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Cuidado nutricional ainda é ausente no tratamento do câncer

Cuidado com a alimentação durante tratamento oncológico mostrou-se importante para evitar complicações

André Derviche Carvalho

8 de ago de 2024 (atualizado 2 de set de 2024 às 20h09)

Pacientes com câncer ainda carecem de um cuidado nutricional durante o tratamento oncológico. Um estudo da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO, em inglês) mostrou que metade deles não lembram ou não foram perguntados sobre seus hábitos alimentares durante o tratamento oncológico.

Além disso, 70% não foram encaminhados para nutricionistas. O cenário vai na contramão do que indicam os especialistas. Afinal, um acompanhamento nutricional garante um tratamento mais efetivo contra o câncer.

O câncer em pacientes com obesidade

Para entender a importância do cuidado nutricional no tratamento oncológico, cabe citar casos de câncer em pacientes com obesidade. Nesse sentido, a nutricionista Sheilla Faria, do Hospital Sírio-Libanês, menciona a obesidade sarcopênica.

Casos de obesidade sarcopênica ocorrem quando há perda de massa muscular e, ao mesmo tempo, excesso de peso corporal. É comum em tratamentos contra o câncer. Nesses casos, há uma preocupação com relação ao desfecho em saúde.

Isso porque a obesidade sarcopênica pode resultar em complicações cirúrgicas, hospitalização prolongada e menor sobrevida.

Por isso, especialistas reforçam a importância de se ter um cuidado nutricional durante o tratamento contra o câncer. O objetivo é manter a massa muscular e manejar os efeitos colaterais do tratamento oncológico.

Obesidade e o tratamento oncológico

“Dentro dos fatores de risco, o IMC aparece como um dos primeiros fatores associados a uma maior chance de apresentar o câncer”, explica Sheilla Faria. Estudos apontam que no caso do câncer de endométrio, por exemplo, a cada aumento de 5 kg/m² no IMC, há um aumento de 59% nas chances de desenvolvimento de câncer.

Assim, há uma relação direta entre aumento do IMC e desenvolvimento de câncer. O cenário preocupa ainda mais considerando que, até 2030, mais de um bilhão de pessoas deve ter obesidade, de acordo com o Atlas da Obesidade.

Alguns problemas relacionados à obesidade podem atrapalhar o tratamento contra o câncer. Por exemplo, a obesidade traz mais chance de complicações cirúrgicas. Além disso, também atrapalha na radioterapia e traz menor eficácia de imunoterapia.

Esse cenário reforça a necessidade de adaptar equipamentos de saúde para pessoas com obesidade.

Dieta no tratamento do câncer

A SBNO (Sociedade Brasileira de Nutrição Oncológica) recomenda um cuidado nutricional para pacientes com obesidade durante o tratamento oncológico. A orientação é de 20 a 25 calorias por quilograma do peso ideal por dia. Ou mesmo 11 a 14 calorias por quilograma do peso atual.

Além disso, a SBNO também recomenda refeições frequentes. A alimentação para o paciente com câncer e obesidade deve ser saudável, rica em proteínas (1,2g a 1,5g de proteína por quilo corporal). Vale lembrar que a dieta pode ser adaptada conforme a tolerância do paciente.

O Guia alimentar para a população brasileira já oferece uma série de recomendações para uma alimentação saudável. Nesse caso, ela é baseada em redução no consumo de carne vermelha e de alimentos processados. Ela também prioriza alimentos in natura, como legumes e verduras.

Desta forma, o cuidado nutricional durante o tratamento oncológico ajuda a melhorar a ingestão alimentar do paciente, que pode ser prejudicada por intervenções típicas do próprio tratamento. Por exemplo, um cuidado nutricional serve para tratar de problemas como a mucosite, xerostomia, náuseas, vômitos e constipação.

O cuidado com a nutrição e com a obesidade como um todo deve permanecer após o tratamento. “Da mesma forma que a obesidade está relacionada ao aparecimento do câncer, ela também está relacionada à recorrência, ou seja, à possibilidade de o câncer reaparecer. Por isso é importante mudar os hábitos”, explica Sheilla.