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Diabetes gestacional traz danos à mãe e ao bebê; conheça a doença

Tratamento deve iniciar o quanto antes e pode contar com apoio de fármacos

André Derviche Carvalho

5 de nov de 2025 (atualizado 1 de nov de 2025 às 20h00)

Durante a gravidez, o corpo da mulher passa por diversas transformações. Entre elas, está o aumento da resistência à insulina — um processo esperado, mas que pode se tornar preocupante quando o organismo não consegue se adaptar. É nesse cenário que surge o diabetes gestacional, condição que afeta de 3% a 25% das gestações, segundo estimativas.

Embora muitas vezes silenciosa, a doença pode trazer danos importantes para a mãe e para o bebê. Infecções urinárias, candidíase, malformações fetais e até morte intrauterina estão entre as complicações possíveis.

O que é o diabetes gestacional?

O diabetes gestacional está ligado ao aumento nos níveis de glicose no sangue durante a gestação. Isso porque alguns hormônios produzidos pela placenta podem dificultar a ação da insulina — o que gera uma intolerância aos carboidratos, especialmente após as refeições.

Em pessoas saudáveis, o corpo compensa esse efeito com maior produção de insulina. No entanto, quando essa resposta não é suficiente, a glicemia se descontrola e o diabetes gestacional aparece.

Diagnóstico é essencial

Como se trata de uma condição assintomática, o diagnóstico depende de exames laboratoriais realizados durante o pré-natal. Por isso, o rastreio é considerado fundamental. Ainda no primeiro trimestre, recomenda-se medir a glicemia em jejum. Se o valor estiver entre 92 e 125 mg/dL, já há indicação de diabetes gestacional.

A partir da 24ª semana, todas as gestantes devem realizar o teste oral de tolerância à glicose (TTGO). O exame confirma a doença quando os níveis de açúcar no sangue ultrapassam os limites recomendados em jejum ou após a ingestão de glicose.

“É uma doença crônica assintomática por muitos anos. Não são todas as pessoas que fazem exames laboratoriais de rotina. É possível que essa mulher grávida faça seu primeiro exame laboratorial em muitos anos”, ressalta a médica e endocrinologista Isabella Sued, membro da SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia).

Nesse sentido, identificar precocemente o diabetes gestacional permite intervir antes que surjam complicações mais graves.

Riscos para mãe e bebê

Além dos impactos imediatos, o diabetes gestacional está relacionado a consequências de longo prazo. Mulheres com esse diagnóstico têm mais chances de desenvolver diabetes tipo 2 após a gestação. Já os filhos correm maior risco de obesidade infantil e distúrbios metabólicos.

Entre os riscos no período gestacional estão:

  • Bebê com peso acima do ideal (macrossomia);
  • Excesso de líquido amniótico;
  • Indicação de parto cesáreo;
  • Malformações congênitas.

Para a gestante, os efeitos incluem hipertensão, pré-eclâmpsia e infecções recorrentes, entre outras complicações. Assim, garantir diagnóstico e tratamento adequado é fundamental para proteger a saúde de mãe e filho.

O tratamento ideal

Após o diagnóstico, o tratamento deve começar o quanto antes. “Se a gente institui prontamente o tratamento, temos uma redução de eventos perinatais graves, uma melhora dos desfechos neonatais, melhora dos desfechos maternos e prevenção de complicações a longo prazo na prole”, afirma uma das especialistas.

De modo geral, o cuidado envolve três etapas principais:

  • Mudança no estilo de vida, com alimentação equilibrada e prática regular de atividade física;
  • Automonitoramento da glicemia capilar, feito todos os dias pela gestante até o parto;
  • Uso de medicamentos, como a insulina, quando a glicose não é controlada por outros meios.

Porém, o acesso a esse cuidado nem sempre é simples. “A ideia seria fazer o diagnóstico do diabetes gestacional e a paciente já ir para o acompanhamento nutricional, com espaço para atividades físicas. Mas não temos uma super disponibilidade de nutricionistas no SUS e na rede privada”, pontua Isabella.

Como resultado, muitas mulheres demoram a receber orientação adequada e a adotar as mudanças necessárias. A médica explica que o tratamento pode ser tanto farmacológico quanto não farmacológico. Assista à live do PBO (Painel Brasileiro da Obesidade) na íntegra para conhecer o tratamento a fundo.

Sedentarismo e aumento de casos

Além das barreiras no acesso ao cuidado, os níveis crescentes de sedentarismo também contribuem para o avanço da doença. “Estamos em uma sociedade cada vez mais sedentária. A falta de atividade física acaba não permitindo uma compensação para essa resistência à insulina”, completa a fonte.

Com mudanças no estilo de vida e apoio adequado, até 85% das pacientes conseguem controlar a glicemia sem o uso de insulina.

Desse modo, garantir que as gestantes recebam orientações claras e apoio estruturado é um passo essencial para melhorar os desfechos maternos e neonatais e reduzir os riscos futuros para mãe e filho.