consideradas, mas, assim que possível, melhor”, diz o professo Deminice.

Para ajudar na missão de praticar atividade física durante o tratamento contra o câncer, o professor recomendou a Rede Correndo Contra o Câncer, uma iniciativa da UEL que auxilia pacientes com câncer, ou com alta, a implementarem a prática de atividade física na sua rotina. Clique aqui para saber mais.

No fim das contas, a mensagem que fica é que o profissional de educação física e a área como um todo devem estar cada vez mais integrados ao sistema de saúde. Assim, o tratamento de doenças como o câncer e a obesidade tornam-se mais efetivos. “Acho que os profissionais de educação física têm que ser formados para serem inseridos no sistema de saúde. Eles podem trazer enormes benefícios”, diz o professor.