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Medicina integrativa auxilia no tratamento de doenças crônicas

A popularização das práticas complementares de saúde representa uma ampliação na visão de cuidado e complementa os tratamentos tradicionais para combater doenças crônicas

Laura Toyama Cardoso de Souza

17 de fev de 2025 (atualizado 17 de fev de 2025 às 14h42)

As chamadas práticas complementares têm se tornado cada vez mais populares entre os tratamentos de saúde. Elas envolvem diferentes tipos de conhecimentos, originados de culturas diversas e aprimoradas ao longo do tempo. Em live do PBO (Painel Brasileiro da Obesidade), o vice-presidente do CABSIN (Consórcio Acadêmico Brasileiro de Saúde Integrativa), Caio Portella, explica a importância da medicina integrativa no tratamento de doenças crônicas não transmissíveis.

Muitas das intervenções estão ligadas a prática de atividade física, plantas medicinais com efeitos comprovados por pesquisas científicas, naturologia e atuam como um complemento a tratamentos mais conservadores. No caso do câncer, por exemplo, as práticas integrativas atuam como atenuantes dos efeitos do tratamento oncológico convencional, como quimio e radioterapia.

No combate à obesidade, é fundamental que se combine diferentes intervenções, uma vez que é uma condição multifatorial. Para Caio, a adoção de um único método para reverter uma condição crônica como essa não é suficiente, “é necessária uma mudança de hábitos global para que se observe uma melhora no quadro”, comenta ele.

Práticas integrativas no sistema público de saúde

Atualmente, há uma política nacional de práticas integrativas incorporada ao SUS (Sistema Único de Saúde), mas que ainda sofre com baixo investimento e pouca formalização. Por conta deste cenário, muitos profissionais da saúde que adotam essas técnicas se encontram à margem do sistema público, o que dificulta a popularização de tratamentos diversos que podem trazer inúmeros benefícios para os pacientes.

Organizações como o CABSIN são fundamentais para inserir esses tratamentos em diferentes espaços, impactar políticas públicas já existentes e pressionar pela criação de novas. A ONG hoje conta com cerca de 500 membros, além de uma extensa rede de pesquisadores, universidades e comitês científicos.

A inserção desse conhecimento é feita através da análise de um mapa de evidências, elaborado pelo consórcio em parceria com outras instituições da área da saúde, como o HCor (Hospital do Coração). Ele é navegável e conta com mais de 1000 conteúdos de revisão sobre o tema. As evidências em revisão sistemática podem ser incorporadas em protocolos de políticas públicas relacionadas ao tratamento de doenças crônicas.

A literatura a respeito de práticas complementares traz diferentes desfechos possíveis e geralmente apresenta um “multi alvo”, pois não há, necessariamente, um único tipo de alvo para cada um desses tratamentos, que devem envolver muitos recursos.

“Quando pensamos em uma doença crônica, temos que pensar em multimorbidade e multifatorial”, comenta Caio, “os processos de adoecimento são bastante individualizados e amplos”. Ele ainda acrescenta que as práticas são um leque extenso, as evidências são diferentes entre si, e é inadequado agrupar todos no mesmo grupo.

Resistência à implementação das práticas

As práticas integrativas integram uma nova visão do que é o cuidado, uma ampliação na visão dos profissionais sobre como lidar com determinadas condições de saúde. No entanto, devido à frágil regulação da sua aplicação e falta um arcabouço de diretrizes sólido, ainda há muita resistência na sua incorporação no sistema público. Para garantir sua eficácia, é preciso ressaltar sempre o cuidado científico que as acompanha e organizar conselhos específicos que estabeleçam normas de aplicação.

A acupuntura, por exemplo, possui uma extensa literatura de evidências devido ao grande investimento recente da China na área da saúde, sobretudo na medicina integrativa. Ela abarca técnicas centenárias, já incorporadas à cultura do país, mas que necessitam de investimentos direcionados para impactar a saúde pública. O fomento à pesquisa científica na área é parte fundamental desse processo.

“Quando se aprende um mecanismo endógeno, ganha-se autonomia, nos tornamos independentes de uma intervenção tradicional, que nem sempre funciona isolada”, comenta Caio.