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Acontece no PBO

Controle da microbiota intestinal é essencial para prevenção da obesidade

Disfunção na microbiota intestinal pode acarretar danos ao balanço energético e, consequentemente, no desenvolvimento da obesidade

André Derviche Carvalho

20 de jul de 2023 (atualizado 15 de dez de 2023 às 10h10)

A depender das suas características, a microbiota intestinal pode favorecer o desenvolvimento da obesidade. Responsáveis, entre várias funções, pelo balanço energético, as bactérias do intestino desempenham um papel fundamental na disposição a se ter obesidade. Especialistas indicam alimentação de qualidade e até o controle do sono como caminhos para a manutenção de uma microbiota intestinal saudável.

A microbiota intestinal é o nome dado ao conjunto de microrganismos que habitam o trato intestinal do corpo humano. É o caso das bactérias que se encontram no intestino e no estômago, por exemplo. As funções da microbiota são diversas e incluem a digestão de fibras alimentares, síntese de vitaminas, proteção contra patógenos e controle energético. É ela que define o que acontece com o alimento depois que ele é ingerido.

A “qualidade” da microbiota intestinal varia conforme fatores como a alimentação, qualidade do sono, prática de exercícios físicos, ingestão de medicamentos e genética. “Dependendo da nossa microbiota intestinal, podemos absorver mais ou menos energia. Isso está relacionado ao ganho de peso. Essa composição, portanto, pode favorecer o desenvolvimento e manutenção da obesidade”, explicou a professora doutora Aline Alves do curso de Nutrição da Uninove.

Por exemplo, um indivíduo com obesidade apresenta uma quantidade desproporcional de bactérias do filo Firmicutes, o que causa aumento na deposição de gordura e diminuição do gasto energético. A redução de bactérias benéficas, que protegem contra microrganismos invasores, também é uma característica encontrada em um indivíduo com obesidade. Essa mudança na composição é chamada de disbiose.

Essa disfunção também favorece a obesidade porque causa um prejuízo na sinalização de saciedade ao cérebro. “Se essa microbiota intestinal está interferindo nessa sinalização, podemos sentir muito mais fome ou muito mais saciedade. Se ocorrer uma alteração na composição dessa microbiota intestinal, a tendência é que esse indivíduo passe muito mais fome”, diz Aline.

Vale lembrar que a microbiota intestinal tem um papel importante na mediação entre intestino e cérebro. Além disso, como as bactérias da microbiota também têm um papel no balanço energético, uma disbiose pode favorecer o ganho de peso.

Como melhorar a saúde da microbiota intestinal?

A professora Aline Alves revelou em live do PBO algumas estratégias nutricionais para que cada um consiga regular melhor a microbiota intestinal e prevenir a obesidade. São três delas: diminuição discreta de carboidratos, aumento na ingestão de proteínas e adoção da dieta do mediterrâneo, composta por frutas e verduras e alimentos ricos em fibra, principalmente.

Assim, Aline aponta para a relevância que padrões alimentares têm na determinação da saúde da microbiota intestinal. Com uma dieta baseada em excesso de açúcar, sódio e alimentos ultraprocessados, a tendência é que haja a chamada disbiose. “Esse tipo de padrão promove um desequilíbrio da microbiota intestinal, modificando a camada de muco do intestino, o que favorece a penetração de patógenos”.

Além disso, a professora de Nutrição também destacou quais são os principais alvos de intervenção na microbiota intestinal pensando em obesidade. Elas incluem aumento da diversidade microbiana (que é afetada pela má alimentação), estímulo à produção de ácidos graxos de cadeia curta (que estão relacionados ao controle de adiposidade), manutenção da integridade da barreira intestinal e estímulo a produção de hormônios de saciedade.

Vale lembrar que, isoladamente, a microbiota intestinal não possui o potencial de ser a única causadora da obesidade. Essa doença, na verdade, deve ser vista do ponto de vista multifatorial. Ou seja, a condição da microbiota, aliada ao sedentarismo, alimentação desequilibrada e até à saúde mental são aspectos determinantes para obesidade.