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Insuficiência cardíaca e obesidade têm relação paradoxal

Obesidade pode ser um fator protetor contra a insuficiência cardíaca; especialista alerta para gravidade das duas doenças

André Derviche Carvalho

16 de abr de 2025 (atualizado 11 de abr de 2025 às 16h50)

A insuficiência cardíaca e a obesidade são duas doenças com uma relação direta, mas paradoxal. Enquanto a obesidade apresenta-se como fator de risco para a insuficiência cardíaca, a pessoa com insuficiência cardíaca pode encontrar a obesidade como fator protetor. A complexidade e gravidade desse quadro reforçam o cuidado que se deve ter com as duas doenças.

Tecnicamente, insuficiência cardíaca é o nome dado ao quadro em que o coração não consegue bombear sangue suficiente para atender as demandas metabólicas do corpo. Assim, o resultado é que o coração só atende a essas demandas com elevadas pressões de enchimento.

Apesar de não ser a principal causa de morte, é a principal causa de hospitalizações no Brasil: foram registradas 941.576 internações por insuficiência cardíaca, ocorridos entre 2019 e 2023, segundo o “Perfil epidemiológico das internações por Insuficiência Cardíaca no Brasil entre 2019 e 2023”, publicado no Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences. Inclusive, as internações frequentes e o desgaste do coração são os principais efeitos colaterais da doença.

“A insuficiência cardíaca tem uma internação mais prolongada que aquela causada pelo infarto. O impacto em termos de qualidade de vida é bastante significativa”, diz Jaqueline Gentil, pesquisadora do PBO (Painel Brasileiro de Obesidade)

A insuficiência cardíaca pode ser um dos desfechos da obesidade e de um infarto. Também pode ser um dos desfechos de um infarto. Nesse caso, há um dano ao coração, o que acarreta na perda de células e gera um impacto na contração e cicatrização do músculo. As paredes do coração ficam mais grossas, o que afeta o quanto ele recebe de sangue e também o esforço que ele faz para impulsionar esse sangue.

Um dos efeitos desse processo é o estresse oxidativo. Isto é, há ciclos de liberação de hormônio para compensar a demanda não atendida. Como resultado, a síndrome de insuficiência cardíaca causa diminuição da qualidade de vida e redução da expectativa de vida, além de limitações funcionais.

O paradoxo da obesidade na insuficiência cardíaca

Por si só, a obesidade pode levar ao desenvolvimento dessa síndrome. Segundo o estudo de Framingham, para cada aumento de uma unidade no IMC (Índice de Massa Corporal), aumenta 5% em homens e 7% em mulheres o risco de desenvolver insuficiência. Ou seja, há uma relação direta entre esses dois quadros.

“A obesidade é uma doença crônica e inflamatória. Ela não é local, é sistêmica. Esse processo inflamatório contribui para a formação de placas de gordura, inclusive nas artérias do coração”, explica Jaqueline Gentil

Há, porém, o paradoxo da obesidade na insuficiência cardíaca, quando a primeira serve como protetora contra a segunda. A obesidade é uma condição em que uma pessoa acumula uma quantidade excessiva de gordura corporal. Uma explicação possível é que a pessoa com obesidade possui uma reserva energética maior, que é usada como recurso para atender à demanda afetada pela insuficiência cardíaca.

Além da perda de peso

Dada essa complexidade e a gravidade da síndrome, o ideal é fazer um acompanhamento durante o tratamento. “A capacidade funcional do indivíduo muda todo o prognóstico da doença. Conforme vemos que vai piorando a capacidade de fazer atividades diárias, começamos a ver o pior desfecho da insuficiência cardíaca. Não basta ver peso, tem que ver o indivíduo como um todo”, diz Jaqueline.

A perda de peso planejada em pacientes selecionados por meio de atividade física supervisionada e mudanças alimentares mostra-se possível para recuperar a capacidade funcional do paciente. No entanto, as intervenções precisam ir além da perda de peso. Por isso é importante haver acompanhamento profissional.