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Espírito Santo se destaca com extensão universitária sobre obesidade

Desde 2019, Ufes possui projeto de extensão sobre obesidade focado no pós-operatório da bariátrica e na qualificação profissional

André Derviche Carvalho

7 de mar de 2024 (atualizado 17 de out de 2024 às 17h07)

Com a missão de qualificar o cuidado em saúde, a Ufes (Universidade Federal do Espírito Santo) conta com um projeto de extensão universitária sobre obesidade. Com ações que vão desde a formação de profissionais de saúde até a realização de cirurgia bariátrica, o projeto tornou-se referência no Brasil.

Por meio de uma portaria de janeiro deste ano, o governo federal autorizou a criação da Residência Multiprofissional em Saúde do Adulto para obesidade e doenças associadas. Nesse âmbito, a Ufes foi uma das 109 instituições selecionadas para o Programa de Residência em Área Profissional da Saúde.

Com início em março de 2025, a Residência em obesidade pela Ufes terá três vagas, para cursos de enfermagem, nutrição e educação física. Os participantes receberão bolsas de R$ 4,1 mil pagos pelo Ministério da Saúde. “Foi muito importante para nós. Mostrou como a obesidade é um tema que o Ministério da Saúde e Educação querem fomentar por meio de formações nessa área, e a residência é um dos caminhos”, diz Ana Paula Ribeiro, assistente social do Programa de Cirurgia Bariátrica e Metabólica do Hospital Universitário da Ufes.

O projeto de extensão sobre obesidade

Ana Paula participa do projeto de extensão sobre obesidade da Ufes. Criado em 2019, o projeto busca fortalecer e ampliar a linha de cuidado em obesidade na rede pública de saúde do Espírito Santo. Nesse sentido, um dos enfoques do projeto é o acompanhamento feito com pacientes com obesidade grave após a cirurgia bariátrica.

Além disso, o projeto de extensão sobre obesidade recebe o paciente vindo da unidade de saúde, realiza o pré-operatório com uma equipe multiprofissional, bem como executa a cirurgia. Do mesmo modo, é feito um acompanhamento após a cirurgia até o paciente retornar ao nível primário da Atenção Básica do sistema de saúde.

“Percebemos que nesse retorno para a unidade de saúde, muitas vezes esse paciente encontra barreiras para ser atendido e acolhido. A cirurgia bariátrica é apenas uma ação dentro dessa linha de cuidado. Ela não cura a obesidade. O tratamento é ao longo da vida”, diz Ana Paula

Outro eixo do projeto é a qualificação de profissionais de saúde para o cuidado em obesidade. Para isso, o projeto promove cursos, palestras e ações junto a prefeituras. Nesse sentido, um dos cases de sucesso foi a realização de uma série de web palestras com profissionais de saúde de diversas áreas sobre cirurgia bariátrica. Foram mais de 790 municípios inscritos no curso.

As palestras estão disponíveis online no site do programa de bariátrica da Ufes. Para acessar, clique aqui.

Juntamente com isso, há ações desenvolvidas junto a prefeituras. Ana Paula apresentou, por exemplo, ações de saúde feitas com estudantes de graduação e que certamente contribuíram para a formação em saúde dos discentes. Além disso, participantes do projeto de extensão também marcam presença em mutirões municipais de saúde para contribuir na prevenção da obesidade.

Os estudantes que mais marcam presença no projeto vêm principalmente dos cursos de medicina, enfermagem e nutrição.

O programa de bariátrica

Desde 2001, a Ufes tem um programa de cirurgia bariátrica e metabólica pelo Hucam (Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes). Nesse caso, os atendimentos são realizados via SUS (Sistema Único de Saúde).

Atualmente, um dos principais desafios para o programa é a fila de espera. Ana Paula conta que existem cerca de 800 pessoas aguardando para realizar a cirurgia bariátrica no Hucam.

Com essa atuação mais prática, o programa de extensão sobre obesidade acaba se beneficiando e ganhando insumos para o próprio trabalho. Assim, Ana Paula conta que “a extensão também trabalha com a pesquisa, nada está desvinculado. Esse é o papel da universidade. Além da extensão que nós promovemos, também contribui para formação, ensino e pesquisa com as publicações”.

Como recomendação, a assistente social indica que os interessados em disseminar a temática da obesidade no ambiente acadêmico devem procurar a pró-reitoria de suas respectivas universidades e fazer parcerias com órgãos públicos, instituições, professores, etc.