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Insegurança alimentar se concentra nas cidades brasileiras

Cenário de insegurança alimentar caracteriza-se pelo distante acesso à alimentação saudável para a população

André Derviche Carvalho

14 de set de 2023 (atualizado 28 de jul de 2024 às 13h05)

Dos 33 milhões de brasileiros que estão em situação de insegurança alimentar grave, 27 milhões vivem em cidades, segundo o inquérito Vigisan. Os números indicam que a população que mora nas cidades brasileiras está mais vulnerável aos dois principais efeitos colaterais da insegurança alimentar: a fome e a obesidade.

Com a crise econômica vivida nos últimos anos, o acesso à alimentação saudável ficou mais difícil por conta do preço. Junto a isso, o consumo de alimentos in natura e minimamente processados vem diminuindo, enquanto o consumo de ultraprocessados ganha força em regiões do Brasil. Como resultado, cerca de 61% dos brasileiros possuem sobrepeso ou obesidade.

Nessa conta, os mais prejudicados são aqueles que se concentram nas periferias, onde o poder aquisitivo é menor e há baixa oferta de alimentos saudáveis. Para técnicos e pesquisadores, a solução é trazer um novo equilíbrio para a balança: a oferta e o acesso a alimentos in natura e minimamente processados deve ser maior que o de ultraprocessados.

Um estudo publicado na revista Food Security que analisou o ambiente alimentar de Belo Horizonte, em Minas Gerais, mostrou que 58,5% dos setores censitários foram classificados como pântanos alimentares, nome dados às áreas que concentram a comercialização de alimentos não saudáveis com forte apelo ao marketing e à propaganda.

“As cidades vêm crescendo muito de forma desordenada e não planejada. Isso gera uma série de desigualdades entre a população urbana e rural, o que contribui para uma dificuldade de acesso aos alimentos saudáveis”, analisa Gisele Bortolini, coordenadora-geral de promoção da alimentação do MDS (Ministério do Desenvolvimento Social).

Políticas públicas contra insegurança alimentar

Em live do PBO, representantes do MDS apresentaram uma série de medidas para fomentar a alimentação saudável pelos meios institucionais. Para isso, as políticas públicas devem incidir tanto no processo de produção quanto no de consumo de alimentos. Por exemplo, com a discussão da reforma tributária, o objetivo é reduzir o imposto sobre os alimentos in natura ou minimamente processados.

Além disso, o pacote de intervenção recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) indica uma série de medidas para promover uma alimentação mais saudável nas cidades. Confira a lista:

  • Políticas fiscais;
  • Regulamentação do marketing de alimentos e bebidas;
  • Rotulagem;
  • Ambiente alimentar;
  • Compras públicas;
  • Formação de profissionais da saúde no cuidado da obesidade;
  • Comunicação, sensibilização e educação da população;
  • Inovações.

Na atividade do MDS, ganha destaque a Secretaria de Combate à Fome. Esse grupo é responsável por operar a Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional, uma iniciativa que busca fortalecer o cuidado intersetorial da obesidade. “Foi uma estratégia que congregou diferentes ministérios. Era a resposta do governo brasileiro ao aumento do sobrepeso e da obesidade a partir de um olhar multidimensional”, conta Patricia Gentil, diretora de promoção da alimentação adequada e saudável.

As estratégias que a Câmara elaborou para a prevenção e controle da obesidade, no entanto, foram descontinuadas em 2018. Agora, os trabalhos foram retomados para buscar formas de conter a obesidade. Entre os principais desafios estão a volta do Brasil ao Mapa da Fome e a emergência climática que afeta diretamente o sistema de produção de alimentos. 

Casos de sucesso

Em Curitiba, no Paraná, as 11 unidades do programa Sacolões da Família comercializam frutas e verduras com preço único e realizam promoções para incentivar produtos da agricultura familiar, que traz uma economia de 53% para as famílias curitibanas. Os Armazéns da Família da cidade também possuem um preço reduzido.

Em Belo Horizonte, o programa municipal Direto da Roça veio para incentivar a comercialização direta entre produtores da agricultura familiar da região e consumidores, o que reduziu os preços e estimulou a alimentação saudável.